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WEB P2 1128A pandemia de COVID-19, juntamente com os ataques de 11 de setembro, é o acontecimento definidor do nosso século. O novo coronavírus jogou o mundo inteiro num turbilhão de dor e incerteza mas, desgraçadamente, no Brasil a doença ganhou contornos singulares. A ação deliberada do presidente da República de fazer pouco da crise sanitária e sistematicamente sabotar os esforços para combatê-la colocará brevemente o Brasil no epicentro da pandemia, elevando nossos mortos às dezenas de milhares. A tragédia está anunciada, e infelizmente a passagem pelo vale de lágrimas será longa e árdua.
É nesse contexto que está inserida a universidade pública brasileira. A doença se alastra num ritmo assustador, e muitas pessoas perderam sua principal fonte de renda. O SUS, potente quanto seja, caminha para o seu limite, e o confinamento já começa a cobrar o seu preço psicológico devastador. No meio de toda essa tormenta, a sociedade naturalmente olha para suas universidades e cobra (no bom e no mau sentido) algumas respostas. E, como servidores públicos, é nosso dever provê-las.
Desde logo, é imperativo afirmar que a autonomia universitária, tão importante para o nosso objetivo de expandir e provocar os saberes constituídos, não pode ser usada como desculpa para o imobilismo. O teletrabalho - seja nas suas modalidades de ensino a distância, de ensino remoto emergencial, de regime de escala etc - não é o inimigo. Os efeitos da pandemia podem ainda reverberar por anos, e a nossa principal função agora é justamente imaginar e viabilizar o funcionamento da universidade nessa nova realidade. Se há a possibilidade tecnológica de continuar algumas atividades remotamente (reuniões de grupo, seminários, congregações, etc), isso deve ser feito. Se o prosseguimento das aulas propriamente ditas é mais difícil, seja pela precariedade do acesso a internet de qualidade, seja pela falta de uma plataforma adequada, é então mister que encontremos alternativas. Se essas soluções se darão por uma mistura de atividades síncronas e assíncronas, ou por uma mescla de ações presenciais e remotas, ou por ideias ainda mais criativas, isso é algo que a comunidade universitária deve, democraticamente, construir. O que não pode acontecer, jamais, é o uso demagógico dos procedimentos democráticos para tergiversar e inviabilizar o debate.
A nossa tarefa está posta: imaginar e participar do Brasil durante e após a pandemia. Temos uma pujança intelectual enorme para fazê-lo, mas temos que transformar esse potencial gigante em ação. É nossa obrigação.

Diretoria da AdUFRJ

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