facebook 19
twitter 19
andes3
 

filiados

WhatsApp Image 2022 12 02 at 18.57.40 7Estela Magalhães

Passados cinco anos do incêndio no bloco B, que reduziu pela metade o número de vagas da residência estudantil – de 504 para 252 –, o prédio finalmente é renovado e se prepara para receber os estudantes no início de 2023. “A reconstrução do bloco B está pronta, agora estamos na fase de colocar toda a mobília. Mesa, cadeira, cama, ventilador, geladeira, máquina de lavar, micro-ondas, isso tudo tem que estar lá dentro. À medida que as coisas vão chegando, vamos fazendo a organização dos quartos”, explica Roberto Vieira, pró-reitor de Políticas Estudantis (PR-7).
A princípio, o alojamento reformado não terá quartos especiais que atendam a pessoas com deficiência, mas já existe um projeto para a sua construção. “Quando esses quartos estiverem prontos haverá abertura de um edital para acesso específico para PCDs. Por enquanto, essas pessoas, caso selecionadas, vão receber um auxílio moradia financeiro”, diz o pró-reitor.
Com a estreia iminente do segundo bloco, a PR-7 abriu o edital semestral para a concessão de auxílios que, pela primeira vez em dez anos, disponibiliza vagas para moradia no alojamento. “Pelos últimos dez anos, as vagas da residência foram preenchidas por ocupação. Se um morador se formava, simplesmente passava a chave do quarto para outro estudante”, explica o pró-reitor. O estudante Luc Kuruta, de Gastronomia, foi morar no alojamento durante esse intervalo. “Eu vim como ocupante em 2015, mas só consegui um quarto no ano seguinte. Foi um processo um pouco demorado por conta de toda burocracia da UFRJ, porque naquela época não existiam editais abertos para morar aqui. Você vinha como ocupante e depois concorria ao processo de bolsa moradia, que nem existe mais”, conta.
Em setembro, a PR-7 abriu um edital para a regularização dos estudantes que ocupam o Bloco A com base em critérios acadêmicos e socioeconômicos. O objetivo é garantir que o benefício está alcançando os alunos que têm prioridade e solucionar situações nas quais mais de um estudante ocupa um quarto individual. “De acordo com os critérios da PR-7 para a concessão dos auxílios, quem tem prioridade para as novas vagas no alojamento são os estudantes com maior vulnerabilidade”, explica Roberto Vieira. Para ter direito a um quarto, o estudante de graduação precisa ter renda per capita igual ou inferior a um salário mínimo e meio e estar inscrito em ao menos uma disciplina. “Já fizemos a regularização para todos os auxílios, então já sabemos quais estudantes não estão aptos a ocupar vagas no alojamento e vão ter que sair. Por isso, temos uma noção de quantos quartos serão liberados para receber os estudantes aptos que atualmente estão agregados, dividindo quartos”, completa.

Bloco A preocupa moradores
Com a reabertura do Bloco B no horizonte próximo, a preocupação dos estudantes se volta de forma mais intensa para o Bloco A, no qual convivem com velhos problemas de infraestrutura. “A gente pegou o prédio numa situação boa, mas como não há manutenção, ele vem decaindo”, diz o estudante Luc Kuruta. “Isso influencia muito a nossa condição de vida, porque vivemos com medo de o teto tombar de novo ou de acontecer uma inundação e a gente perder coisas no apartamento, como já perdemos”, completa.
Roberto Vieira tranquiliza os moradores com a notícia de que já foi contratada uma empresa para fazer pequenas manutenções e reparos nos blocos. “Quando queimar uma lâmpada ou chuveiro, quando cair um pedaço de gesso ou uma parte precisar de pintura, a empresa poderá atender aos moradores imediatamente”, garante.
Mas o bloco ainda apresenta problemas estruturais que impactam diretamente a vida dos estudantes. “O nosso módulo é um dos mais inteiros e ainda assim tem infiltração e os armários já caíram quase todos. A ventilação não é boa, as redes elétrica e hidráulica vivem dando problema”, conta Thallita Sanches, estudante de Biologia. “O que me incomoda aqui é a questão da segurança. Qualquer pessoa pode entrar sem ninguém saber. É um problema que precisa ser resolvido”, completa Meschac Bodea, estudante de Educação Física.
Roberto Vieira garante que a reitoria está ciente dos problemas e já desenvolve soluções. “Temos um projeto em fase de licitação para trocar o telhado da parte da frente do prédio e solucionar os problemas de infiltração”, diz. “Estamos com um projeto para instalar câmeras em torno do alojamento e foi licitado o controle de acesso ao prédio. Só será permitida a entrada de moradores e visitantes autorizados”, finaliza o pró-reitor.

 WhatsApp Image 2022 12 02 at 18.58.17WhatsApp Image 2022 12 02 at 18.59.12

A reportagem flagrou cenas preocupantes no Bloco A da residência estudantil. Há fiações expostas, infiltrações, vazamentos e até placas de gesso caídas do teto. A situação gera insegurança entre os moradores. “Vivemos com medo de o teto tombar de novo ou de acontecer uma inundação e a gente perder coisas no apartamento”, desabafa o estudante Luc Kuruta.

Topo