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“Nós perdemos vidas. Perdemos a capacidade do exercício do nosso conhecimento. Nós sabíamos o que fazer e não pudemos fazer”, declarou Ligia Bahia, professora do Instituto de Estudos em Saúde Coletiva, IESC, ex-vice-presidente da AdUFRJ e atual secretária regional da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência. “Temos um sistema de políticas públicas completamente fragmentadas e desarticuladas”, completou a docente no dia 21, no Festival do Conhecimento, durante palestra sobre o impacto da pandemia sobre as favelas.
“A desigualdade social não pode virar uma política pública. Política pública é superar as desigualdades de maneira concreta e eficaz, resguardando a vida daqueles que vivem na favela e na periferia”, disse a deputada estadual Renata Souza, autora do Projeto de Lei que criou o Plano Emergencial de Enfrentamento da Covid-19 nas favelas,
“O governo federal foi na contramão de tudo que observamos que deu certo em outros países”, afirmou Gulnar Azevedo, professora da UERJ e Presidente da Associação Brasileira de Saúde Coletiva. A docente ressaltou alguns pontos do Plano Nacional de Enfrentamento à Pandemia, formulado por um conjunto de organizações que compõem a Frente Pela Vida. “O que está acontecendo em algumas cidades são medidas individualizadas. A gente percebe a falta de integração, o que só piora a condição da pandemia”, pontuou.
Marcelo Burgos, diretor do Departamento de Ciências Sociais da PUC-Rio, comentou as razões da iniciativa. “Esse plano surge quando começamos a nos dar conta de que os poderes públicos não estavam formulando nenhuma política específica para as favelas”, lembrou o professor. Segundo ele, não há surpresa com o fato, pois as favelas entraram em uma zona de invisibilidade. “Essa derrota vem de muito antes, e passa pelo abandono de um pacto citadino construído entre os anos 80 e 90”, completou.

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