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O corte linear de 18,2% no orçamento discricionário de todas as universidades para 2021 vai obrigar a UFRJ a fazer cortes drásticos já neste ano. Nesta sexta (28), a pró-reitoria de Planejamento e Finanças já solicita à pró-reitoria de Governança a redução de até 25% em todos os contratos. O percentual que será alcançado depende da negociação com uma parte das empresas e da análise de cada serviço, mas a reitoria pretende diminuir 20% dos gastos para a instituição manter um mínimo de funcionamento no próximo ano.
“A previsão até aqui é terminarmos 2020 com dois meses (de contas) em aberto para 2021”, informou o pró-reitor de Planejamento, professor Eduardo Raupp, à plenária de decanos e diretores realizada dia 25. Com a “tesourada” do governo, que retira os recursos de custeio de mais dois meses, a UFRJ ficaria com um passivo de quatro meses impossível de ser gerenciado. “Nosso orçamento de 2020, de R$ 374 milhões cairá para R$ 303 milhões”, afirmou o dirigente.
A administração central também explicou por que busca o índice de 20%. “A UFRJ gasta, em média, R$ 30 milhões por mês para custear suas atividades. “Os 20% representariam uma economia de R$ 6 milhões. De setembro a dezembro, somariam R$ 24 milhões”, afirmou Raupp. Como a reitoria trabalha com a perspectiva de receber uma suplementação orçamentária entre R$ 6 milhões e R$ 9 milhões ainda em 2020, seria possível pagar as contas de mais um mês. “Levaríamos para o ano que vem não dois meses de déficit, mas apenas um”, completou.
Ao subfinanciamento pelo governo se somou outro problema também causado pela gestão Bolsonaro: no início deste ano, o BNDES deixou de alugar um andar que pertence à universidade em um prédio do centro da cidade.  A medida representa uma perda de R$ 10 milhões anuais para as receitas próprias da UFRJ. E ainda não há interessados no imóvel. “Temos a redução este ano que continua para o ano que vem, já que não entrou outro inquilino”, disse o pró-reitor.
O trabalho de refinamento das despesas já vinha sendo feito, pois as estimativas superam os limites aprovados pelo Conselho Universitário. “No caso da Light, temos R$ 48 milhões de orçamento aprovado no Consuni para um gasto previsto de R$ 58 milhões. Em segurança, R$ 38 milhões para um gasto de R$ 48milhões”, informou o pró-reitor.  Mas o corte de 18,2% apressa a iniciativa. “Essas medidas serão muito duras para todos nós. E não vamos poder aguardar o ano que vem”, completou.
A pandemia provocou uma redução forçada de alguns gastos, como diárias e passagens, energia e água. Mas insuficiente para fazer frente ao corte proposto pelo governo. No caso da Light, outra dificuldade é que os contratos são feitos por carga e não por consumo. “Estamos estudando medidas administrativas e até judiciais para recuperar a diferença”, observou o dirigente.

SEM DINHEIRO PARA EPI
Raupp também esclareceu à plenária de decanos e diretores que a reitoria não possui recursos para a compra de equipamentos de proteção individual que sejam destinados a eventuais atividades acadêmicas presenciais das unidades no curto prazo. Nem estoque. “A universidade se reorganizou para aquisição desses equipamentos e distribuição com prioridade absoluta para assistência hospitalar e para laboratórios com testagem de Covid”, afirmou.
A reitora Denise Pires de Carvalho solicitou aos decanos e diretores que entrem em contato com os representantes da bancada federal do Rio para influenciar a votação no Congresso. “Qualquer força junto ao parlamento é fundamental”, disse.

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