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WhatsApp Image 2023 04 14 at 10.15.00Foto: Zô GuimarãesPredominou o tom moderado no primeiro debate entre as candidaturas que disputam a reitoria da UFRJ. A Chapa 10 "UFRJ para Todos", dos professores Roberto Medronho e Cássia Turci, representa o campo político da atual administração central da universidade. Já a Chapa 20 "Redesenhando a UFRJ", dos professores Vantuil Pereira e Katya Gualter, integra o campo de oposição à atual gestão da UFRJ. O debate aconteceu no Salão Pedro Calmon, do histórico Palácio Universitário da Praia Vermelha. A mediação foi realizada pelo presidente da Comissão Coordenadora da Pesquisa à universidade, professor Eduardo Mach. As eleições para a reitoria acontecem nos dias 25, 26 e 27 de abril.

Os dois pontos de divergência entre as chapas, evidenciados no debate, são as posições sobre a concessão da área da Praia Vermelha para a construção do novo "Canecão" e a contratualização da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares para gerir as unidades de saúde da UFRJ.

A Chapa 20 é contrária a ambos. "A Chapa 20 recusa qualquer perspectiva privatista. Entendemos que o 'Viva UFRJ' e a Ebserh são projetos que ferem de morte a nossa instituição", disse Vantuil Pereira. Nesse momento, os estudantes se manifestaram contra os dois projetos.

"O reitor não é um tirano. É alguém que respeita as decisões dos seus colegiados", rebateu a professora Cássia Turci. O professor Roberto Medronho, candidato a reitor da chapa, completou: "O Conselho Universitário decidiu abrir as negociações com a Ebserh, a partir de pedido de todos os diretores dos hospitais universitários, de aprovação da Congregação da Faculdade de Medicina e do Conselho do Centro de Ciências da Saúde. Afirmo que nenhuma decisão será tomada fora do rito da gestão democrática da UFRJ. E o leilão da área onde funcionará o novo equipamento cultural da Praia Vermelha já aconteceu", ponderou. "Se quebrarmos o contrato, quem vai pagar a multa rescisória, que é milionária? A UFRJ? Precisamos ter responsabilidade".

Vantuil Pereira replicou: "O Conselho Universitário autorizou a abertura de negociações com a Ebserh, não a contratualização. Eu quero ler esse contrato antes de decidir sobre ele", disse. O candidato, no entanto, não falou sobre alternativas ao atual projeto de construção da casa de espetáculos.

O início do debate foi definido por sorteio. A Chapa 20 foi a primeira a falar. O professor Vantuil Pereira se apresentou como fruto do Programa de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni). "Sou professor da UFRJ desde 2009. Sou, portanto, filho do Reuni".

O professor Roberto Medronho apresentou sua trajetória na UFRJ desde 1977, quando ingressou como estudante. "Sou filho da escola pública e temos longa experiência administrativa na nossa universidade, eu e a professora Cássia".

Sobre infraestrutura, o professor Roberto Medronho propôs a modernização do Sistema de Bibliotecas da universidade. Já a professora Katya Gualter, candidata a vice-reitora pela Chapa 20, propôs a modernização da TIC e um projeto de expansão que conclua obras iniciadas em 2007, pelo Reuni. O debate completo está no canal da UFRJ no Youtube.

Texto atualizado às 15h55 do dia 14/4

CASA CHEIA PARA ACOMPANHAR OS REITORÁVEIS EM MACAÉ

No Centro Multidisciplinar de Macaé, as duas chapas também foram representadas com os candidatos a reitor e as candidatas a vice-reitora. Pela Chapa 10, debateram o professor Roberto Medronho e a professora Cássia Turci. Pela Chapa 20, o professor Vantuil Pereira e a professora Katya Gualter. A atividade aconteceu no dia 12 de abril.

Por sorteio, a Chapa 20 iniciou o primeiro bloco do debate. A professora Katya, candidata a vice-reitora, defendeu a expansão de cursos na UFRJ. "Em 1993, integrei a equipe proponente dos cursos noturnos da UFRJ. Em 2007, integrei a equipe proponente dos cursos Reuni", contou.

Já o professor Vantuil defendeu a reformulação dos espaços de decisão da universidade e revelou que o pró-reitor de Extensão de sua eventual equipe será um docente de Macaé. "É preciso dar a Macaé o espaço de poder com representação nas pró-reitorias. Nós teremos um pró-reitor de Extensão de Macaé", afirmou.

Ao longo do debate, a Chapa 20 reforçou posições em apoio à diversidade, apresentou propostas sobre gênero e raça, criticou a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) e citou a criação de fóruns permanentes de diálogo com os três segmentos da universidade - professores, técnicos e estudantes. No entanto, demonstrou pouco conhecimento sobre assuntos específicos da área da Saúde e sobre os problemas enfrentados pelo campus Macaé.

Os candidatos da Chapa 10, por sua vez, relembraram a atuação em parceria com Macaé na implantação de cursos e na superação da crise enfrentada pela Medicina de Macaé, entre 2011 e 2013. "Estivemos aqui há duas semanas e estaremos sempre que for possível, como sempre fizemos, eu e a professora Cássia", frisou o professor Roberto Medronho.

O docente destacou sua atuação durante a pandemia que teria tido como consequência um conhecimento mais profundo da universidade. "Pude conhecer toda a excelência acadêmica de todas as unidades em todos os campi desta universidade. Foi uma das coisas que me deu forças para estar hoje aqui me propondo a ser candidato a reitor".

