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bandeira adufrjDiretoria da AdUFRJ

Fazer política hoje é lutar contra a ruptura da ordem democrática e contra a disseminação do ódio pelas hordas bolsonaristas. E não há nada mais distante do esgoto a céu aberto, que é o bolsonarismo, do que a universidade pública com suas metas republicanas, suas políticas inclusivas pautadas pela ciência, pela educação e pela cultura. Portanto, um ato político fundamental hoje é manter essa universidade funcionando, é manter alto o moral dos estudantes, professores e técnicos. Mas, para isso, precisamos de condições mínimas de permanência na UFRJ.
Na terça-feira, Cláudio Cerqueira Lopes, professor titular do Instituto de Química, ficou uma hora e vinte minutos preso no elevador do bloco A do CT, junto com outros quatro colegas. Cardíaco, idoso, com problemas no joelho, o docente passou mal no acidente. Não se trata de um acaso: na semana passada, denunciamos o problema no nosso jornal. Esse é um assunto recorrente há anos, conforme alertam os mais de 400 docentes, técnicos e alunos que, na última quinta-feira, entregaram carta à reitoria. O presidente da AdUFRJ é um dos signatários.
No CCS, a situação também é preocupante. Os estacionamentos estão sem controle, cheios de buracos nos quais servidores caem e se ferem. Os carros são frequentemente arrombados e assaltados. A biblioteca não funciona integralmente desde 2017 e há vários registros de incêndios no prédio.
Caro colega, não lidamos apenas com problemas de infraestrutura. Professores e técnicos hoje enfrentam também uma política desastrosa com relação ao pagamento de direitos trabalhistas referentes a adicionais de insalubridade e periculosidade. São direitos assegurados por lei, mas que hoje não são respeitados pela Coordenação de Políticas de Saúde do Trabalhador, CPST, órgão da PR-4 responsável pela concessão e retirada desses adicionais e que hoje se pauta por uma interpretação das normas legais da qual discordamos frontalmente.
Se um professor que trabalha na bancada manipulando produtos químicos perigosos assume um cargo qualquer na UFRJ, imediatamente o benefício é cortado. Nós já discordamos disto! Na grande maioria das vezes, uma chefia não significa um gabinete com ar-condicionado e cafezinho. Significa trabalhar no novo cargo dentro do laboratório. Mas o pior é que, quando os colegas saem do cargo mencionado, a celeridade que existe para o corte do benefício não se manifesta no restabelecimento do pagamento. E, assim, vários colegas que “cometeram o erro” de aceitar um cargo na UFRJ nunca mais receberam um benefício ao qual têm direito. Em breve, faremos uma edição do Jornal exclusiva sobre o assunto.
Sabemos que a UFRJ tem o orçamento mais baixo dos últimos 20 anos. Sabemos que a tática do bolsonarismo e seus aliados é sufocar a universidade. Mas os problemas não podem ser escamoteados ou escondidos sob o argumento de que falar sobre e mostrá-los fragiliza a universidade. Temos que explicitá-los, discuti-los e buscar soluções. Esse é nosso papel enquanto sindicato. Precisamos zelar tanto pela infraestrutura da UFRJ quanto pelos direitos dos professores para que a universidade cumpra seu papel civilizacional e, consequentemente, tenha o impacto político tão necessário neste momento da história brasileira.
Boa leitura!

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