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bandeira adufrjO processo que nos levou à criação e instauração do chamado PLE – Período Letivo Excepcional – acumulou uma diversidade muito grande nas diversas unidades da UFRJ. O seu caráter opcional abriu a possibilidade de inúmeras propostas para sua implantação, todas legítimas e em consonância com o texto da resolução que o criou. Por acreditar na justeza contida nas diversas propostas construídas pelas unidades durante o debate das últimas semanas, entendemos que a melhor saída para a universidade seja o reconhecimento desse grau de heterogeneidade, que está, inclusive, expresso nas mais diversas propostas de calendários apresentadas nas últimas reuniões dos Centros e Congregações.  A PR-1, ao propor a concomitância do PLE e de 2020.1, abriu a possibilidade de convivência de dois semestres distintos, confirmando que é possível que estes possam funcionar ao mesmo tempo. Se esta flexibilidade é passível de ser implementada, perguntamos: não é possível criarmos um modo de funcionamento que contemple a efetiva incorporação do PLE em 2020.1 para as unidades que assim optarem, e outro que abra espaço para um 2020.1 sequencial ao PLE, para aquelas que não concordarem com a mudança? Isso poderá permitir que os cursos que abriram muitas disciplinas e vagas tenham mais tranquilidade para organizar seus calendários sem duplicar esforços, assim como possibilitará aos cursos que abriram menos disciplinas obrigatórias no PLE – por entender que era um período experimental – um tempo hábil para organizar o seu fluxo pedagógico. Reconhecemos que tal proposta é um grande complicador do ponto de vista burocrático, mas entendemos que tal entrave empalidece diante da perspectiva de oferecermos uma solução condizente com a enorme diversidade da UFRJ e com as diferentes compreensões do que é o PLE.  
Essa proposta implicará em alguma defasagem entre o início do período de alguns cursos, gerando calendários diferentes, ao menos durante o ano de 2021. Não negamos que isso possa ser um problema, mas entendemos que seria a melhor forma de proteger e respeitar o trabalho docente. Trata-se, infelizmente, de escolher o menor prejuízo, já que o cenário de pandemia mundial, severa crise econômica e desgoverno federal nos colocam ainda enormes desafios.
Foi para dar mais amplitude a essa discussão que chamamos uma assembleia geral dos docentes. Era preciso saber como os professores estariam vendo a situação, como se posicionariam diante das várias opções que se apresentavam nas diversas unidades e campi. O resultado também expressou a divisão que a universidade vive hoje. Difícil pela votação que realizamos (vide resultado completo AQUI) poder afirmar qual é a posição majoritária entre os docentes. Sim, estamos divididos. Podemos afirmar, no entanto, que existe um sentimento generalizado de que precisamos estar atentos aos prazos para o início do próximo ano letivo e que, se for preciso, é possível compactar o semestre ou reduzir o tempo de intervalo entre os semestres. Também observamos uma pequena predominância em relação à ideia de que é preciso flexibilizar o calendário, permitindo abarcar de forma mais extensiva a heterogeneidade entre os diversos cursos. Com todas as dificuldades que implicam em uma assembleia virtual, acreditamos que demos um passo importante. Longe de resolver a questão, a assembleia apenas indicou que há muito ainda a caminhar. Até porque, mesmo sem ter sido levado à votação, muitos professores defenderam a posição de que todo esse debate é precipitado, uma vez que ainda nem mesmo avaliamos o PLE e sua repercussão entre os estudantes e professores, quanto mais partimos para definirmos os próximos semestres.
Ou seja, talvez não tenhamos ajudado tanto quanto gostaríamos no sentido de oferecer uma solução para o impasse. A resposta ainda está para ser construída. Mas seja qual for o resultado, precisamos sair dele mais fortalecidos. Os próximos meses serão cada vez mais difíceis, pois nossos inimigos não nos darão descanso: retornam aos grandes jornais o discurso da redução salarial do funcionalismo, da necessidade de pagamento de mensalidades nas universidades públicas e de um possível corte linear de 18% no orçamento de 2021 que, se aprovado, terá consequências catastróficas.

Diretoria da AdUFRJ

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