A chapa também defendeu a inclusão, o acolhimento a estudantes, mas citou a importância de incentivar a área de inovação e de internacionalização da universidade. A chapa revelou ter propostas para superar as dificuldades de infraestrutura ainda enfrentadas pela comunidade acadêmica de Macaé. "Precisamos expandir a pós- -graduação aqui em Macaé, atuar na formação de professores e criar laboratórios e espaços de pesquisa multiusuários", disse a professora Cássia. "Bons laboratórios da graduação vão gerar bons estudantes de pós-graduação", concluiu.

O Jornal da AdUFRJ ouviu a avaliação dos candidatos sobre o primeiro debate entre as chapas e sobre as prioridades da campanha

ENTREVISTA I PROFESSOR ROBERTO MEDRONHO, CANDIDATO A REITOR PELA CHAPA 10

“TEMOS MUITA INTERLOCUÇÃO COM O GOVERNO FEDERAL E JÁ ESTAMOS FALANDO COM ALGUMAS PESSOAS EM BRASÍLIA”

WhatsApp Image 2023 04 14 at 14.13.07 5Jornal da AdUFRJ – Qual sua avaliação sobre o debate de hoje?
Roberto Medronho
– Foi um debate muito respeitoso, em que as divergências foram ressaltadas, e vai ajudar muito nossos professores, técnicos-administrativos em educação e discentes a escolherem o melhor nome para gerir essa universidade pelos próximos quatro anos. Temos convicção de que nós, da chapa 10, apresentamos de forma muito clara as nossas proposições. Uma chapa que se propõe a gerir a maior universidade federal desse país, uma das melhores, não pode apenas dizer se é contra algo. Tem que apresentar propostas. Nós temos um programa feito a muitas mãos, que está sendo aperfeiçoado.

Tem algum destaque sobre o ponto mais alto e mais baixo do debate?
Não. Eu acho que o debate foi bem equilibrado. Conseguimos mostrar todas as nossas principais propostas – e por isso pedimos que as pessoas nos sigam.

O que destaca entre as suas propostas?

Nós precisamos investir muito em PNAES, precisamos ter alojamento, ter restaurante universitário em todos os campi. Nós precisamos dar café da manhã em todos os restaurantes universitários. E, enquanto não temos alojamento para todo mundo, temos que sublocar leitos ociosos na rede hoteleira para que nós consigamos, a um preço justo, ter uma adequação para receber esses alunos. Precisamos ampliar as bolsas de ações afirmativas, porque só 20% estão sendo atendidos. Temos o problema grave da infraestrutura. E vamos buscar orçamento não só no MEC, mas no Ministério da Saúde e em todos os ministérios, nos governos estadual e municipais onde temos campi. Enfim, temos enormes desafios, mas a UFRJ vive um momento histórico de conseguir, por meio de uma maior interlocução com o governo federal, aumentar o orçamento e conseguir ajudar na reconstrução do país. Temos muita interlocução com o governo federal e já estamos falando com muitas pessoas em Brasília.

O senhor considera que houve um vencedor no debate?
A democracia saiu ganhando. Os grandes vencedores foram o debate franco de ideias, a comunidade acadêmica, a autonomia e a democracia universitárias.

ENTREVISTA I PROFESSOR VANTUIL PEREIRA, CANDIDATO A REITOR PELA CHAPA 20

“ESTA UNIVERSIDADE NÃO PODE SE FECHAR MAIS AO CONJUNTO DE PESSOAS NOVAS QUE ESTÃO AQUI”

WhatsApp Image 2023 04 14 at 14.13.08Jornal da AdUFRJ – Qual sua avaliação sobre o debate de hoje?
Vantuil Pereira –
Foi um debate muito positivo, que marcou a diferença entre as chapas, em que pese a tentativa da outra chapa de não se colocar como situação. Parecia um discurso de oposição, que aponta muita coisa a fazer, mas sem balanço do que foi feito. Nós apresentamos questões fundamentais da nossa chapa. Afirmamos a democracia, a necessidade de incorporação de Macaé e Caxias nos nossos conselhos, de abraçar esses campi em espaços de poder, como as pró-reitorias, bem como a questão vinculada à nossa autonomia universitária. Defendemos que o orçamento da União, as emendas parlamentares e o orçamento próprio são os meios para que a universidade rompa uma tendência privatizante que está em curso na nossa instituição. Por fim, demos o nosso recado que esta universidade não pode se fechar mais ao conjunto de pessoas novas que estão aqui: pessoas negras, pobres, mulheres, travestis, trans, com deficiência e que é preciso, portanto, a universidade ter um olhar generoso sobre esses grupos.

Tem algum destaque sobre o ponto mais alto e mais baixo do debate?
É sempre difícil dizer. Mas eu acho que o ponto mais alto foi a nossa defesa em relação à diversidade, vinculada à autonomia universitária.

O que destaca entre as suas propostas?
Esse olhar para o passado saudoso da UFRJ é um olhar que sempre privilegiou alguns grupos. É preciso romper com isso, estamos num novo momento histórico. Temos o compromisso com a assistência estudantil, com a diversidade, com a democratização e com a afirmação da nossa autonomia universitária. Autonomia não se afirma na fala, se afirma no cotidiano. Então, qualquer tendência privatizante a gente entende como forma de enfraquecer a nossa diversidade e a nossa democracia. Não há uma prioridade, mas um conjunto de prioridades nas nossas propostas.

O senhor considera que houve um vencedor no debate?
A democracia sempre ganha. Havia uma tendência de ter chapa única. Hoje somos duas chapas competitivas. O debate político é uma riqueza da democracia.

 

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