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WhatsApp Image 2023 08 04 at 20.39.16 3Fotos: Fernando SouzaO auditório Quinhentão do Centro de Ciências da Saúde ficou lotado para recepcionar a ministra de Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, no dia 31 de julho. A maciça mobilização, mesmo no recesso letivo, demonstrou o inegável apoio da UFRJ para a titular da pasta. O cargo é cobiçado por partidos do Centrão interessados apenas na exposição política, sem nenhum compromisso com o setor.
No xadrez de Brasília, o Partido Progressistas (PP) e o Republicanos pressionam o governo por ministérios em troca de apoio no Congresso. O MCTI é um dos alvos. Lula já admite mudanças no primeiro escalão para acomodar as siglas, mas ainda não definiu quais. A resposta deve ser dada na próxima semana.
Se dependesse da UFRJ, seria um sonoro “não”, no caso da Ciência. “Este ministério, para nós, vale ouro”, disse o reitor Roberto Medronho. “Todo o trabalho que está sendo feito em prol da ciência, tecnologia e inovação desse país não pode ser objeto de negociação para a governabilidade. Compreendo que ela é necessária para aprovar as grandes pautas, mas Saúde, Educação e Ciência, Tecnologia e Inovação não são áreas que podem ser negociadas. É simples assim”, completou.
O dirigente destacou o auditório cheio para ouvir a palestra. “Estamos em férias, ministra, e veja este auditório, que está cheio e com pessoas de pé”, afirmou. “A UFRJ estará na linha de frente em defesa do MCTI, pois acreditamos e confiamos no seu trabalho e de sua equipe. Por isso, não queremos que haja mudança”.WhatsApp Image 2023 08 04 at 20.39.16 2
O anfitrião não foi o único a expressar esta vontade. “Desejamos que este trabalho continue para juntos reconstruirmos o país”, reforçou o professor Roberto Rodrigues, reitor da Universidade Rural do Rio de Janeiro. Além dele, representantes de todo o sistema de educação superior e pesquisa do estado prestigiaram a ministra. Estava todo mundo lá: o presidente da Finep, Celso Pansera; o presidente da Faperj, Jerson Lima; a secretária municipal de Ciência e Tecnologia, Tatiana Roque; diretores de institutos de pesquisa, dirigentes de outras universidades e políticos ocuparam assentos na mesa e no auditório.

APRESENTAÇÃO
Em sua apresentação, Luciana Santos retribuiu o carinho recebido na UFRJ. “O Brasil definitivamente voltou. E nós estamos aqui para gritar em alto e bom som que a Ciência também voltou”, afirmou Luciana. “E que as universidades não são espaços de balbúrdia como se dizia no governo anterior. Pelo contrário, para nós, é o espaço da excelência, da inteligência brasileira. Viva a universidade pública brasileira!”.
Em apenas sete meses do atual governo, os avanços na pasta são significativos. Além da retomada do diálogo com a comunidade científica, com a reinstalação do Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia, houve a correção dos valores das bolsas da Capes e do CNPq, beneficiando 258 mil estudantes; o lançamento de editais de pesquisa no valor de R$ 590 milhões e um concurso com 814 vagas para recompor os quadros técnicos das unidades de pesquisa do ministério. “Há mais de dez anos que não havia um concurso público”, informou Luciana.
A ministra mencionou ainda a recomposição integral do Fundo Nacional do Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT), sempre contingenciado na gestão anterior. Agora, o fundo dispõe de R$ 10 bilhões para investimentos em 2023. “A recomposição do fundo nos permite avançar na construção de um país inclusivo e sustentável através da ciência, tecnologia e inovação”.
Em relação às universidades e institutos de pesquisa, outra boa notícia. A ministra anunciou que o governo irá destinar R$ 3,6 bilhões, nos próximos três anos, para reverter o cenário de sucateamento das instituições através do programa Proinfra, que é gerido pela Finep. “Somente este ano, já empenhamos R$ 380 milhões com este objetivo”.
“Eu, como primeira mulher à frente do ministério da Ciência e Tecnologia do Brasil, quero dizer que a Ciência voltou. E, como a gente diz em Pernambuco, voltou ‘de com força’”, encerrou, aplaudida de pé pelo público.
A palestra do dia 31 tinha o sugestivo título de “Novos Tempos para a Ciência e Tecnologia no Brasil”. E tudo que a UFRJ quer é não voltar aos velhos e nada saudosos tempos de gente sem comprometimento com a pesquisa científica. Fica, ministra Luciana!

Ministra recebe documentos do Observatório do Conhecimento

WhatsApp Image 2023 08 04 at 20.39.16 1Antes da palestra no Quinhentão, a ministra Luciana Santos recebeu uma pasta com documentos produzidos pelo Observatório do Conhecimento. “Apresentei o Observatório e falei de nossa agenda em Brasília”, disse a professora Mayra Goulart, vice-presidente da AdUFRJ e coordenadora da rede de associações e sindicatos docentes que defendem a universidade pública, além da liberdade acadêmica.
O secretário-executivo do MCTI, professor Luis Fernandes, e o chefe de gabinete do ministério, Rubens Diniz, também ganharam cópias dos documentos. Entre os papéis, destaque para o Orçamento do Conhecimento: o estudo registra as perdas registradas nas receitas das universidades e institutos de pesquisa desde 2014. Em termos reais, os recursos despencaram de R$ 40 bilhões para R$ 21,07 bilhões neste ano. Ou seja, o equivalente a apenas 53% do valor de nove anos atrás.WhatsApp Image 2023 08 04 at 20.39.16
No próximo dia 23, na capital federal, haverá uma confraternização pelos quatro anos de fundação do Observatório. Os representantes do MCTI foram convidados. “Luis Fernandes, que já conhecia o trabalho do Observatório, disse que pretende comparecer ao evento, assim como a ministra”, afirmou Mayra. A data também marcará o lançamento da Frente Parlamentar em Defesa das Universidades Públicas.

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