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bandeira adufrjComecemos pelas boas novas. Empenhada em minimizar o pesadelo kafkaniano que cada docente enfrenta ao pedir a progressão funcional, a diretoria da AdUFRJ tem duas notícias alvissareiras. A primeira é prática. Vamos contratar uma assessoria que irá auxiliar os professores nos processos de promoção. A ideia é ajudar na coleta de documentos, na formatação do relatório de atividades e na tramitação no Sistema Eletrônico de Informações (SEI) da universidade. O serviço será gratuito para todos os sindicalizados.

Ainda na novela das promoções funcionais, o novo capítulo é complicado, mas estamos esperançosos. Queremos reverter os prejuízos impostos aos professores pela resolução do Conselho Universitário que limita os efeitos financeiros e acadêmicos de cada avanço na carreira. Na manhã do dia 9, pouco antes da derrota do Brasil na Copa, participamos de reunião com integrantes da Comissão Permanente de Pessoal Docente (CPPD). O departamento jurídico da AdUFRJ estava presente e enfatizou a ilegalidade das mudanças feitas pelo Consuni.

No encontro, solicitamos à CPPD uma interpretação menos restritiva da legislação vigente. Um ponto de partida seria o mapeamento de processos iniciados antes das resoluções de 2020. Avaliamos que foi uma reunião produtiva e que conseguimos sensibilizar os colegas da CPPD. Após o encontro, apresentamos à Comissão e à reitora um recurso para revogar as medidas do Consuni.

As boas novas ficam por aqui. A semana foi infernal em todos os campi e unidades da UFRJ. Os bloqueios orçamentários ganharam contornos dramáticos. Trabalhadores terceirizados da limpeza, da segurança e do bandejão estão sem receber salários e sem perspectiva de ganhar o 13°, obrigação mínima e legal de todo patrão. Somos solidários a eles e reconhecemos a crueldade de sacrificar o elo mais frágil da comunidade acadêmica às vésperas do Natal.

No decorrer da semana, no entanto, o que era um drama virou dois. Em solidariedade aos terceirizados, o Diretório Central dos Estudantes bloqueou os acessos aos bandejões. Resultado, o IFCS, por exemplo, teve que cancelar as aulas e retomar o remoto. No Fundão, o bloqueio, de um lado, deixou os alunos mais vulneráveis da universidade sem comida. Do outro, reteve mais de 1.500 refeições já preparadas.

O complexo cenário mobilizou todas as entidades representativas da universidade, e após intensa negociação com mediação da AdUFRJ, a reitoria assumiu a tarefa de distribuir as refeições para os moradores do alojamento.

A diretoria da AdUFRJ ressalta que respeita a autonomia e a independência dos movimentos, e repudia qualquer espécie de tutela de uma categoria sobre outra. Entendemos que os trabalhadores têm o direito de cruzar os braços quando não recebem salários, mas discordamos que os alunos assumam a mobilização dos terceirizados, bloqueiem o bandejão, desperdicem comida e deixem os colegas com fome.

Isso sem falar de nossa perplexidade quando, na manhã de quinta-feira, recebemos o pedido de ajuda do DCE para comprar quentinhas para os estudantes. Como assim? Eles bloqueiam o acesso dos colegas e os professores viram cúmplices do desperdício e custeiam financeiramente a redução de danos políticos do movimento estudantil? Não nos parece razoável.

Mas, como o destino, por vezes, é inimigo da insensatez, amanhecemos a sexta-feira com o impasse razoavelmente resolvido e a notícia de que o desastroso governo Bolsonaro começara a devolver o dinheiro das universidades. Que assim seja, com bom senso, solidariedade, luta e respeito.
Boa leitura !

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