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Quantos são as professoras e professores negros na UFRJ? Será que a representatividade deste grupo dentro da universidade é proporcional à sua presença na sociedade? As respostas para essas perguntas são desconhecidas, mas por pouco tempo. Uma iniciativa do Núcleo de Estudos de Políticas Públicas em Direitos Humanos Suely Souza de Almeida (NEPP-DH), em parceria com a Pró-Reitoria de Pessoal (PR-4) e a Ouvidoria da universidade, vai traçar o perfil étnico-racial dos servidores da UFRJ, docentes e técnicos.

“A ideia da pesquisa surgiu da falta de informações sobre recorte racial entre os servidores da universidade”, explicou o professor Vantuil Pereira, diretor do NEPP-DH e coordenador da pesquisa. Experiências de universidades públicas da Bahia, que estão fazendo pesquisas similares, mas restritas aos docentes, também serviram de inspiração para o projeto.

“O objetivo é mapear a representatividade de cor e raça nas diversas unidades da UFRJ”, diz Vantuil. O levantamento vai partir da realidade de unidade acadêmica para entender, caso a caso, as razões da ausência de professores negros naquele setor. “Medindo a representatividade, constatando o maior ou menor grau de presença de servidores negros, pode comprovar para a gente a existência de um racismo institucional”, alertou Vantuil.  “A UFRJ não é uníssona. Talvez tenhamos, no geral, uma baixa representatividade. Mas quando olharmos por unidade e centro, talvez haja unidades com 20% de professores negros”, disse Vantuil.

Um dos desafios do trabalho é estabelecer o que é uma proporção razoável de professores negros na universidade. Segundo Vantuil, a população preta e parda do Rio de Janeiro está entre 40 e 50%. O professor sabe que não vai encontrar essa mesma proporção entre os servidores da UFRJ, mas espera identificar segmentos da universidade onde o quadro de representatividade racial seja crítico. “Vamos supor que em uma unidade há 30% de alunos negros, 15% de técnicos e 2% de professores. Há algo discrepante aí. Significa que a entrada de professores negros naquele centro é uma entrada elitizada”, explicou.

Em sintonia com o que pensa Vantuil, a presidente da AdUFRJ, Eleonora Ziller, vê como positiva a maneira como as pautas raciais ganharam importância dentro do movimento sindical, e defendeu a importância do debate que a pesquisa vai promover. “Considero que estamos vivendo um momento importante, e a AdUFRJ quer muito fazer parte desse processo de pensar e construir novas possibilidades de ação, de forma a fazer um sindicalismo novo, que possa estar à altura das respostas necessárias do tempo presente”, disse.

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