facebook 19
twitter 19
andes3
 

filiados

Voz potente sobre o tema da diversidade, a professora da Escola de Comunicação e primeira trans a completar o doutorado pela UFRJ, Dani Balbi participou do Festival  do Conhecimento e mostrou que a diversidade ainda está muito distante. “O projeto de exclusão sistemática das demandas reais de conjuntos e segmentos diversos da população vai ao encontro do projeto politico e ideológico vigente”, analisou a docente que, no dia 17, participou da mesa  “Pandemídia: Comunicar a diversidade”.
A docente acredita que existe uma narrativa midiática mentirosa sobre um Brasil homogêneo, onde a diversidade é celebrada. “Esse Brasil não existe”, criticou.
O Festival tratou o tema da diversidade e do preconceito  em várias mesas, como a do dia 21, “Conhecimentos, ativismos e subversão do normativo”, com  Mônica Benício, militante de Direitos Humanos e ativista LGBTI+.  “A gente está falando do país que mais mata pessoas trans no mundo. É isso que a gente chama de normal?”.
Para Mônica, a subversão à normalidade é uma afronta ao sistema. “Nós, LGBTS, somos lidos pela sociedade como os corpos que são os anormais, fora da norma”, contou. “Por si só, a nossa existência é uma afronta às normas da sociedade postas hoje”, afirmou.
A ativista é viúva de Marielle Franco, vereadora assassinada em março de 2018. “Entender o que está por trás do assassinato da Marielle é algo que dialoga muito com o sistema opressor e estrutural/estruturante da nossa sociedade”, explicou Mônica. Ela elogiou o Festival pela promoção do debate. “Para que a gente possa compreender que existe um sistema que está colocado em ordem, mas também existe um outro que está querendo fazer uma subversão dessa dita lógica normal”.
Drag queen e pessoa com deficiência, a produtora cultural Severa Paraguaçu representou o Fórum de Ciência e Cultura da UFRJ no debate. Ela abordou, em uma perspectiva histórica, as raízes do normativo na sociedade. “A República e a democracia são processos”, disse.”A República tem uma estrutura que vem do século 18,construída pelas revoluções liberais”, explicou.   
Severa observou que o país apresenta vários problemas de politização.“É um terreno estéril, advindo de uma politica eleitoreira baseada em uma dinâmica de privilégios e carências”, afirmou. “Nosso trabalho é transformar esse terreno estéril em terreno fértil”, concluiu.

Topo