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WhatsApp Image 2022 07 18 at 00.13.28Diretoria da AdUFRJ

Em pouco mais de uma semana, e a menos de três meses das eleições, uma tensa escalada de ataques colocou a violência política no centro da campanha eleitoral. O ápice dessa onda de ódio foi o assassinato do guarda municipal Marcelo Arruda, tesoureiro do PT em Foz do Iguaçu (PR), no último domingo (10). Ele foi morto a tiros pelo policial penal bolsonarista Jorge Guaranho, que invadiu a festa de 50 anos de Arruda — cujo tema era o PT e o ex-presidente Lula — aos gritos de “Aqui é Bolsonaro!”. Nesta sexta-feira (15), a Polícia Civil do Paraná indiciou o bolsonarista por homicídio, mas descartou motivação política para o crime.
O Jornal da AdUFRJ ouviu especialistas para avaliar o impacto do assassinato na campanha eleitoral e seus desdobramentos para o período posterior ao pleito, e mesmo após a posse do futuro presidente. “Acho que a violência vai ser a tônica dessa campanha”, acredita a professora Mayra Goulart, cientista política e vice-presidente da AdUFRJ. Para ela, essa será uma herança nefasta: “Essa violência será um legado do governo Bolsonaro, ela vai se manter no horizonte político por algum tempo”.
Os historiadores Paulo Fontes e Michel Gherman, ambos professores da UFRJ, têm visões semelhantes à de Mayra. “Essa cultura da violência se estruturou politicamente de tal forma que não será superada em quatro anos, é um processo de mais longo prazo”, prevê Fontes. “Esse discurso pode acionar o que há de pior outra vez, e vamos conviver com isso pelos próximos anos. Lula e a esquerda vão ter que saber lidar com isso e construir uma repactuação civilizatória”, acentua Gherman. As avaliações dos especialistas sobre essa escalada de violência política — incluindo uma suposta “polarização” amplificada, sobretudo, pela mídia tradicional — estão AQUI.
Violência rima com destruição, outra especialidade do governo Bolsonaro. Em seu projeto de desestruturar as áreas de Educação, Ciência e Tecnologia, o Planalto fez modificações na previsão orçamentária da UFRJ para 2023. Desta vez, a facada veio em forma de manobra: cortar rubricas financiadas para o Tesouro e elevar o orçamento da receita própria da universidade. Isso sem qualquer consulta à UFRJ. Nem o combalido Museu Nacional escapou. A verba para a reconstrução do museu caiu de R$ 3,4 milhões para R$ 1,5 milhão — menos da metade.
Mas a mobilização contra os cortes vem ganhando força. Por conta dela, esta semana o Congresso impediu o bloqueio de verbas do FNDCT. E a Assembleia Legislativa foi palco de uma audiência pública que reuniu universidades e instituições federais sediadas no Rio contra as tesouradas no orçamento. “A falta de financiamento tem um impacto direto sobre as condições de trabalho dos docentes. Um exemplo claro é que, depois da pandemia, os prédios que ficaram mais de um ano praticamente sem uso se degradaram. E, sem verbas para manutenção, eles propiciam condições sanitárias inadequadas para os professores, alunos e técnicos”, descreveu aos parlamentares o professor João Torres, presidente da AdUFRJ. “Nossa Ciência está vivendo um cenário de pós-guerra de um país vencido”, pontuou. Confira o mais recente panorama dos cortes e das mobilizações em defesa da Ciência AQUI.
A ampliação do leque de convênios da AdUFRJ para seus associados é o tema de nossa matéria 8. Completam a edição uma reportagem, na página 6, sobre os recentes ataques de cães nas imediações do Centro de Tecnologia (CT) — foram 13 em três meses — e a cobertura do 65º Conad do Andes, AQUI.
Boa leitura!

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