facebook 19
twitter 19
andes3
 

filiados

WEB menor 1124 p5Reprodução da internetGael, de apenas 2 anos, não sabe o que é coronavírus. Não tem noção do que está acontecendo no mundo. Fica feliz por estar mais tempo com os pais. Mas sente saudades de seus coleguinhas e do colégio, na Vila da Penha. “Às vezes, ele pega a mochila que está no guarda-roupa e coloca nas costas”, explica a mãe, Bianca Fernandes.
Para atenuar os efeitos do confinamento, a solução tem sido realizar atividades que os docentes postam no grupo virtual da escola. E, neste caso, Gael representa um dos desafios que os educadores enfrentam fora das salas de aula.
A mãe de Gael entende do assunto. Ela também é professora da rede municipal, só que no EDI Buriti Congonhas, em Madureira. De forma espontânea, resolveu postar uma brincadeira com massinha caseira no grupo do Facebook da escola. Feliz com o retorno de alguns pais, decidiu incluir uma atividade por semana, o que incentivou outros docentes. “Não vemos isso como uma forma de EaD.Não houve pressão da direção da escola”, enfatiza. Bianca discorda de qualquer tentativa oficial para tornar obrigatória a educação a distância. “Creio que 70% dos meus alunos não teriam nenhum acesso”, afirma.
O Sindicato Estadual de Profissionais de Educação (Sepe) também não vê problemas em atividades espontâneas criadas entre professores e alunos. “É importante manter os vínculos, mas não é continuidade do ano letivo”, destaca Duda Quiroga, coordenadora do Sepe na capital.
O problema é a tentativa de imposição da EaD pelos governos estadual e municipal. “Não pode normatizar algo que ignore as condições concretas tanto dos alunos como dos professores. Temos de rediscutir o ano letivo quando sair da pandemia”, afirma Duda.
Na rede estadual, critica a dirigente, a secretaria de Educação tenta migrar as aulas para um ambiente virtual criado pela Google, o “Google Classroom”.
Para os docentes que acessarem a ferramenta eletrônica, o sindicato solicita verificar a presença dos alunos. O objetivo é que o Sepe possa denunciar o número “limitado” de estudantes ao Ministério Público
Na educação básica, técnica e tecnológica federal, a polêmica já foi judicializada. Algumas instituições de ensino vinculadas ao Ministério da Defesa estão exigindo o comparecimento de educadores para a realização de aulas online. O Sinasefe, sindicato dos profissionais do segmento, ingressou com uma ação contra a União na segunda-feira, 13. O caso está na 21ª Vara Federal de Brasília (DF).

ENSINO PARTICULAR
Entre os educadores da rede particular básica e universitária, a situação também é bastante difícil. Elson Simões, diretor jurídico do Sinpro, que congrega os profissionais deste segmento, explica que a Medida Provisória nº 936 da redução da jornada e dos salários criou uma pressão imediata sobre a categoria para fazer EaD. O Sinpro está orien  tando os docentes a assinarem um contrato, no caso de cessão de imagem e voz, limitada ao período da pandemia e apenas para as turmas que o professor já ensinava: “Fizemos esse contrato para proteger um pouco o professor”, diz Elson.

Topo