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WhatsApp Image 2023 12 11 at 20.34.28A UFRJ aprovou a adesão à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares, na segunda-feira (11). Por 35 votos a favor e 13 contra (73% a 27%) e nenhuma abstenção, o Consuni decidiu que o Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, o Instituto de Puericultura e Pediatria Martagão Gesteira (IPPMG) e a Maternidade Escola serão administrados pela Ebserh.
“Estou muito, mas muito feliz. Eu vivi o momento áureo das nossas unidades hospitalares e agora há uma grande esperança de que retomemos aqueles tempos áureos”, disse o reitor Roberto Medronho ao Jornal da AdUFRJ. “A maioria dos conselheiros entendeu a situação dramática em que se encontram nossas unidades hospitalares”, completou.
O reitor acredita que a adesão transformará o ensino, pesquisa, extensão e assistência à saúde dos três hospitais. “Teremos um acréscimo de 129 leitos e mais de novos 1,2 mil funcionários contratados por concurso via CLT. Teremos uma gestão focada na melhoria da excelência de tudo que nós fazemos”.
A deliberação encerra uma polêmica de dez anos. Em 2013, quando a possibilidade de adesão das unidades de saúde da instituição foi discutida pela primeira vez — e após turbulentas sessões —, o Consuni resolveu apostar na construção de uma solução alternativa que jamais foi formulada pelos proponentes. Em 2021, após crescente crise nos hospitais, o conselho autorizou a reitoria a iniciar negociações com a empresa. Agora, a UFRJ deixa de ser a única universidade fora da Ebserh com hospital exclusivo para o Sistema Único de Saúde.
Durante a sessão, houve a leitura de 12 pareceres de vista ao relato original da Comissão de Desenvolvimento do Consuni — favorável à adesão.
A professora Walcy Santos, representante dos titulares do CCMN no Consuni, apresentou um dos pareceres pela assinatura do contrato. A docente observou que a Ebserh gere mais de 40 hospitais universitários, “que aumentaram seu potencial de atendimento e melhoraram de modo significativo sua gestão”.WhatsApp Image 2023 12 11 at 20.34.29
Walcy também defendeu a adesão com um emocionante relato pessoal. Em 1982, então aluna do mestrado, vivendo apenas da bolsa, ficou grávida e só conseguiu amparo junto às unidades de saúde da UFRJ. “Tentei atendimento em alguns hospitais públicos, sem sucesso. O HU me acolheu, onde fiz meu pré-natal. Minha filha nasceu na Maternidade Escola e teve seu primeiro ano de atendimento todo no IPPMG. Hoje não sei se conseguiria todo esse atendimento que foi fundamental para a saúde de minha filha”, afirmou Walcy.
“Sou eternamente grata aos hospitais da UFRJ e luto para que eles possam melhorar cada vez mais. Por isso, sou favorável ao parecer exarado pela Comissão de Desenvolvimento que indica que o contrato seja assinado”, disse.
Coordenadora geral do Sintufrj e representante dos técnicos-administrativos no colegiado, Marta Batista foi contra a adesão. A conselheira afirmou que documentos importantes para o debate não ficaram disponíveis para o Consuni. “Os anexos (da minuta do contrato) não foram enviados para análise da Comissão de Desenvolvimento, tampouco para os demais conselheiros”, disse a docente.
Marta citou o relatório da comissão paritária formada pela reitoria para criticar o desempenho da Ebserh. “Nos leitos de média complexidade, houve queda. Quando consideramos hospitais que há dez anos tinham 300 leitos ou mais, como o HU, observamos também que houve queda”, disse.
A representante dos técnicos lembrou a experiência da UFRJ na pandemia, quando o governo investiu em insumos e pessoal e o hospital universitário aumentou sua capacidade de atendimento. “Não precisa de intermediário”, disse, em referência à Ebserh.

SESSÃO REMOTA
O Consuni aconteceu em meio remoto. O formato atendeu a um pedido da maioria dos conselheiros após a manifestação contra a Ebserh que inviabilizou a reunião anterior, no auditório do Parque Tecnológico, dia 7.
“Queria agradecer a sensibilidade do reitor em convocar esta sessão remota atendendo a um pedido assinado por 34 dos 60 conselheiros. Pelo menos dois conselheiros passaram mal, devido ao clima gerado pelas manifestações com palavras de ordem, som de bumbos e tambores”, afirmou o professor Ricardo Medronho, representante dos eméritos no colegiado. “Essa é uma forma completamente antidemocrática que visa cassar a palavra das pessoas”.
O parecer aprovado no Consuni foi lido pelo decano do CCMN e relator da matéria, professor Cabral Lima. “A minuta de contrato, fruto do processo de negociação entre UFRJ e Ebserh, foi examinada pela Procuradoria Federal da UFRJ, que a considerou apta para assinatura por parte da UFRJ”, destacou o docente.

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