facebook 19
twitter 19
andes3
 

filiados

WhatsApp Image 2023 12 11 at 20.34.29 4Ana Beatriz Magno e Silvana Sá

Os professores da UFRJ são majoritariamente brancos, homens e moradores da Zona Sul carioca. Esse perfil – ainda dominante na universidade – foi conseguido graças a uma nova ferramenta elaborada pela Pró-Reitoria de Pessoal (PR-4). Trata-se de um painel de informações estatísticas de servidores docentes e técnicos-administrativos. A plataforma foi lançada no dia 5 de dezembro, durante webnário promovido pela PR-4. A AdUFRJ foi representada pela presidenta Mayra Goulart.WhatsApp Image 2023 12 11 at 20.44.35 1
Neuza Luzia Pinto, pró-reitora de Pessoal, destacou a importância de a universidade conhecer quem são os seus servidores. “Esse é mais um instrumento que a PR-4 oferece para a universidade e para a sociedade. Os dados mostram um espelho dos nossos servidores. Responde sobre quem somos, quantos somos, onde estamos, onde moramos”, exemplificou.
Ao Jornal da AdUFRJ, Neuza explicou que a iniciativa é um dos marcos dos cem dias de gestão e que é fruto de um desejo do reitor Roberto Medronho. “Quando houve a criação do grupo de transição, Medronho anunciou a necessidade da criação de uma política de pessoal que nos permitisse acabar com a política de balcão. Essa era nossa meta”, lembrou. “Para alcançarmos este patamar, precisamos construir métodos e ferramentas. Por isso, o painel, por isso o PGD (Programa de Gestão e Desempenho). Precisamos nos conhecer e ter formas de medir a produção, discutir a carreira e distribuição dos técnicos como fazemos com a carreira do professor”, defendeu.
Mayra Goulart destacou em sua intervenção o recorte de gênero possibilitado pela plataforma. O corpo funcional da universidade, ela demonstrou, é composto por 51,8% de mulheres, entre professoras e técnicas. No entanto, elas ocupam apenas 37% dos cargos de gestão e direção na universidade. “A plataforma da PR-4 deixa muito nítido que nós estamos privadas desse espaço de poder”, afirmou a cientista política. “Quando a gente traz informação sobre os marcadores sociais, a gente percebe que há uma minoria ‘maioritizada’, que são os homens brancos e de classe média-alta”, disse.
Mayra também destacou o local de moradia como marcador importante na análise do corpo funcional. Sobretudo no recorte docente. “E onde moram os professores?”, ela indagou. “Sessenta e três por cento estão na Zona Sul”, apontou Mayra. “Saúdo a iniciativa da PR-4, porque é nos conhecendo que poderemos combater as nossas desigualdades”, finalizou a professora.
A plataforma pode ser acessada em pessoal.ufrj.br/pessoal-em-numeros.

 

MULHERES MINERVA

WhatsApp Image 2023 12 11 at 20.42.15O poder na UFRJ não retrata a universidade. Em números absolutos, há muito mais mulheres que homens na instituição, mas elas ocupam um percentual minoritário dos cargos de direção. As mulheres respondem por 51,8% dos 14.032 docentes e técnicos. Ao todo são 7.267 mulheres e 6.765 homens. Já os 138 cargos de direção, com maiores responsabilidades e remunerações, estão amplamente concentrados em mãos masculinas. São 87 homens e apenas 51 mulheres recebendo as chamadas CDS, funções divididas em quatro categorias, entre elas a CD1, a mais alta do reitor, e CD2, a da vice-reitora e a dos sete pró-reitores. Nesse mesmo quesito da distribuição de poder na universidade, a comparação racial é ainda mais cruel. Das 138 CDS, apenas 9 são ocupados por docentes e técnicos que se declaram negros. Nas CD1 e 2, as mais elevadas, não há negros.
Vale ressaltar que, apesar de todo o esforço para enegrecer a UFRJ, ainda há uma disparidade enorme entre a população e o quadro funcional da universidade. Há apenas 1.276 docentes e técnicos negros de um total de 14.032 servidores, o que corresponde a menos de 10%, percentual infinitamente menor do que a média de negros na sociedade brasileira, 55,8%, segundo dados do IBGE. Quando examinamos apenas os docentes, chegamos a características bastante peculiares. Há 4.904 docentes ativos, sendo 51% homens e 49% mulheres. Desse total, menos de 5% são pretos e 79,26% são brancos.
Entre os docentes ativos, apenas 661 são professores titulares – estão no topo da carreira. Na classe inicial, de auxiliar, há 207 docentes. A maior concentração é na categoria de associados, com 1.453 professores.
A titulação é também outro fator significativo. Mais de 80% dos docentes, precisamente 82,7%, são doutores. A distribuição de docentes por unidades acadêmicas é relativamente desigual. A maior concentração está no CCS, com mais de 30% das professoras e professores, o que significa 1.418 docentes lotados no Centro de Ciências da Saúde. As humanidades ficam em segunda posição, com 711 docentes no CFCH. O menor Centro é o CCJE, com menos de 9% das professoras e professores.
O último indicador relevante no estudo é o de inclusão. A maior universidade do Brasil tem apenas 29 docentes com alguma necessidade especial, sendo nove deficientes auditivos.

Topo