O dirigente — ex-chefe de segurança do Banco do Brasil, atirador esportivo e agraciado com o título de “colaborador emérito” do Exército — é considerado um estranho ao setor. “Esse desmonte impacta diretamente os trabalhos realizados, interrompendo projetos e ações do Arquivo Nacional voltadas para a Administração Pública Federal”, observou a Associação dos Servidores do Arquivo Nacional, em boletim eletrônico do dia 5.
Professora aposentada do Instituto de História da UFRJ, Jessie Jane Vieira de Sousa também divulgou uma nota sobre a importância daquela instituição. “Não se trata da preservação de ‘papéis velhos’ que, segundo alguns, podem ser descartados ou, uma vez classificados, podem virar ‘documentos digitais’. Trata-se de salvar acervos, produzidos no nosso longo processo histórico e que compõem não só a sonhada ‘memória nacional’, mas que dizem respeito às múltiplas memórias que forjaram a sociedade brasileira”, diz um trecho da nota.
Ex-presa política e uma das coordenadoras do projeto Memórias Reveladas, sediado no Arquivo Nacional, a docente vai além: “Infelizmente, ainda existem parcelas da sociedade que se recusam a aceitar a existência de múltiplas memórias presentes na construção do que chamamos de nação, construída na base do cancelamento de todas aquelas vozes trancadas e ainda perdidas na extensa documentação que se encontra sob a guarda do Arquivo Nacional”.