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bandeira adufrjAcossadas por sucessivos e severos cortes em seus orçamentos, as universidades federais têm sobrevivido a duras penas nesses quase quatro anos de desgoverno Bolsonaro. À míngua, a UFRJ iniciou um plano de contingência para tentar manter as portas abertas até o fim do ano. Em uma moratória preventiva, a universidade negociou a suspensão dos pagamentos dos serviços de energia elétrica e fornecimento de água com as empresas Light e Águas do Rio de agosto até dezembro. Com isso, a UFRJ conseguirá “economizar” temporariamente R$ 6,5 milhões, por mês. Apesar da falta de pagamento, os serviços serão mantidos.

Na reunião do Consuni de quinta-feira (8), o pró-reitor de Finanças, professor Eduardo Raupp, informou que os recursos poderão ser usados para cobrir outros contratos. “Isso vai nos permitir avançar um pouquinho mais no orçamento dos contratos que têm fornecimento de mão de obra. Estamos na expectativa de que setembro venha a ser coberto e alguns contratos de outubro”, afirmou Raupp.

O quadro, contudo, segue dramático. Segundo o pró-reitor, é fundamental que haja recomposição do orçamento atual e do previsto na Proposta de Lei Orçamentária (PLOA) 2023, na qual estão reservados para a UFRJ R$ 321,1 milhões — R$ 8,1 milhões a menos do que este ano. Importante lembrar que os cortes orçamentários na Educação são um contraponto à gastança de bilhões da PEC Kamikaze e de outras medidas adotadas pelo governo para melhorar sua imagem em ano eleitoral. E dão a dimensão da importância da vitória de Lula para que esse quadro de penúria nas universidades públicas não persista nos próximos anos. Confira tudo em nossa matéria da página 3.

Na página 6, uma boa notícia. Por meio de uma ação movida com suporte jurídico da AdUFRJ, o professor Leonardo Cinelli, do Centro Multidisciplinar de Macaé, conquistou na Justiça o direito ao pagamento de adicional de insalubridade cortado indevidamente pela UFRJ em 2015. A ação, que contempla também o pagamento dos atrasados, abre um importante precedente pois reconhece que o trabalhador não pode ter seu adicional cortado sem que uma perícia confirme a ausência de exposição a agentes nocivos à sua saúde. A AdUFRJ está preparando uma ação coletiva em relação aos adicionais.

No fechamento desta edição, o assassinato de um apoiador do candidato à Presidência Luiz Inácio Lula da Silva (PT) por um bolsonarista em Confresa (MT) reacendeu o alerta sobre a intolerância política nessa reta final de campanha do primeiro turno. Benedito Cardoso dos Santos, de 42 anos, foi morto a golpes de faca e machado por Rafael Silva de Oliveira, de 22, após uma discussão por questões políticas na noite de 7 de setembro. Rafael, que tentou decapitar Benedito, confessou o crime e foi preso em flagrante por homicídio qualificado, com motivo fútil e cruel. A Justiça converteu a prisão de flagrante em preventiva.

O discurso de ódio, uma das marcas de Bolsonaro e de seus apoiadores, foi mais uma vez usado nas comemorações do 7 de setembro, que o presidente transformou em comício eleitoral. Para a vice-presidente da AdUFRJ, professora Mayra Goulart, o discurso de Bolsonaro foi permeado por ameaças. “Ele colocou o Golpe de 64 na lista de ‘outros momentos difíceis’. Citou 2016, 2018 e afirmou quase que como uma ameaça que ‘a história pode se repetir’”, comentou Mayra. Os atos de 7 de setembro, incluindo o 28° Grito dos Excluídos, o acirramento da violência na campanha e os preparativos para novos protestos “Fora, Bolsonaro” neste sábado (10) são abordados nas páginas 4 e 5.

Na contramão do discurso machista de Bolsonaro, que se autoproclamou “imbrochável” no ato de 7 de setembro em Brasília, um grupo de pesquisadoras de várias universidades se reuniu no IFCS na semana passada para discutir o papel das mulheres na política institucional. E certamente esse papel não é o de baixar a cabeça para falas grotescas como as que o presidente vem usando para agredir mulheres ao longo de seu governo e, em particular, na campanha eleitoral. A onda bolsonarista que elegeu mulheres conservadoras para o Congresso em 2018 foi um dos temas abordados pelas pesquisadoras. Veja como foram os debates no IFCS na página 7.
Boa leitura!

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