“Rosa foi mestra, inclusive daqueles que não foram seus alunos em sala de aula”, afirma o professor Madson Oliveira, do curso de Artes Cênicas-Indumentária, onde ela lecionou até 1994. “Ela deixa um legado de trabalhos artísticos, ligados ao Carnaval, às artes plásticas e às artes Cênicas”, completa o docente, que também é vice-coordenador do Setor de Memória e Patrimônio do Museu D. João VI da EBA.
A vida de Rosa se misturou com a da universidade desde os tempos de estudante. Ela se formou em Pintura na Escola de Belas Artes e também foi professora nos cursos de Cenografia e Indumentária. Formou centenas de artistas e foi chefe do Departamento de Artes Utilitárias da EBA.
O vínculo com a universidade nunca se quebrou. Em agosto do ano passado, lembra Madson, a carnavalesca foi convidada a dar a aula inaugural dos cursos de artes cênicas da EBA.
“Rosa sempre foi muito divertida e tinha tiradas muito engraçadas. Ela fez a cerimônia de abertura dos Jogos Pan-americanos, em 2007, e fez a cerimônia de encerramento dos Jogos Olímpicos, em 2016. Ela contou que esteve em Parintins e de lá trouxe um jacaré de madeira articulado que não cabia na mala. Trouxe a escultura abraçada ao corpo, no avião... Foi dessa experiência que tirou inspiração para fazer um grande jacaré, na cerimônia dos Jogos”, diz Madson. “O humor é inerente aos inteligentes! Este era o caso dela!”.
Em nota, a reitoria da UFRJ lamentou a morte e celebrou o legado da genial professora que, por tantos anos, transformou a Avenida numa vibrante aula de histórias brasileiras. “Em 2020, completou 50 anos de atividades em barracões de escolas de samba. (...) Para Rosa, o carnavalesco é uma espécie de diretor de cena do espetáculo apresentado pelas escolas de samba”, diz um trecho.
O carnaval perde uma de suas melhores diretoras de cena, mas as lições da mestre Rosa ficarão para sempre.