Em reunião com as entidades representativas da UFRJ na tarde desta terça-feira, a reitoria apresentou o dramático cenário previsto para a instituição em 2025. A proposta de lei orçamentária (PLOA) do governo aumenta em apenas 5% as receitas de funcionamento básico da universidade. Apenas R$ 324 milhões poderão ser utilizados livremente pela administração central para pagamento de contas e serviços, se nada mudar durante a tramitação da PLOA. Porém, as despesas de custeio de exercícios anteriores somadas com as de 2025 podem alcançar R$ 471,5 milhões. "Estamos com o problema de como fazer caber um elefante numa caixinha de fósforos. Teremos de fazer adequações, que serão objeto de deliberação do Conselho Universitário", afirmou o reitor Roberto Medronho.
A presidente da AdUFRJ, professora Mayra Goulart, destacou a necessidade de esforços conjuntos da comunidade não só pelo aumento do orçamento de 2025, mas por modelos de financiamento mais estáveis para as universidades. "Como o das estaduais paulistas, por exemplo ", disse.
Sem essa articulação, as perdas bilionárias vão se aprofundar. A professora citou um estudo do Observatório do Conhecimento — rede de associações docentes coordenada pela AdUFRJ — que mostra as crescentes perdas da educação superior e do sistema de ciência e tecnologia do país nos últimos dez anos. "São R$ 117 bilhões que foram ceifados dos cofres dos orçamentos públicos", disse.
Uma boa notícia da reunião é que o débito de R$ 35 milhões com a Light deverá ser transformado em precatório da União. Já existe acordo com a empresa, que precisa ser homologado pela Justiça. "Isso significa que nós entraremos o ano sem dívida com a Light. Quem vai pagar é o governo federal". É possível que o mesmo procedimento seja adotado com a dívida de água.
Foto: Kelvin Melo
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