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bandeira adufrjDiretoria da AdUFRJ

Este não é um editorial como os outros em que focamos na apresentação do jornal. Hoje, queremos mandar uma mensagem para cada professor e professora que esta semana tentou retomar as aulas sob a imposição monocrática de um juiz que violou a autonomia universitária e determinou o imediato retorno presencial generalizado na UFRJ.
Nossa mensagem é de acolhimento, de solidariedade. Queremos dizer que a AdUFRJ está atenta e de braços abertos para mitigar os problemas dos docentes neste momento tão difícil. Não hesite em nos contatar. Precisamos informar também que, na última quinta-feira, abrimos uma frente judicial para pedir o cancelamento do retorno acadêmico imediato.
O segundo semestre de 2021 começou diante de uma série de incertezas. Não sabemos quantos espaços da universidade são seguros para o retorno. O GT pós-pandemia estava mapeando área por área, até ser atropelado pela decisão judicial. Tampouco temos um balanço geral de quantas disciplinas e alunos estão aptos a começar presencialmente. As unidades acadêmicas estão correndo para tabular essas informações.
Nosso cronograma, aprovado democraticamente na universidade, previa um retorno gradual, primeiro com as disciplinas práticas agora em novembro, e, mais tarde, em abril, com as teóricas. Esse era o planejado e acordado. A UFRJ é um mundo complexo, com infraestrutura desigual entre as unidades. Há departamentos com aulas em subsolo sem janelas. Há professores sem gabinetes próprios que repartem com colegas instalações precárias. E, principalmente, há uma multidão de alunos sem condições de voltar às aulas do dia para a noite, morando fora do Rio, e que foram obrigados pela pandemia a abandonar suas moradias na capital fluminense.
Temos que entender – e acolher – essa diversidade. O que significa abrir olhos e ouvidos para as demandas de passes de transporte, de aumento das linhas de ônibus e de reorganizações dos bandejões.
É justo nesse contexto de indignação com a falta de sensibilidade de um magistrado, que sequer visitou os campi e ouviu a universidade, que a nova diretoria da AdUFRJ resolveu entrar na Justiça contra a imposição do retorno imediato. A AdUFRJ cobra a suspensão, em caráter de urgência, da decisão do desembargador Marcelo Pereira da Silva. Não há prazo definido para apreciação do pedido.
Nossa visão sobre esse processo é diferente do olhar da reitoria. Somos professores e somos representantes sindicais dos docentes. Queremos mostrar nossas especificidades. Nossa questão é trabalhista. Desejamos retornar ao trabalho presencial, mas de forma segura, planejada e responsável.
Ainda não há informações concretas de que serão assegurados produtos de higiene e limpeza (sabão, álcool em gel, máscaras), equipamentos de Proteção Individual (EPIs), de Proteção Coletiva (EPCs), além de condições para assepsia nas unidades, considerando abastecimento regular de água, limpeza e rede de esgoto em pleno funcionamento. “Ou seja, estão ausentes condições de segurança de trabalho, em razão da falta de condições sanitárias, salubres de trabalho, em meio à pandemia”, resume o texto de nossa ação judicial, protocolada essa semana.
Temos uma reunião do Conselho de Representantes da AdUFRJ marcada para a próxima segunda-feira, 22, quando iremos recolher também as observações e ponderações dos conselheiros. Todo esse material pode ser incorporado ao nosso processo. E, aqui, como diretoria, queremos reforçar nosso comprometimento com a defesa da qualidade do trabalho docente. Estamos na AdUFRJ para isso e, se você tem algum aspecto para nos contar, alertar, debater, por favor, nos procure. Estamos juntos!

Boa leitura.

OBS: Durante o fechamento desta edição, fomos surpreendidos com a convocação de um Conselho Universitário extraordinário para discutir a Ebserh. Reforçamos aqui nosso compromisso com o debate, amplo e diverso, sobre o tema. Compromisso que já expressamos concretamente na semana passada, quando realizamos um importante debate público com docentes que defendem posições opostas sobre o tema.

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