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filiados

WhatsApp Image 2025 02 07 at 19.17.12 6Foto: Silvana SáCinco dias de debates intensos marcaram o 43º Congresso do Andes, entre 27 e 31 de janeiro, em Vitória. Com a participação de 628 docentes de 89 seções sindicais, o encontro anual definiu as diretrizes que guiarão as ações do Andes em 2025. A AdUFRJ levou 22 professoras e professsores, uma das maiores delegações do evento, realizado na Universidade Federal do Espírito Santo.
Houve importantes decisões sobre gênero, combate ao assédio e a aprovação de uma política em defesa do piso salarial do magistério básico nacional para ser base para os professores 20h do magistério superior. A pauta é defendida pela AdUFRJ desde 2023.
Também no último dia foram apresentadas as quatro chapas que disputarão a direção do sindicato em maio.

Chapas inscritas no congresso expõem fissuras e limites do movimento sindical docente

Um dos momentos mais aguardados do Congresso de Vitória foi a inscrição para a disputa eleitoral do Andes em maio. Quatro chapas se candidataram.
A Chapa 1 é a da situação e é formada pelo mesmo grupo político que dirige o sindicato há quase 30 anos, o Andes de Luta e Pela Base (ALB) . Desta vez, o grupo não contará com o apoio do PCB, histórico aliado do coletivo. Em carta aberta, o PCB disse que não guarda “rancores”, mas afirmou que o Andes precisa construir “uma política classista de reconhecimento mútuo, de parceria entre sujeitos políticos, que passe longe de práticas de hegemonismo”.
Outro racha inédito ocorreu na oposição. Pela primeira vez, o principal grupo opisicionista estará dividido. O Renova Andes rachou e apresentou duas chapas.
Historicamente, o Renova é formado majoritariamente por integrantes de correntes do PT, PCdoB e PDT. Mas também há presença de militantes do PSOL e independentes. As diferentes visões sobre a greve docente do ano passado, a condução das assembleias que deflagraram a greve e a aproximação de setores do Renova com a direção nacional levaram a um rompimento na sua Executiva Nacional. O racha gerou as chapas 2 e 4.
Se há os que rompem laços políticos, há aqueles que se unem em torno de agendas comuns. É o caso da Chapa 3. Também em oposição à diretoria nacional, o grupo Rosa Luxemburgo, formado por integrantes mais próximos de correntes mais à esquerda principalmente do PSOL e PSTU, lançou uma chapa em aliança com dois movimentos minoritários: o Coletivo Andes em Luta (Cael) e o coletivo POR.
As chapas terão até o dia 13 de março para apresentar a composição completa com os 83 nomes necessários a todos os cargos nacionais e regionais.

Chapa 1
WhatsApp Image 2025 02 07 at 19.17.12 10Fotos: Eline Luz/AndesANDES pela base:
diversidade e lutas

Cláudio Mendonça (APRUMA)
•Presidente

Fernanda Vieira (UFRJ)
• Secretária Geral

Sérgio Barroso (UESB)
•1º tesoureiro

 

Chapa 2
WhatsApp Image 2025 02 07 at 19.17.12 11Renova
ANDES

Nicole Louise Pontes (UFRPE)
• Presidente

Edson Franco de Moraes (UFPB)
• Secretário Geral

Geverson Grzeszceszyn (Unicentro)
• 1º tesoureiro

 

Chapa 3
WhatsApp Image 2025 02 07 at 19.17.12 12ANDES Classista
e de Luta

Gean Santana (UEFS)
• Presidente

Welbson Madeira (UFMA)
• Secretário Geral

Soraia de Carvalho (UFPE)
• 1º tesouraria

 

Chapa 4
WhatsApp Image 2025 02 07 at 19.17.12 13Oposição para Renovar
o ANDES-Sindicato Nacional

Jailton Souza Lira (UFAL)
• Presidente

Maria Carlotto (ADUFABC)
• Secretária Geral

Mariuza Guimarães (ADUFMS)
• 1º tesoureira

 

PRIMEIRA VEZ NO CONGRESSO

VERÔNICA
DAMASCENO
Professora da EBA e diretora da AdUFRJ

WhatsApp Image 2025 02 07 at 19.17.12 8Foto: Silvana SáÉ tudo muito novo para mim, mas estou começando a entender um pouco a organização e o funcionamento do congresso. Acredito que os grupos de trabalho são montados para permitir a participação de todos, mas é uma dinâmica complicada. Eu propus algumas coisas, que outros colegas também propuseram, mas acabaram não sendo acatadas. Percebo que majoritariamente há uma movimentação em favor das propostas da diretoria. Então, é um espaço democrático até certo ponto, na minha percepção.
Por outro lado, é um excelente espaço para termos contato com professores de outras universidades, de outros estados. A gente percebe a dimensão dos sindicatos, a atuação política dos colegas e os problemas comuns a muitas entidades, como a questão do baixo número de filiados, que gera problemas tanto para a luta política, quanto para a sua sobrevivência financeira. Falei da experiência da AdUFRJ para atrair novos sindicalizados, como a campanha de isenção para os jovens docentes e as ações de bem-estar e saúde promovidas pela nossa gestão.
Tivemos discussões importantes sobre a democratização da participação docente nas decisões do sindicato. Acredito que espaço democrático é aquele que permite que o colega possa acompanhar as discussões presencialmente, se puder, ou remotamente, se tiver qualquer impedimento. Isso amplia a atuação das pessoas e eu acho que faz com que elas se sintam mais acolhidas nas suas especificidades. Infelizmente, esse debate ainda não avançou o suficiente aqui.

 

CARLOS
ZARRO
Professor do Instituto de Física da UFRJ

WhatsApp Image 2025 02 07 at 19.17.12 9Foto: Silvana SáDe maneira geral, acho que as intervenções têm acontecido de modo a favorecer o modus operandi da diretoria nacional do Andes, no sentido de desqualificar perguntas honestas das pessoas, de ficar se arvorando em cima de burocracias. Se você faz um destaque, eles dizem que não se trata de um destaque e sua fala deixa de valer. Quem não sabe a diferença entre um destaque e um encaminhamento fica deslocado no debate, não há acolhimento.
Acho também que é uma intransigência a diretoria nacional do Andes sequer discutir meios de votação e participação por sistemas de internet. Muitos professores trabalham on-line, estão fora das sedes das universidades, em locais distantes. Ampliaria a participação se as pessoas tivessem diferentes formas de atuação e voto.
Talvez pelo clima de chapas, pela disputa política neste congresso, essas questões fiquem mais acirradas. De todo modo, senti uma animosidade contra a UFRJ. Ao pronunciar que eu era da AdUFRJ, já mudava a forma de algumas pessoas me responderem. No meu grupo de trabalho, eu me senti um pouco tolhido.
A melhor parte é a troca com os colegas. A gente consegue ter noção do que é a universidade. Quem é da Física acaba ficando na Física, há uma rara interação. Aqui, isso não acontece. Temos médicos, gente da Praia Vermelha, do IFCS, pessoas dos mais diferentes gostos. Aprendi sobre culinária, aprendi que Lacan sabia muito de Matemática. Tive uma aula sobre ele! Perceber a universidade como universitas, de fato, não tem preço.

 



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