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WhatsApp Image 2023 01 13 at 20.06.04Fotos: Fernando SouzaIgor Vieira

"Sem anistia! Sem anistia!”. O grito de indignação ecoou na Cinelândia lotada, repetidas vezes, um dia após os ataques terroristas bolsonaristas na Praça dos Três Poderes. Mas não só. Brasil afora, milhares de manifestantes cobraram a responsabilização de todos aqueles que, sem aceitar as regras da democracia, destruíram símbolos nacionais em busca de um golpe de Estado.
“O ato, com muita gente, é importante, assim como a presença de entidades como o Sintufrj, o DCE Mário Prata e outras organizações e movimentos sociais, para mostrar a capacidade de resposta e de organização da sociedade civil diante de acontecimentos como os de domingo”, disse a professora Mayra Goulart, vice-presidente da AdUFRJ. “Me preocupa muito que ainda existam, na sociedade, grupos favoráveis à intervenção militar. Hoje, passamos a mensagem da importância do jogo democrático e da alternância de poderes”.WhatsApp Image 2023 01 13 at 20.06.04 1
O professor Ricardo Medronho, também diretor da AdUFRJ, reforçou: “Estão ocorrendo manifestações a favor da democracia no Brasil inteiro e em mais de 10 países. As ruas estão cheias, como aqui no Rio, mesmo com chuva”. Medronho defendeu a prisão dos envolvidos, “junto com quem os financiou e com os responsáveis por não proteger Brasília”.
“Sofremos uma violência, que foi uma tentativa de golpe, feita por vândalos bolsonaristas radicais. Foi um ato terrorista planejado, organizado e financiado”, afirmou a professora Maria Paula Araújo, do Instituto de História da UFRJ. “É importante a UFRJ estar aqui, até porque nossa reitora vai estar no Ministério da Educação. Com a instituição aqui, os alunos e professores, damos sustentação a um governo esclarecido”.
WhatsApp Image 2023 01 13 at 20.06.55O professor João Paulo Sinnecker, do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF), também refletiu sobre o papel do educador. “Temos um papel de destaque na promoção da democracia. Temos que passar os valores democráticos para os mais jovens. Somos formadores de opinião e de futuros profissionais”.
O deputado federal Reimont (PT-RJ) avaliou o ato de forma positiva. “A cidade do Rio de Janeiro, lotando a Cinelândia, dá uma resposta à invasão do domingo. Já temos uma resposta contundente do governo, do Congresso, do STF e das forças de segurança nacionais.”
Entre os cidadãos que transformaram a Cinelândia em um mar de guarda-chuvas, Michel Martins, professor de Geografia de escolas particulares, expressou sua indignação com os episódios do fim de semana. “Estamos aqui para defender a democracia contra a força desagregadora fascista. A invasão do domingo foi o último ato, até agora, de algo que estava sendo plantado desde as ocupações dos quartéis”.

REPÚDIO
Diversas entidades, movimentos sociais e universidades, como a própria UFRJ, repudiaram os atos em declarações e manifestos na mídia e nas redes. Entre elas, a Associação Brasileira de Imprensa (ABI), a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), a Central Única dos Trabalhadores (CUT), a União Nacional dos Estudantes (UNE), e a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). “A tentativa do candidato vencido nas eleições de outubro e de parte de seus apoiadores de desqualificar a voz do eleitorado brasileiro deve ser repudiada por todos nós. Apelamos a todos para que se manifestem em defesa da democracia, nas ruas, se possível, sem aceitar qualquer provocação dos inimigos do Estado de Direito”, diz a carta de repúdio da SBPC, em conjunto com mais de 80 entidades.

A ARTE SE MANIFESTA

WhatsApp Image 2023 01 13 at 20.06.55 1Vestindo a camisa do Brasil e com um crânio de gado na cabeça, o artista visual João Maturo fazia uma performance ao se colocar atrás das grades que carregava a tiracolo. “É uma manifestação de indignação com tudo que aconteceu nesses quatro anos de barbárie e infelizmente, continua acontecendo. Eu sou apaixonado pelo meu país, e é um absurdo ver esses falsos patriotas se apropriando dos nossos símbolos nacionais, tão bonitos, para destruir o Brasil de verdade”.

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