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A UFRJ caiu da 10ª para a 11ª posição no ranking Times Higher Education (THE) das universidades da América Latina. A queda ocorreu mesmo com uma melhoria da pontuação geral desde 2016 (73,3 para 80,7), quando a maior federal do país figurava no quinto lugar. Para voltar a subir na classificação, a instituição trabalha para evitar a subnotificação de indicadores.
“Nossa pontuação final tem aumentado, mas oscilamos na posição porque o ranking é o que se chama de ‘jogo de soma zero’. Às vezes, uma instituição tem desempenho melhor em um determinado ano, e, para uma subir, outra tem que descer”, afirma a professora Daniela Uziel, coordenadora do Escritório de Gestão de Indicadores de Desempenho (GID).
Criado em 2020, o GID atua na unificação dos dados para o preenchimento de rankings e no diagnóstico das formas de melhorar o desempenho da universidade. “Temos uma equipe que está compilando os dados de diferentes fontes para cada categoria avaliada. Estamos gerando rotinas para que as próximas equipes que venham a nos substituir, nas próximas gestões, possam seguir a mesma metodologia e ter um dado consistente ano a ano”, diz.

SUBNOTIFICAÇÃO
Pelo menos por enquanto, o subfinanciamento crônico da UFRJ não é a justificativa para a centenária instituição ficar atrás de outras universidadesWhatsApp Image 2022 07 22 at 19.32.05 menores e mais novas. O problema está na falta de padronização de dados ou ausência de informação à reitoria sobre as atividades realizadas.
O THE classifica as universidades com base em alguns parâmetros que tentam refletir suas principais missões: citações, ensino, internacionalização, investimento de indústrias e pesquisa. A UFRJ vai bem nas duas últimas categorias. No financiamento de indústrias, apresenta pontuação máxima pela primeira vez no ranking; na pesquisa, ocupa o quarto lugar no ranking, com 97.3 pontos. “A gente viu um aumento da entrada de dinheiro proveniente de empresas, principalmente na área da saúde, que foi o investimento relacionado à atuação da universidade contra a covid-19”, explica Daniela Uziel.
Já na categoria das citações, a UFRJ apresenta uma pontuação bem abaixo da média nacional. O parâmetro mede o impacto das publicações da instituição a partir das vezes que ela é citada nacional e internacionalmente em cada área. Ao considerar apenas esse aspecto no THE, a UFRJ ocupa a 76ª posição, com 52.1 pontos.
“A UFRJ tem uma variabilidade de nomes. Já encontramos cinco páginas de diferentes formas pelas quais a universidade é citada. Desde o ano passado, unificamos as citações de algumas bases de dados, e o aumento na pontuação das citações foi devido a isso, mas ainda estamos bem abaixo da média”, diz Daniela. Com o objetivo de uniformizar as citações, a Pró-Reitoria de Pós Graduação e Pesquisa lançou a campanha #AfiliaçãoPadrão, que conscientiza a comunidade científica sobre a importância de registrar suas publicações com o nome “Universidade Federal do Rio de Janeiro”.
A menor pontuação da UFRJ é registrada na internacionalização, que mede o número de estudantes e professores estrangeiros da instituição, bem como sua colaboração internacional. “Estamos fazendo um trabalho de conscientização na universidade da importância de que os dados sejam comunicados oficialmente, para que haja rotinas de oficialização dessas iniciativas e coleta dos dados reais”, diz o professor Amaury Fernandes, Superintendente Geral de Relações Internacionais. “Existem projetos de internacionalização que sequer são comunicados às direções das unidades. As pessoas fazem eventos internacionais, trazem colegas, promovem debates e não comunicam a ninguém”, completa.
O setor de relações internacionais da UFRJ não existia de forma institucionalizada antes da atual gestão da reitoria. A superintendência redigiu e aprovou o documento da política de internacionalização da universidade, que existe pela primeira vez em mais de 100 anos. “Estamos criando as condições que vão permitir a gestão dessas políticas de forma autônoma pela universidade. São formas de melhorar esses documentos, que têm metas a serem alcançadas e estratégias a serem utilizadas. Tentamos ordenar institucionalmente a internacionalização nos últimos três anos”, explica.

UFSC NA SEXTA POSIÇÃO
Na edição de 2022 do THE para a América Latina, chamou a atenção o salto da Universidade Federal de Santa Catarina, de 11º para 6º lugar no ranking. Os principais parâmetros de melhoria da universidade foram a pesquisa e a verba proveniente de indústrias. “O que contribuiu para esse resultado foi a capacidade da universidade de adotar medidas de ajuste durante a pandemia, que asseguraram condições para que os pesquisadores pudessem dar continuidade ao seu trabalho em condições adequadas”, diz o professor Jacques Mick, pró-reitor de Pesquisa da UFSC.
“É melhor entender o ranking mais pelo contexto do que por uma política específica e supostamente bem sucedida tocada por uma universidade. Grandes mudanças em curto espaço de tempo são inviáveis, dada a escassez de recursos e o fato de que temos que enfrentar constantemente a oposição do próprio governo”, completa Mick.
A PUC do Chile lidera o ranking, seguida pela USP e pela Unicamp.

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