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online 3412498 640Imagem de Mudassar Iqbal por PixabayAté o fim de setembro, 54 das 69 universidades federais terão retomado as aulas em meio remoto. As demais ainda discutem o calendário. E nenhuma decidiu pelo retorno presencial das atividades acadêmicas. A informação foi divulgada em uma coletiva de imprensa virtual pela diretoria executiva da associação de reitores, a Andifes, no dia 20.
A opção pela oferta das aulas em meio virtual, argumentaram os reitores, não é a ideal, mas a melhor dentro das circunstâncias da pandemia. “Já tive essa experiência de ensino remoto, mesmo antes da pandemia. É uma situação nova para grande parte dos docentes e dos estudantes. Mas certamente possível”, disse Joana Angélica, reitora da Universidade Federal do Sul da Bahia. “Acho que vamos ter problemas, sim, mas acredito que manter as atividades remotas neste momento trará muito mais vantagens do que prejuízos”, completou.
“É uma anormalidade sem precedentes. O que o setor da Educação como um todo está fazendo é adotar uma estratégia de redução de danos”, reforçou o reitor Paulo Burmann, da Universidade Federal de Santa Maria.
Os dirigentes negaram que as universidades tenham demorado a abordar a questão do ensino remoto. “Será que demoramos? As universidades públicas tinham que oferecer um sistema que não abrisse mão da qualidade e fosse absolutamente inclusivo. Justamente por isso, precisou ser construído dentro desse espaço de tempo”, afirmou Marcus David, reitor da Universidade Federal de Juiz de Fora.
APOIO INSUFICIENTE DO MEC
A inclusão digital, enfatizaram os reitores, não tem contado com o devido apoio do MEC. Questionado sobre o programa de distribuição de chips aos alunos anunciado pelo ministério esta semana (leia mais AQUI), o presidente da Andifes, professor Edward Brasil, criticou: “O auxílio claramente não é suficiente. Ele se propôs a atender à faixa de estudantes de famílias com renda per capita de até meio salário mínimo. Sabemos que a camada da faixa de renda imediatamente acima foi muito afetada”, disse. De cada quatro estudantes das universidades federais, o reitor informou que três são de baixa renda e um deles é de baixíssima renda — o público atendido pelo programa do MEC. “As universidades terão que fazer esforço extra para viabilizar a conectividade e também em relação a equipamentos”.
A Andifes voltou a se manifestar contra a proposta do governo de redução linear de 18,2% do orçamento discricionário das universidades para 2021. As instituições perderiam R$ 1 bilhão de verbas para custeio e investimento. E num contexto em que as despesas serão maiores, em função da pandemia. “Em condições normais, o mesmo orçamento já traria dificuldades. Com 18,2% a menos, em condições normais, seria inviável funcionar. Em condições de pandemia, é simples concluir que nenhuma universidade suporta uma redução dessa magnitude”, afirmou Edward.

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