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WhatsApp Image 2024 08 19 at 20.10.06 1Foto: Alessandro CostaQuase 400 pessoas já subscreverem o abaixo-assinado da AdUFRJ contra o  contingenciamento de R$ 60 milhões da maior e mais antiga universidade federal do país. A “tesourada”, para cumprimento do novo arcabouço fiscal, equivale ao custo de dois meses de funcionamento da instituição.
Se dois meses de recursos a menos já seriam motivo de preocupação em condições WhatsApp Image 2024 08 19 at 20.10.06 2 normais, a situação se torna ainda mais dramática em uma universidade gigantesca e centenária, deteriorada por anos de subfinanciamento.
“Sem esses valores, a UFRJ não vai conseguir honrar os seus compromissos financeiros, e os serviços podem ser descontinuados. Nós, que somos uma das maiores instituições de ensino e pesquisa do país, responsáveis por enormes contribuições à sociedade brasileira, não podemos fechar as portas”, afirma a Silvana Allodi, professora titular do Instituto de Biofísica, uma das primeiras a subscrever o documento da AdUFRJ.
Docentes de todas as áreas do conhecimento assinam a carta, como os eméritos Luiz Davidovich (ex-presidente da Academia Brasileira de Ciências, do Instituto de Física), Otávio Velho (Museu Nacional), Adalberto Vieyra (Cenabio), além de Ligia Bahia (Saúde Coletiva), Anita Leocádia Prestes e Paulo Baía (IFCS), Beatriz Resende (Letras), Luis Acosta (Escola de Serviço Social, foto à direita), o ex-reitor Carlos Frederico Leão Rocha (Economia) e o próprio pró-reitor de Finanças, Helios Malebranche.
No evento para reverenciar os nomes da UFRJ perseguidos pela ditadura militar, o reitor Roberto Medronho (foto acima, à esquerda) também subscreveu o documento.

Participe! O documento está
disponível AQUI.

Silvana Allodi
Professora do Instituto de
Biofísica Carlos Chagas Filho

WhatsApp Image 2024 08 19 at 20.10.06 3“Estou aqui para pedir socorro pela UFRJ. O orçamento da nossa universidade, que é a maior federal do Brasil, foi duramente atingido para que o governo possa manter as metas do novo arcabouço fiscal, tão importantes para o país. Mais de R$ 60 milhões foram contingenciados. E, desse valor, R$ 50 milhões são de empenhos já realizados, ou seja, em fila para pagamento e prestação de serviços. Sem esses valores, a UFRJ não vai conseguir honrar os seus compromissos financeiros, e os serviços podem ser descontinuados. Nós, que somos uma das maiores instituições de ensino e pesquisa do país, responsáveis por enormes contribuições à sociedade brasileira, não podemos fechar as portas. Por isso eu peço, com muita ênfase: descontigencia, governo!”.

Edson Watanabe
Professor do Programa de
Engenharia Elétrica da Coppe

WhatsApp Image 2024 08 19 at 20.10.06 4“A Coppe contribuiu muito para o desenvolvimento do país. Para citar só um exemplo, na área do petróleo, a Coppe contribuiu desde a década de 1970, ajudando a explorar petróleo em águas rasas, até o pré-sal, em águas profundas, a mais de 2 mil metros de profundidade. O contingenciamento anunciado pelo governo para a UFRJ vai impactar a formação de novos profissionais e certamente as pesquisas em desenvolvimento , assim como as futuras pesquisas, em todas as áreas”.

 

Carlos Frederico Leão Rocha
Professor do Instituto de Economia

WhatsApp Image 2024 08 19 at 20.10.06 5“Singular porque plural: o Instituto de Economia da UFRJ tem esse dizer como sua base de funcionamento. Por aqui passaram ministros, ex-ministros e professores de diferentes linhas ideológicas. Aqui tivemos o nosso saudoso Eugênio Gudin, que foi o representante do Brasil na Conferência de Bretton Woods, Octávio Bulhões e Roberto Campos, ambos símbolos do liberalismo, assim como Maria da Conceição Tavares, Carlos Lessa e Antônio Barros de Castro, que são orgulhos de nossa instituição. Nesse momento, o governo federal cortou R$ 60 milhões da universidade. O funcionamento desse instituto, desse Teatro de Arena da Praia Vermelha, onde foi realizado o primeiro show da Bossa Nova, está ameaçado. Governo, pare o contingenciamento!”.

Adalberto Vieyra
Professor emérito e diretor do Cenabio-UFRJ

WhatsApp Image 2024 08 19 at 20.10.06 6“Antes de falar do impacto desse contingenciamento, eu gostaria de falar sobre o reduzido orçamento com que a UFRJ foi contemplada. Um orçamento muito aquém não apenas de suas necessidades, mas também muito aquém de tudo aquilo que a UFRJ oferece para a sociedade, para o país e para o mundo, uma vez que a sua Ciência de ponta se projeta para os cinco continentes. A situação me parece crítica. A interrupção de serviços essenciais que já estavam previstos e que são também muito aquém do que a universidade demanda nos leva a uma situação de risco. Por exemplo, a UFRJ entrou com uma ação na Justiça para que a Light não interrompa o fornecimento de energia. Temo muito pelo fornecimento da alimentação nos restaurantes universitários. E também pelo Programa de Assistência Estudantil. O ministro Camilo Santana tem feito um excelente trabalho em seu estado na Educação Básica. Mas a Educação Básica e o Ensino Médio não são suficientes para que um cidadão tenha acesso a outros direitos que o Ensino Superior permite. Então me parece uma visão muito estreita sacrificar o Ensino Superior, me parece uma postura que não olha para o futuro. Sinto como se fizessem um cerco em torno da UFRJ. Um cerco maléfico que posso comparar, sem qualquer exagero, a um gueto de Varsóvia acadêmico. Mesmo imaginando que esse contingenciamento termine no final do ano, como chegaremos até lá? Em que condições? Faço um apelo para que o bom senso volte a se constituir como um norte para o governo federal. O cumprimento das metas de inflação e as normas do arcabouço fiscal não podem ser os limites superiores de nossas aspirações como cidadãos”.

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