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Kelvin Melo
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Um em cada cinco professores da UFRJ contraiu a covid-19. E 26,5% de toda a comunidade universitária já foi acometida pela doença. Os resultados, ainda preliminares, fazem parte de um estudo sobre o impacto da pandemia na instituição. Até o dia 17, 8.024 pessoas responderam ao questionário virtual organizado pela reitoria, Instituto de Estudos em Saúde Coletiva e Faculdade de Medicina.

Os indicadores, por enquanto, podem estar sob influência de um maior número de respostas dos que adoeceram, alerta o professor Antonio José Leal, diretor do IESC e coordenador geral do estudo. “Por isso, é importante que todos respondam. Se adoeceram ou não, se testaram ou não. Esta e outras iniciativas ajudam a compreender melhor o que ocorre entre nós”, afirma.

O questionário pode ser respondido até 6 de março e está disponível em https://formularios.tic.ufrj.br/index.php/796291. Após cadastrar um email, o usuário recebe um link de acesso ao estudo. O preenchimento é rápido. “Eu diria que, em média, algo entre 10 e 12 minutos”, afirma Antonio. Para preservar o sigilo das informações, não há identificação de quem responde.

A metodologia do estudo, chamado de inquérito epidemiológico, é similar à aplicada para outras doenças, há muitos anos. O relatório final terá o detalhamento da incidência de covid na comunidade da UFRJ pelo período de tempo, por local de trabalho e moradia, categoria funcional e pelas características individuais de cada integrante da universidade, como idade, gênero e relação com fatores de risco, entre outras variáveis.

“Muito provavelmente, esta ocorrência se concentra no corpo social do Centro de Ciências da Saúde, particularmente nas unidades hospitalares. Pelas características da função, são os mais expostos”, observa. “Mas é importante dimensionar. É de 5%? 10%? 20%?”, completa.   

A testagem da doença é outro tópico aferido na pesquisa. E, segundo adianta o diretor do IESC, a maioria dos que responderam ter contraído a covid relata ter feito pelo menos um teste para comprovar a declaração.

Proporcionalmente, a adesão à pesquisa está maior entre os docentes: 1.404 enviaram respostas, o que corresponde a aproximadamente um terço da categoria (4,2 mil). Entre os técnicos, a participação supera pouco mais de 10% do segmento: 952 de 9,3 mil. Mas ainda é baixo o número de estudantes: 3.861 na graduação, 1.654 na pós-graduação e 49 pós-doutorandos, de um universo de 65 mil pessoas. “Quero intensificar o convite a todos os docentes e é importante que reforcem a divulgação junto aos alunos de todos os cursos de graduação e pós”, diz Antonio José Leal, que sugere a utilização dos grupos de whatsapp e listas de e-mails próprios de cada unidade. A pesquisa também já tem o retorno de 66 terceirizados e 38 permissionários.

Reitora da UFRJ, a professora Denise Pires de Carvalho também estimula a comunidade a participar e projeta seus resultados para além dos muros da universidade. “Esse inquérito é fundamental para entendermos a epidemiologia da doença no estado do Rio de Janeiro. Somos uma amostra representativa da sociedade fluminense”, diz.

NOVA ETAPA
O IESC encaminha uma segunda etapa da pesquisa. “Esse inquérito nos dará uma ideia geral de quem já pode ter sido infectado. Com base nesses dados, faremos uma pesquisa na UFRJ com testes sorológicos”, informa a diretora adjunta de Pesquisa do instituto, professora Katia Bloch. O projeto aguarda o parecer do comitê de ética e pesquisa do próprio IESC.

A professora esclarece que o objetivo do estudo é diferente do trabalho desenvolvido pelo Centro de Testagem da UFRJ, que dá apoio à área da saúde e outros profissionais envolvidos no combate à pandemia. “Eles fazem o PCR, exame que verifica se a pessoa tem o vírus naquele momento. Nossa pesquisa, em uma amostra de toda a comunidade, vai fazer teste para identificar o anticorpo produzido depois da infecção”. Ou seja, para quem já teve covid há mais tempo. “Queremos produzir pesquisa para ter uma aplicação prática, para melhorar as condições de saúde da população. Nesse momento, é importante ter bastante informação”, completa Katia.

NÚMEROS DO ESTUDO*

 

PROFESSORES

TÉCNICOS

ALUNOS /GRADUAÇÃO

ALUNOS /PÓS

PÓS-DOUTORANDOS

TERCEIRIZADOS

PERMISSIONÁRIOS

TOTAL

 

Responderam

1.404

952

3.861

1.654

49

66

38

8.024

Tiveram ou

têm covid

277

218

1.132

462

10

19

7

2.125

*até o dia 17/02



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