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bandeira adufrjJoão Torres
Presidente da AdUFRJ

Estamos no estertores de um governo covarde. No apagar das luzes (retificando, no final das trevas, porque não houve luz nenhuma na gestão Bolsonaro), o Ministério da Economia saqueou os últimos centavos das universidades brasileiras.
Da UFRJ, bloquearam R$ 15 milhões, no primeiro momento. E ainda não repassaram mais R$ 19,3 milhões que seriam usados para pagar bolsas estudantis, bandejão, trabalhadores da segurança, da limpeza e todas as despesas de dezembro.
Não sabemos se isso revela a inépcia de um governo que foi eleito assegurando que iria aumentar a eficiência da administração pública ou se faz parte das estratégias que a extrema direita utiliza para semear a confusão no debate público.
Inépcia ou estratégia, o corte se insere muito bem na luta do bolsonarismo contra as instituições públicas, pois quem realmente depende delas são as parcelas mais vulneráveis da sociedade brasileira. No caso específico dos cortes na universidade, os mais afetados são os trabalhadores terceirizados e os estudantes mais vulneráveis socioeconomicamente.
Para completar o quadro de destruição da ciência, a Capes informa que não tem dinheiro para pagar 200 mil bolsistas no país e exterior pois não há dinheiro!!!! Os bolsistas de pós-graduação dependem das bolsas para sobreviver e, em muitos casos, sustentar suas famílias. Deixá-los sem recursos no fim do ano, às vésperas do natal é uma crueldade que nos surpreende mesmo depois de quatro anos de desgoverno Bolsonaro.
Nos últimos quatro anos, trabalhar na universidade, foi um ato de resistência de estudantes, técnicos, professores, trabalhadores terceirizados e reitores. Como trabalhar numa universidade sem limpeza, sem segurança e sem alimentação para os estudantes? Não escolhemos parar, não estamos em greve, não queremos ir pro remoto, mas estamos numa emergência. E essa mensagem deve ser passada de forma muito clara para a sociedade. Lembramos que muitas das atrocidades do governo que ora se encerra foram normalizadas por grande parte da sociedade e até por alguns colegas professores.
O MEC do último quadriênio reflete a essência do bolsonarismo e sua tentativa de imposição de valores fundamentalistas ao conjunto da sociedade brasileira. A sucessão de chorume que habitou o MEC é um filme de horror.
Ricardo Velez (aquele que dizia que o Brasil não sofreu golpe de estado em 64), Weintraub (aquele que nos chamava de vagabundos), Decotelli (aquele que nem conseguiu tomar posse porque fraudou o Lattes), Milton Ribeiro (aquele com barras de ouro, bíblia e pistola na pasta) e finalmente o atual, Victor Godoy (que executa sem questionamento o apagão no MEC). Cinco criaturas que se dividem entre bandidos ou pusilânimes.
A universidade pública foi escolhida o inimigo número um do governo Bolsonaro com toda a razão. Todo governo com tendencias fascistas teme o livre pensar. Ostentamos esta escolha como uma medalha que muito nos honra. Vamos à luta para reverter esses cortes. E extrema direita nunca mais!

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