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WhatsApp Image 2020 12 18 at 10.37.38Pesquisadores da Coppe estão desenvolvendo uma tecnologia para potencializar a atuação de medicamentos usados no tratamento da covid-19 e reduzir os efeitos colaterais das medicações. Apelidada de “bolinhas”, a nova técnica emprega nanotecnologia para revestir os fármacos e é usada pelos pesquisadores da Coppe desde 2015.
“Há cerca de cinco anos, nós começamos a transformar essas bolinhas em bolinhas inteligentes, para que elas reconheçam as células doentes, e interajam especialmente com elas”, explica o professor José Carlos Pinto, coordenador do projeto. “Como a bolinha inteligente trata localmente os tecidos que estão doentes, a quantidade de medicamento que é dada ao paciente pode ser reduzida drasticamente”, completa o docente do Programa de Engenharia Química.
No tratamento da covid-19 – e também de várias outras enfermidades graves – a quantidade elevada de medicamentos provoca uma série de efeitos adversos. “Se uma pessoa tem uma inflamação no pé, ela toma um antibiótico. Como ele se distribui pelo organismo inteiro, o paciente toma uma quantidade muito maior para a concentração do remédio chegar em doses corretas no pé”, exemplifica Carlos Pinto. “Então, o objetivo desse trabalho é aumentar a especificidade desses tratamentos, indo nos locais onde realmente seja necessário o uso deles”, completa.
Gabriela Mattos, mestranda do Programa de Engenharia de Nanotecnologia da Coppe (PENt), ressalta que o uso dessas nanopartículas pode aproximar os medicamentos da taxa ideal de terapia, e evitar valores tóxicos. “Se a gente vetoriza as nanopartículas com uma biomolécula específica, então há a possibilidade de direcionarmos a nanopartícula apenas para onde se deseja”, descreve a pesquisadora. “Isso permite um maior controle de liberação dos componentes, que esteja mais de acordo com o ideal terapêutico”.
O laboratório onde a equipe trabalha foi a primeira fábrica de nanopolímeros inaugurada no Brasil, em 2012. “O projeto começou com a ideia de apoiar o tratamento da esquistossomose (barriga d’água), porque o fármaco tem um gosto muito ruim. O remédio era beneficiado pelo encapsulamento, que esconde o gosto”, conta José Carlos. Posteriormente, os pesquisadores receberam o apoio da Faperj para desenvolver soluções para o mal de Alzheimer. “Durante a pandemia, a Faperj permitiu que alguns projetos que já estavam em desenvolvimento, e que tivessem afinidade com o tema da covid-19, pudessem ser estendidos para atender a esse novo caso”, acrescenta José.
A tecnologia abrange outras possibilidades. “Todo o conhecimento gerado nesse projeto pode ser aplicado no tratamento de outras doenças, então a relevância do projeto não se restringe ao impacto positivo que a gente quer gerar no tratamento da covid-19”, afirma Ariane Batista, farmacêutica e professora do Programa de Engenharia de Nanotecnologia da Coppe. A equipe acredita que enfermidades como câncer, alzheimer e diabetes também poderão se beneficiar com o uso das nanopartículas.
“No momento, estamos trabalhando para provar que o medicamento pode ser fixado na bolinha, continuar biologicamente ativo, e ser reconhecido pela célula. Caso a resposta seja positiva, então a gente vai se preparar para fazer testes clínicos”, aponta José Carlos. O planejamento é que ao longo do segundo semestre de 2021 a equipe comece a fazer os testes in vivo do sistema, ou seja, em células e em animais.

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