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Por Redação

O Congresso Nacional reduziu o já minguado orçamento da UFRJ. Na última quinta-feira (20), após atraso de três meses e intensa pressão do Centrão, os parlamentares aprovaram o texto base do Projeto de Lei Orçamentária Anual de 2025. O texto prevê o repasse discricionário de R$ 406 milhões para a UFRJ, o que significa uma redução de R$ 17,16 milhões em relação à proposta inicial do governo.

A previsão inicial da PLOA era de R$ 423 milhões, valor insuficente para fechar as contas de 2025 e saldar as dívidas passadas, porém melhor do que o total aprovado por deputados e senadores. A lei orçamentária ainda precisa ser sancionada pelo presidente Lula para entrar em vigor, o que deverá ocorrer ao longo das próximas duas semanas. Um informe da pró-reitoria de Finanças (PR-3), divulgado na sexta-feira após a aprovação do texto pelo Congresso, mostra que a universidade tem hoje um déficit de R$ 152,6 milhões. O subfinanciamento da UFRJ está evidente no cotidiano dos campi, no atraso do pagamento dos terceirizados e na precariedade das instalações, tema recorrente em reportagens do Jornal da AdUFRJ. Essa semana não foi diferente, como mostramos na matéria sobre a capela e nos relatos abaixo.

WhatsApp Image 2025 03 24 at 17.58.23 2Foto: Silvana SáLimpeza sem salários
Funcionários terceirizados de limpeza, contratados pela empresa JP Serviços, realizaram uma manifestação na manhã de 17 de março exigindo o pagamento dos salários atrasados. A empresa atende à Faculdade de Letras e ao edifício Jorge Machado Moreira, onde funcionam os cursos da EBA e da FAU. Segundo a pró-reitora de Gestão e Governança, professora Claudia Cruz, o valor do contrato é de R$ 256,66 mil e deve ser pago nos próximos dias. “Nós não estamos com atrasos grandes nesses contratos, mas muitas vezes a empresa não tem fluxo de caixa disponível para realizar os pagamentos aos trabalhadores antes que a UFRJ quite a despesa”, explica.
Diretora da Faculdade de Letras, a professora Sonia Cristina Reis lamenta a situação. “Nós recebemos no prédio toda a parte teórica da Escola de Educação Física, temos a Faculdade de Letras, o IPPUR e a Biblioteconomia. Imagina como ficará o prédio sem limpeza? Ainda temos um restaurante universitário”, destaca. Até o fechamento desta edição, não houve confirmação da efetivação do pagamento para os trabalhadores.

 

WhatsApp Image 2025 03 24 at 17.58.23 6Foto: Moisés Pimentel (SGCOM/UFRJ)Sem intérpretes de Libras
Os intérpretes da Língua Brasileira de Sinais – Libras, que prestam serviço para a UFRJ, estão com salários atrasados há pelo menos 15 dias. Os atrasos vêm ocorrendo em todos os meses, desde dezembro. Ao todo, 50 profissionais são afetados: 45 nos campi do Rio e cinco em Macaé. “Se não tivermos intérpretes, não há como ter aulas. Eu não posso considerar apenas os estudantes ouvintes e ignorar os alunos surdos”, reclama a diretora da Faculdade de Letras, professora Sonia Cristina Reis. “Se essa situação perdurar, precisarei suspender as aulas”, alerta a diretora. Os profissionais de Macaé informaram, por carta, que paralisaram os serviços até que o pagamento seja regularizado. O mesmo pode acontecer no Rio nos próximos dias.
Rita Gomes, diretora de Acessibilidade da UFRJ, explica que os intérpretes ainda não possuem prazo para a regularização dos pagamentos. “A Feneis (Federação Nacional de Educação e Integração dos Surdos) ganhou os contratos em 2021. Na época, a instituição assumiu que poderia cobrir os 90 dias contratuais em caso de atraso de repasses por parte da universidade, mas ela não cumpre isso”, denuncia. “Os profissionais sofrem todos os meses com atrasos de pagamentos de salários e benefícios”, conta. “Com a situação orçamentária mais agudizada, todos os contratos sofrem impactos”.
O contrato dos intérpretes de Libras custa à universidade R$ 222 mil mensais e também deve ser pago nos próximos dias, conforme informou a pró-reitora de Gestão e Governança, professora Claudia Cruz.

 

WhatsApp Image 2025 03 24 at 17.56.54 8Foto: Arquivo EEFDEEFD sem calouros
Os novos estudantes chegaram a quase todas as unidades da UFRJ, menos à Escola de Educação Física e Desportos. A unidade pediu que não fossem abertas vagas para o primeiro semestre de 2025 para ter espaço para regularizar o período dos estudantes mais afetados pelos desabamentos ocorridos em setembro de 2023 e em maio de 2024. O prédio está interditado há quase um ano.
Depois de meses sem aulas, os estudantes passaram a frequentar outros edifícios e unidades da UFRJ. Não há previsão orçamentária para a recuperação total das estruturas danificadas e nem de reabertura do edifício. Por enquanto, as marquises seguem escoradas. Apenas as aulas na piscina estão liberadas, mas os estudantes ainda não têm acesso aos vestiários. Os contêineres que deveriam servir de vestiários provisórios aos estudantes só têm previsão de chegar em outubro.

 

WhatsApp Image 2025 03 24 at 17.58.23 3Foto: Arquivo AdUFRJCrianças sem quadra
O Colégio de Aplicação iniciou as aulas em fevereiro. Desde então, crianças e adolescentes estão impedidos de utilizar a quadra da escola por medida de segurança. O muro do colégio ameaça tombar. O orçamento insuficiente da universidade, segundo o reitor Roberto Medronho, impede que sejam realizadas ações de recuperação da infraestrutura da unidade. “O subfinanciamento das universidades federais impacta diretamente na capacidade de recuperação estrutural da UFRJ”, afirmou o reitor Roberto Medronho durante o primeiro Conselho Universitário do ano. Segundo o reitor, desde julho de 2020, houve a desistência de duas empresas contratadas para o serviço de reforma da quadra.

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