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WhatsApp Image 2020 08 26 at 18.10.46A tecnologia apresenta novos desafios e novas possibilidades, mas a necessidade de defender a Educação e a Cultura permanece igual. Esse foi o tom do último Parangolé da Cultura na Universidade, evento organizado pelo Centro de Ciências Jurídicas e Econômicas, no dia 25.
“A nossa luta vai ter que continuar, porque ela não começou na pandemia”, disse Miriam Struchiner, do Laboratório de Tecnologias Cognitivas (LTC/NUTES) da UFRJ. A docente apontou que as principais dificuldades da Educação não se resumem ao ensino remoto. “A gente está vivendo muitos retrocessos.    
A nossa luta não está na tecnologia, está além dela. O que nós não podemos nesse momento é esmorecer”, completou.
A utilização dos meios digitais, ainda inédita para a maioria dos docentes, deve ser pensada como um aspecto a mais na produção de conhecimento. “Quando incorporamos as tecnologias ao processo educacional, precisamos entender que não se trata de transpor o presencial para o remoto, mas sim de uma linguagem nova”, frisou Miriam.
A professora entende que alguns colegas julguem a experiência do ensino remoto como uma ameaça ao modelo presencial, mas salientou que a Universidade não pode ficar para trás. “A cultura digital já está inserida no processo educativo, queiramos ou não, pois ela está na sociedade. Mas o processo educativo também precisa contribuir com a cultura digital, e estar inserido nela”, concluiu
Alexandre Pilati, do Instituto de Letras da UnB, também entende que as novas tecnologias devem ser aproveitadas para a produção de alternativas. “A tecnologia possibilita algumas coisas que podemos explorar para ter um alcance maior da Universidade”, disse. “O principal desafio é que a tecnologia ainda guarda uma tendência à unilateralização do processo de transmissão do conhecimento”, lembrou. Segundo ele, é preciso desenvolver mecanismos para vencer essa limitação e democratizar o espaço de ensino.
“A tecnologia em si não vai salvar nem condenar ninguém. Mas a maneira como ela se relaciona com a infraestrutura desse mundo em que a gente vive é o que vai fazer toda diferença”, afirmou Pilati.
A rica elaboração de alguns conteúdos já disponíveis na internet contribuiu para a preparação de aulas remotas de Felipe Rosa, vice-presidente da AdUFRJ e professor do Instituto de Física. O docente também é um entusiasta do aperfeiçoamento do ensino tradicional com a ajuda das inovações tecnológicas. “É incrível como as equações e os conceitos podem ganhar vida com ajuda de animações, trechos de filmes e outros recursos virtuais”.
Maria Cecília Chaves, professora da Faculdade de Administração e Ciências Contábeis, reforçou o argumento. A docente lamentou o ano letivo “quase inteiramente perdido”, mas vê potencial para crescimento. “O importante é que a gente aprenda tudo aquilo de positivo para agregar novas possibilidades no futuro”.

ARTE É REFLEXÃO
A professora Martha Werneck, da Escola de Belas Artes da UFRJ, pontuou a relevância da cultura durante a pandemia. “Quando trabalhamos com novas tecnologias e percebemos a imagem como conhecimento, começamos a sacar como podemos usar isso melhor”, disse a docente. Martha defende a arte como um ambiente educativo essencial. “As pessoas precisam de mais arte nesse momento, porque a arte é um escape. Mas não um escape do mundo, ela é uma reflexão de como o mundo está”.
De fora da UFRJ, veio uma solicitação para a universidade dialogar com todas as camadas populares, a exemplo da Cultura. “A principal discussão social que nós precisamos fazer é: de que maneira a gente consegue pluralizar o nosso conhecimento para abrir mais mentes?”, indagou Deivid Domênico, compositor e cantor de samba do Rio de Janeiro. “Ou a gente começa a discutir a democracia por baixo, e começa a ouvir quem mais precisa, ou a coisa vai ficar complicada”, afirmou.

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