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WhatsApp Image 2025 03 14 at 15.40.49 4O processo eleitoral do Andes mal começou e já acumula polêmicas. Das quatro chapas que se inscreveram para disputar as eleições de maio, só três foram homologadas pela Comissão Eleitoral Central (CEC). A Chapa 4 (Oposição para Renovar o Andes), formada majoritariamente por professores independentes, não vinculados a partidos políticos, está fora do processo. A inscrição final da chapa não foi aprovada pela CEC. O resultado foi divulgado no último dia 10.

Segundo a ata da CEC, apenas a professora Rosângela Reis, única representante da Chapa 4, votou pela aprovação do grupo. Outros oito integrantes da comissão foram contrários. Dentre as razões para o veto, a comissão eleitoral elencou questões burocráticas relacionadas a erros de preenchimento de algumas fichas de inscrição de candidatos; inscrições realizadas com atraso de 12 e de 15 minutos; documentação incompleta; falta de designação para um dos cargos; e inscrição duplicada para outro cargo.

Impedida de participar do pleito, a Chapa 4 emitiu um documento em que critica os vícios na conduta da comissão eleitoral e da direção do Andes. A CEC tem maioria ligada à diretoria nacional.

O grupo também contesta o prazo de encerramento da inscrição, que não levava em consideração as diferenças de fusos horários do Brasil — a nominata completa contava com 83 nomes de todas as regiões e estados do país.

Um dos docentes prejudicados é da UFRJ. Daniel Negreiros Conceição é professor do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional (Ippur). Ele era candidato da Chapa 4 a 2º Tesoureiro do escritório Regional Rio. “Nossa motivação sempre foi ampliar a participação no sindicato. Eu mesmo tinha dificuldades de acompanhar assembleias porque a gente não conseguia construir uma conversa propositiva. No sindicato nacional este sintoma é mais aprofundado”, avalia.

O professor diz que os componentes da chapa não são familiarizados à burocracia sindical, motivo das dificuldades no preenchimento dos documentos, mas atesta que não houve má-fé. “Eram questões que poderiam ser resolvidas facilmente, que não comprometiam a lisura do pleito”, afirma. “Infelizmente, houve falta de generosidade no processo de inscrição. Consideramos o último fuso horário do Acre para garantir que todos pudessem ter tempo hábil para reunir a documentação necessária”, defende-se.

O docente também acusa a CEC de não ter garantido isonomia entre as candidaturas. “Algumas chapas receberam informações sobre erros de documentação e puderam consertar. Nós não tivemos essa possibilidade. Não foi só falta de isonomia. Foi falta de solidariedade mesmo”, lamenta. “Parece que eles focaram imediatamente naquilo que nos desfavorecia, ao invés de ter uma postura colaborativa”, critica.

Assim que se inscreveu no 43º Congresso do Andes — realizado no final de janeiro, em Vitória — a chapa obteve apoio de 800 professores de vários estados brasileiros. “Essas pessoas que assinaram nosso manifesto não se sentirão representadas no processo eleitoral”, afirma. “Fica um gosto amargo na boca. Parece que é uma resposta à nossa chapa, de que não pertencemos a este espaço e que devemos continuar de fora dele”.

O sentimento do professor Daniel é compartilhado pela professora Eleonora Ziller, ex-presidente da AdUFRJ. Ela foi candidata do triunvirato pela oposição Renova Andes, em 2023. “Já naquele processo ficou muito evidente a lógica adotada. A diretoria compõe a máquina e tem a maioria na CEC”, afirma. “Esperávamos que três chapas de oposição gerassem um cenário diferente”, diz. “Infelizmente, os membros da comissão não tiveram uma posição solidária”.

Ela critica a falta de um secretariado na comissão eleitoral que pudesse auxiliar as chapas na fase final da inscrição. “Ninguém na chapa é profissional de movimento sindical”, diz. “O procedimento é feito para dificultar a participação. Quem não tem muita experiência acaba excluído. Só fica na disputa quem conhece a máquina há muito tempo”.

O processo eleitoral, na avaliação de Eleonora, fica prejudicado. “A Chapa 4 era a única que afirmava a unidade para o fortalecimento do Andes. As três chapas aceitas têm discursos de exclusão. O sentimento é de abandono”.

OUTRO LADO
Presidente da CEC, o professor Gustavo Seferian, que também preside o Andes, rebate as acusações. “Houve estrita isonomia entre as chapas. A Chapa 4 foi a que mais nos demandou o esforço de solucionar impasses e buscar junto às seções sindicais as confirmações de filiação”, diz. “Infelizmente, não foi suficiente, pois houve quase duas dezenas de situações que infringiam o Regimento Eleitoral”, afirma. “Não há arbítrio e nem situação excepcional. Ritos, normas e preceitos devem se aplicar a todos. São regras acordadas e concordadas. Não houve um desrespeito pontual. Tratar isso como excepcional, aí sim, é ferir a democracia sindical”.

ATUALIZAÇÃO 

O grupo que compõe a Chapa 4 conseguiu uma liminar da Justiça, na noite de 14 de março, que garante a participação no processo eleitoral. A tutela de urgência determina o registro da chapa em igualdade de condições às demais. Ainda cabe recurso.

 

CHAPAS HOMOLOGADAS

 

Chapa 1  - Andes pela base: diversidade e lutas

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Chapa 2 - Renova Andes

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Chapa 3 - Andes, classista e de luta

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