Presidenta da AdUFRJ, a professora Mayra Goulart cobra que os sindicatos nacionais se debrucem sobre um índice factível para os salários em 2024. “O que foi apresentado até agora foi um levantamento das perdas na ordem de 39%. É um percentual inexequível no espaço fiscal que nós temos”, avalia a Mayra. “Na AdUFRJ, já fizemos uma nota técnica que estimou que esse reajuste possível seria entre 7,5% e 9%”, explica.
O valor calculado pela AdUFRJ foi discutido em debate com participação de economistas da UFRJ, no dia 3 de outubro, data da paralisação em defesa dos salários.
Está prevista uma nova mesa de negociação para 15 de dezembro, quando o governo deve apresentar um percentual aos servidores.
Diretora do Andes, a professora Jennifer Webb afirmou que os servidores não aceitarão a falta de respostas do governo. “Vamos transformar nossa indignação em mobilização”.
Presidente do Proifes, o professor Nilton Brandão também critica a falta de proatividade do governo federal. “A falta de reajuste é inaceitável, pois aumenta a perda salarial da categoria”.
NÃO À PEC 32
Um dos pontos positivos da mesa de negociação foi o reconhecimento do governo de que a PEC 32, da reforma administrativa, que tramita no Congresso, não traz benefícios para o serviço público e nem para os servidores. De acordo com o secretário de Relações do Trabalho do Ministério da Gestão, José Lopez Feijóo, o governo está comprometido em reestruturar carreiras “sem retirar direitos”.
“Também houve uma indicação de que foram retiradas as travas da Lei de Diretrizes Orçamentárias para a equiparação dos benefícios dos servidores do Executivo com os do Legislativo”, informa a professora Mayra. A emenda foi pedida pelo governo em outubro para que o reajuste dos benefícios não seja limitado à inflação. O prazo para recebimento de emendas se encerrou nesta sexta-feira, dia 17. A votação do relatório final deve acontecer no dia 22. Depois, a matéria segue para a mesa diretora do Congresso Nacional.