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WhatsApp Image 2024 09 27 at 21.34.32 3Foto: Kelvin MeloProfessores, alunos e técnicos da Escola de Educação Física e Desportos protestaram, no Consuni da última quinta-feira (26), contra as precárias condições de trabalho e estudo. A unidade ainda está com as instalações interditadas após dois desabamentos do telhado — um, em setembro de 2023; o segundo, em maio deste ano. O grupo levou um bolo e balões pretos para marcar o “desaniversário” do primeiro acidente e cobrar respostas da reitoria.
As aulas estão espalhadas por salas do CCS, CT, CCMN e Letras, na piscina do Clube dos Empregados da Petrobras (CEPE) e no Centro Coreográfico da Cidade do Rio de Janeiro, na Tijuca, para os cursos de Dança. “Estamos vivendo um momento muito difícil e precisamos reverberar o verbo esperançar, como disse Paulo Freire. E para os jovens que sonham em cursar o nível superior na UFRJ, e ser até o primeiro da sua família na federal, como eu sou, deixo um recado: estamos lutando pelos nossos sonhos!”, disse a estudante Alessandra Vasconcellos, do nono período de Educação Física, lendo uma carta do coletivo.
Na tentativa de minimizar os prejuízos à formação dos alunos, boa parte das atividades práticas da Educação Física foi deslocada para meados de outubro, na expectativa de uma volta parcial à sede. A ideia seria utilizar os blocos C, D e E, onde ficam localizados os ginásios. Os espaços possuem uma estrutura independente dos trechos desabados (A e B).
Mas o aproveitamento dos espaços também depende de obras. Avaliação do Escritório Técnico da Universidade de julho deste ano verificou a necessidade da demolição de uma parede construída no segundo pavimento do ginásio do Bloco E e a manutenção das redes de proteção nos tetos de todos os ginásios.
No protesto do Consuni, a comunidade da Escola cobrou celeridade para estas obras e a instalação de cinco contêineres, que funcionariam como vestiários. A professora Luciana Peil, do Departamento de Jogos, participou do ato no Consuni e expôs a indignação com a falta de uma solução por parte da reitoria. A docente está dando uma disciplina de Sociologia do Esporte, teórica, no CCMN, mas não tem um lugar para lecionar Fundamentos do Basquetebol. “Não estão enxergando a EEFD como parte da UFRJ. O maior curso de Educação Física do país, a primeira Escola de Educação Física civil do país, não consegue funcionar. É inadmissível”, disse.
Já o caso dos cursos de Dança é um pouco diferente. Além das teóricas espalhadas por vários Centros, as aulas práticas vêm acontecendo no Centro Coreográfico da Tijuca ou em espaços improvisados. “Sem piso adequado, sem ventilação. Estamos sobrevivendo”, relatou a coreógrafa Denise de Sá. A liberação da área dos ginásios também melhoraria a situação da Dança.

RESPOSTAS
A pró-reitora de Graduação, professora Maria Fernanda, disse que acompanha de perto a crise da Escola, inclusive com o levantamento de espaços disponíveis em outras unidades para as aulas teóricas. Deu o exemplo de destacar um servidor apenas para atender as demandas da EEFD no Sistema de Gerenciamento Acadêmico. “Em momento nenhum, a gestão tem estado à parte desta situação”.
Superintendente geral de Gestão, Daniele Delgado disse que a equipe da pró-reitoria de Governança está ciente da prioridade de todos os processos relativos à Escola. O serviço de manutenção das telas deve ser iniciado nos próximos dias. Em relação à demolição da parede, uma empresa prepara o estudo para enviar o orçamento.
Por outro lado, a notícia sobre os contêineres não é positiva. “O aluguel ou compra do contêiner-vestiário ainda não chegou para a licitação. Está ainda na fase de elaboração do projeto”, explicou. “Temos que trabalhar com a realidade. O contêiner não estará pronto em outubro. Até porque tem uma obra civil por fazer: parte elétrica, parte hidráulica. É um produto que será fabricado por encomenda”.

E OS DEMAIS BLOCOS?
A Escola é dividida em cinco partes. Os desabamentos aconteceram nos blocos A e B, que são compostos pelo mesmo sistema estrutural de lajes com beirais, e sua liberação depende de trabalhos de sustentação. Até o momento, houve o escoramento interno emergencial do primeiro trecho que desabou (em dezembro do ano passado) e da parte externa dos beirais de todo o bloco B, em junho último. “Nós estamos aguardando o escoramento interno do segundo trecho que desabou, além da parte externa dos beirais de todo o bloco A”, informou a diretora, professora Katya Gualter. O segundo escoramento interno tem previsão de conclusão até o final de outubro. O escoramento externo dos beirais do bloco A começa “tão logo tenhamos recursos disponíveis”, completa a diretora.

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