Passaram-se 303 dias entre a primeira proposta do governo no fim de agosto do ano passado, e a assinatura do acordo com os professores federais, no dia 27 de junho. As idas e vindas da longa negociação salarial, a greve e as deliberações das assembleias da AdUFRJ são destacadas em datas-chave, a seguir.
2023
29 de agosto
Governo sinaliza reajuste de 1% para os servidores do Executivo em 2024
26 de setembro:
AdUFRJ realiza assembleia sobre a campanha salarial. Professores, em votação virtual, aprovam proposta de paralisação em 3 de outubro por reajuste.
18 de dezembro
Na última mesa de negociação entre governo e servidores federais do ano passado, governo anuncia reajuste zero para 2024. A proposta da União foi de reajuste apenas nos benefícios, a partir de maio de 2024. Salários só seriam reajustados em 9% divididos em duas parcelas: uma para 2025 e outra somente em 2026.
2024
Janeiro
AdUFRJ articula, em parceria com economistas da UFRJ, uma proposta para rever os salários dos docentes.
31 de janeiro
Servidores apresentam contraproposta unificada ao governo federal: recomposição deveria obedecer a percentuais diferentes para dois grupos. O grupo 1 teria direito a um índice de 34,32% parcelados em três vezes de 10,34%, entre 2024 e 2026. O grupo 2, do qual os professores universitários e EBTT fazem parte, faria jus a um reajuste de 22,71% divididos também em três parcelas, de 2024 a 2026, de 7,06%.
1º de fevereiro
MEC publicou a portaria que estipula o novo piso salarial do magistério da educação básica, no valor de R$ 4.580,57. Proposta da AdUFRJ é elevar o vencimento básico dos professores federais sem mestrado e sem doutorado ao nível do piso aprovado e defendido pelo governo federal.
28 de fevereiro:
mesa de negociação terminou sem que o governo oferecesse um índice de reajuste salarial aos servidores federais para este ano. Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos (MGI) aguardava a divulgação do Relatório de Avaliação de Receitas e Despesas Primárias para avaliar se seria possível oferecer alguma proposta de reajuste ao funcionalismo. Esse relatório só seria divulgado no fim de maio.
28 de fevereiro:
durante o 42º Congresso do Andes, apenas 20 votos separaram os favoráveis a uma greve no primeiro semestre deste ano daqueles que defendiam a possibilidade de uma greve com organização responsável e em parceria com outros setores do funcionalismo.
21 de março:
Andes e Sinasefe protocolaram a proposta unificada de reestruturação da carreira junto ao MEC e ao MGI.
5 de abril
Em assembleia, os professores da UFRJ disseram um sonoro não à proposta de greve a partir do dia 15. Foi a maior assembleia do país, com 914 docentes registrados nos livros de presença.
19 de abril
AdUFRJ organiza ato “Eu amo a UFRJ”, nas escadarias do Ministério da Fazenda, no Rio. A manifestação teve como foco a luta por mais verbas para a universidade, melhores salários, condições dignas de trabalho e mais bolsas.
25 de abril
Governo e 33 de 40 sindicatos (82,5%) fecharam o acordo para o reajuste dos b e n e f í c i o s dos servidores.
10 de maio
Em assembleia, pouco mais de 60% dos professores da UFRJ votaram contra a greve por tempo indeterminado. O placar foi elástico: 364 contrários à greve, 234 a favor e 5 abstenções.
21 e 22 de maio
Durante dois dias de paralisação aprovados na AG do dia 10, AdUFRJ organizou duas lives. A primeira, sobre a crise orçamentária da UFRJ, com o superintendente geral de Finanças da universidade, George Pereira, o ex-pró-reitor da área, Roberto Gambine, e o professor Carlos Pinkusfeld, do Instituto de Economia. A segunda, sobre a pós-graduação brasileira, contou com a presidenta da Capes, professora Denise Pires de Carvalho, o pró-reitor de Pós-graduação e Pesquisa, professor João Torres, e a representante da APG, Natália Trindade.
22 de maio
Assembleia da AdUFRJ aprova proposta do governo: 670 contra 579 e 24 abstenções.
27 de maio
Proifes, que representa parte dos docentes federais, assina acordo com o governo sobre reestruturação da carreira e reajuste para 2025 e 2026. Assinatura é questionada pelo Andes.
10 de junho
Em cerimônia no Palácio do Planalto, o presidente Lula e os ministros Camilo Santana, do MEC, e Esther Dweck, do MGI, anunciam R$ 5,5 bilhões do novo PAC para a Educação, que inclui a construção de dez novos campi e uma recomposição orçamentária de R$ 400 milhões para as IFES.
27 de junho
Andes, o Sinasefe, a Fasubra e o Proifes assinaram o acordo com o governo que prevê reajustes salariais para 2025 e 2026. Documento só se difere daquele assinado pelo Proifes, em 27 de maio, em um ponto: o reajuste previsto para maio de 2026 será antecipado para abril daquele ano. Ao documento original, foram acrescentados itens não econômicos, como a revogação da Portaria 983, que versa sobre a carreira EBTT, a liberação do controle de frequência para o magistério do EBTT e a criação de grupos de trabalho para discutir reenquadramento de aposentados.