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WhatsApp Image 2023 06 15 at 18.50.05Fotos: Alessandro CostaPrepare-se para uma viagem no tempo, na qual todos os seus sentidos serão transportados para séculos atrás. A experiência será vivenciada por 25 professores filiados à AdUFRJ, no dia 30 de junho. A terceira edição de visitas histórico-culturais – projeto promovido pela AdUFRJ – vai conhecer o Real Gabinete Português de Leitura, instituição fundada em 1837 e que, há 136 anos, funciona no mesmo edifício. O prédio de estilo neomanuelino abriga a biblioteca mais antiga em atividade contínua do continente, eleita entre as dez mais belas do mundo.
As inscrições se encerraram em apenas 12 horas desde que a AdUFRJ fez o anúncio do passeio, por e-mail, aos sindicalizados. O sucesso foi tão grande que a diretoria abriu mais uma data para outra turma também de 25 pessoas: dia 7 de julho, às 14h30.
A visita não se limitará às áreas abertas ao grande público. Outros espaços e salas reservados serão apresentados aos docentes sindicalizados. Um deles é a Sala dos Brasões, um auditório que retrata brasões das cidades que existiam quando o Real Gabinete foi inaugurado.
A guia dessa viagem no tempo é a professora Gilda Santos. Doutora em Letras Vernáculas, especialista em Literatura Portuguesa, a docente é aposentada da Faculdade de Letras e vice-presidente cultural e do Centro de Estudos do Real Gabinete. A ideia de fazer a visitação ao espaço partiu dela mesma, quando teve oportunidade de conhecer a “Pequena África”, em 29 de abril. “Lá surgiu a ideia de poder apresentar o Gabinete aos colegas. Há um acervo muito grande. São livros, esculturas, pinturas, mobiliário”, descreve a professora. “Além do átrio central, os professores da UFRJ vão conhecer outras quatro salas”, adianta a professora.WhatsApp Image 2023 06 15 at 18.50.05 4Professora Gilda Santos
Além de biblioteca, o Real Gabinete funciona como instituição acadêmica. Em 1969, foi criado o Centro de Estudos. Em 2001, a professora Gilda Santos fundou o Polo de Pesquisas Luso-Brasileiras. “Não conheço nenhuma outra biblioteca no mundo que tenha um centro de estudos funcionando”, afirma. “Sempre houve um diálogo muito intenso entre o Gabinete e a Academia”, destaca a professora. “Funcionamos também como lugar de pesquisa”.
O acervo é formado por 350 mil volumes. Congrega bibliotecas de nomes conhecidos da cultura nacional, como Paulo Barreto, o João do Rio. “Em sua morte, em 1921, seu acervo foi todo doado ao Real Gabinete. Todos os livros que ele escreveu e sua biblioteca particular”, explica a professora. Estão em guarda da instituição, ainda, o diploma de membro da Academia Brasileira de Letras, datado de 1918, a capa, espada e chapéu da ABL, uma pena de ouro, recebida como homenagem dias antes de sua morte, em abril de 1921, e comendas outorgadas pelo Estado Português ao escritor, em 1920.

OBRAS RARAS
Uma das preciosidades expostas ao grande público é um exemplar da primeira edição de Os Lusíadas, de Luis de Camões. A obra, de 1572, fica protegida por um vidro na grande sala de leituras.
Outras obras de destaque são os manuscritos de “Dicionário da Língua Tupi”, de Gonçalves Dias (1858), “Ordenações de Dom Manuel”, de Jacob Cromberger (edição de 1521), “Sermões do Padre Antônio Vieira” (1689) e o manuscrito do romance “Amor de Perdição”, de Camilo Castelo Branco (1861).
Alguns exemplares de obras raras ou manuscritos podem ser consultados por pesquisadores, desde que haja autorização especial. Já a consulta ao acervo geral pode ser feita por todos os leitores no salão da biblioteca. Sócios têm o privilégio de pegar livros emprestados por até 15 dias, desde que sejam de edições posteriores a 1950.

PONTO DE TURISMO
WhatsApp Image 2023 06 15 at 18.41.15Desde que entrou no rol das bibliotecas mais bonitas do mundo, o Real Gabinete passou a ser procurado por turistas brasileiros e estrangeiros. A visitação saltou para uma média de mil pessoas por dia. “Na sexta-feira, após o feriado (de Corpus Christi), a fila para conhecer o Gabinete ia da porta ao Largo do São Francisco de Paula”, espanta-se a professora Gilda Santos. Uma distância de quase 200 metros.
A reportagem esteve no espaço último dia 13 e encontrou Mayara dos Santos, com o marido Thierre e a filha do casal, a pequena Lídia. Todos encantados com o edifício. “Achamos lindo! Parece um cenário de filme antigo, daqueles bem clássicos”, disse Mayara, que é estudante de Letras da Uerj. “É aconchegante. Parece que estamos entrando em outra dimensão. É incrível que um espaço desse esteja tão pertinho e muita gente ainda não conheça”.
Para conhecer, os professores filiados à AdUFRJ que desejarem fazer a visitação do dia 7 de julho devem se inscrever pelo e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.. O Real Gabinete Português de Leitura fica na Rua Luís de Camões, 30 – Centro.

História
Fundado em 14 de maio de 1837, o Real Gabinete Português de Leitura é a mais antiga associação criada por portugueses no Brasil após a independência do país, em 1822.
A primeira sede foi na antiga rua de São Pedro, 83 – incorporada à Av. Presidente Vargas em 1943. Anos depois, transferiu-se para a Rua da Quitanda e para a Rua dos Beneditinos. A sede atual foi erguida em 1887, pela Princesa Isabel.
A fachada do prédio apresenta estátuas de Pedro Álvares Cabral, Luis de Camões, Infante Dom Henrique e Vasco da Gama.

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