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bandeira adufrjDiretoria da AdUFRJ

O presidente da República ainda não entendeu que ele não se elegeu imperador. As leis existem, limitam o poder do Executivo, obrigando-o ao diálogo com os outros Poderes e a sociedade civil: esses são alguns dos maiores ganhos da chamada Constituição Cidadã, a que foi promulgada em 1988. E dentre as conquistas mais importantes está o artigo 207, que confere autonomia às universidades públicas. E desde sua posse, Bolsonaro insiste em ignorar os limites de sua atuação, agindo como um bedel paranóico em delírio autoritário. Na sua ânsia incontida nomeia reitores sem voto e obriga o ministro da Educação a manter uma portaria que já nasceu morta.
Não é impossível que algumas universidades identifiquem a possibilidade de retorno gradual às atividades presenciais da graduação, ou mesmo que iniciem o planejamento para a realização de aulas práticas. Podem já ter algum projeto em andamento, testando modelos híbridos de ensino. O que não pode acontecer é acharmos que uma portaria gestada nos gabinetes de Brasília irá obrigar as instituições universitárias em todo o país ao retorno imediato de suas aulas no dia 4 de janeiro. E o que é pior, porque o presidente quis que fosse assim.
No caso particular do Rio de Janeiro, ela soa ainda mais estranha. A UFRJ possui seu grupo técnico de acompanhamento do desenvolvimento da pandemia e seu trabalho tem apoiado o município e o estado em relação aos procedimentos a serem tomados. Todos os procedimentos e resoluções da universidade foram definidos sobre fundamentos científicos. Não há razão para mudar agora. O país inteiro explicou isso para o ministro através de inúmeras notas, o ministro recuou, mas por obediência ao chefe, voltou atrás mais uma vez e anunciou que a portaria ainda será avaliada. Assim como todas as ações desse governo, essa atitude só perturba e nos ocupa indevidamente.
Se nos deixassem em paz já seria de grande ajuda, porque problemas não nos faltam nesse final de ano. Os primeiros dias da primeira semana de 2020.1 foram de muita confusão com o SIGA, ausência de pauta e lançamento de notas do PLE. E tudo isso com prazos exíguos, assim como para as inscrições para a JICTAC. E sem contar com descontos a mais, que deram a dimensão dos cortes e perdas que sofremos ao longo do ano.
Esperamos que dezembro passe rápido, que 2021 chegue logo e com ele as primeiras doses da vacina. Porque precisaremos de fôlego para encarar os dois grandes embates que teremos pela frente: a reforma administrativa e a lei do orçamento. Ambos estão no Congresso e depende de nós o tamanho da pressão a ser feita.
Vamos seguir fazendo o que sabemos, lutando para fazer bem. Não arredaremos o pé e não cederemos ao cansaço que tentam nos impor. Apesar de todas as dificuldades, conseguimos realizar uma boa reunião com a reitoria e há chances para encontrarmos soluções para a maioria dos casos pendentes de insalubridade. Não é a primeira vez que enfrentamos um quadro adverso, daremos as respostas necessárias.
Mas para isso precisamos de todos, todos juntos em defesa da universidade, da democracia e da vida.

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