Renan Fernandes
A professora Elaine Constant, da Faculdade de Educação, não conteve a surpresa ao se reconhecer em duas fotos, separadas por uma década, da exposição Servidores da Sociedade. “Sou eu!”, exclamou. Na primeira, participava de uma atividade da greve de 2013; em outra, era uma das representantes da unidade na etapa estadual da Conferência Nacional de Educação, em 2023. “Mostra um pouco da minha história”.
Durante a Semana dos Servidores Públicos da UFRJ, a exposição organizada pela AdUFRJ levou ao Palácio Universitário e ao Centro de Ciências da Saúde 220 fotos que exaltam a contribuição do trabalho de ensino, pesquisa e extensão exercidos pelos professores e técnicos da maior universidade federal do Brasil.
A professora Nedir do Espirito Santo, vice-presidenta da AdUFRJ, foi a curadora da mostra. “O foco desta exposição é a valorização da ação, um dos princípios de nossa direção. As pessoas que aparecem nas fotografias estão representando ações que são feitas na UFRJ”, explicou. A docente destacou o trabalho de toda a equipe da AdUFRJ na montagem da apresentação. “O detalhe de corrigir as legendas, o tamanho da letra, a cor, a posição das fotos, a discussão das escolhas. Sou uma curadora de curadores, nada seria possível sem essa equipe”.
Todos os centros e o campus Caxias enviaram fotos de atividades que valorizam a construção da UFRJ em parceria com a sociedade. Uma ala especial destaca a atuação da AdUFRJ a serviço dos docentes e em defesa da universidade.
O fotógrafo Fernando Souza, que colabora com a AdUFRJ desde 2016, foi o autor de dezenas de fotos expostas. “É prazeroso ver que meu trabalho foi importante para registrar, para documentar para a posteridade o trabalho que os servidores públicos prestam para a sociedade”, disse. “Mais legal ainda é ver as pessoas reagindo e interagindo com as fotos”.
Devido ao grande sucesso de público, a mostra segue no corredor central do CCS, próximo a entrada do Bloco L, durante todo o mês de novembro. Entre os dias 2 e 6 de dezembro, a exposição seguirá para o Nupem, em Macaé.
Elaine Constant
Faculdade de Educação
Tomei um susto quando me vi em duas fotos. É muito bom a gente se reconhecer na instituição, ver a Faculdade de Educação representada aqui. É interessante recuperar a memória por meio das fotografias. Uma das fotos em que apareço é emblemática, foi da greve em 2013, uma mobilização muito intensa, me ver ali me trouxe essas memórias de volta. Mostra um pouco da minha história, como professora e militante pela educação. Essas fotos, às vezes, ficam num Instagram, mas assim é diferente, tem mais impacto, é mais interessante porque é coletivo.
Maria Clara Amado Martins
Coordenadora de extensão do CLA
Fiquei muito feliz de ver toda a universidade nesses painéis. Ver a diversidade, como ela é rica. Trabalho na UFRJ há 26 anos e algumas coisas aqui expostas eu não conhecia. Por exemplo, descobri que existe uma farmácia universitária. Essa exposição contribui muito para o nosso conhecimento, mostra que fazemos parte de um universo maravilhoso. Espero ver mais exposições desse tipo. Todo mundo deveria ver. Fui responsável pela curadoria das fotos do CLA e fizemos uma seleção de fotos que tentou representar o todo. Deu muito orgulho ver as imagens do meu centro ali, é o que a gente sente quando se reconhece. Fico emocionada toda vez que me olho.
Marcelo Almeida de Carvalho
FACC
A foto do incêndio do Museu Nacional me comoveu bastante. Tinha acabado de tomar posse como professor, passei aquela semana conhecendo a UFRJ, assistindo a palestras e treinamentos, e, de repente, no domingo, aconteceu aquela tragédia. Por isso, ficou marcado na minha história aqui. A gente na Praia Vermelha acaba ficando distante das ações promovidas por outros centros em outros campi. Essa exposição é muito importante para nos aproximar do que é feito em outras áreas da universidade. Passei aqui entre aulas com alguns alunos e achei importante mostrar para filha de uma delas a importância do papel social que a UFRJ e a AdUFRJ têm. Ela é criança, ainda não é aluna da universidade, mas isso aqui também é dela. Achei muito interessante a quantidade de ações expostas aqui voltadas para as crianças da sociedade.
Ana Lúcia Fernandes
Faculdade de Educação
Sou da área da história da Educação, então todas as referências à memória ou a histórias me são muito caras. Achei incrível essa iniciativa. É uma maneira de homenagear e chamar atenção para a história da gente. Adorei me ver nas fotos. É interessante como essa exposição permite a gente parar esse fluxo constante que vivemos e pensarmos nas coisas que já fizemos. É um momento para parar e refletir sobre momentos bons e momentos difíceis que se perdem na bruma dos dias.
Lina Zingali
Instituto de Bioquímica Médica
Essa exposição é uma homenagem a todos os servidores, essa categoria tão mal falada. A universidade é feita de gente. Existem os espaços, mas sem as pessoas a gente não constrói nada. Apesar de todas as dificuldades que enfrentamos, são essas pessoas que fazem o sucesso da UFRJ. Tem muita coisa para ser vista aqui, o trabalho de todos os centros que compõem a universidade. Espero que possamos ampliar ainda mais essa exposição para mostrar mais projetos e pesquisas desenvolvidos na nossa universidade.
Cassia Turci
Vice-reitora
Os dias têm sido difíceis, estamos tentando superar uma série de problemas na UFRJ, mas são ações como essa que fazem toda a diferença na nossa vida. Cheguei aqui cansada e, quando entrei, tudo mudou porque essa exposição tem muita força. É uma alegria muito grande estar aqui. A foto em que apareço ali foi bem escolhida e tem uma história curiosa. Estou gargalhando porque queriam que eu falasse com um robô de inteligência artificial. Me diziam: “Professora, pode falar com o robô”. Eu dizia alguma coisa, ele me respondia, mas eu não conseguia dar continuidade, então comecei a rir. Foi tão esquisito conversar com aquela máquina que saiu uma conversa meio robotizada.
Christine Ruta
coordenadora do FCC
Essa exposição aquece os corações dos servidores públicos. Passei pelas fotografias e tive o prazer de passear por tantos momentos históricos, das visitas de Albert Einstein e Marie Curie ao Museu Nacional, das lutas contra a ditadura, até a recepção do manto tupinambá.
Mayra Goulart
presidenta da AdUFRJ
Essas fotos não mostram só um conjunto de servidores. A maior parte dessas fotografias foi tirada fora do nosso horário de trabalho. A gente é mais que servidor. A gente está construindo um país acreditando nos nossos sonhos. Nosso trabalho é mais que um serviço regulamentar, é uma escolha de vida, uma escolha de doação à comunidade que deixa um legado para gerações e gerações tocadas por esse espírito. Essa exposição é um gesto em defesa desse modo de vida de preocupação com o coletivo, de construção de um mundo melhor. A UFRJ representa isso. Não apenas um sonho de formação de profissionais excelentes, mas também um sonho de inclusão em que ninguém fica para trás.