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cfcbe672 eea2 4876 8393 3fd6ca19d846A UFRJ alcançou um ótimo resultado geral na Avaliação Quadrienal da Capes (2017-2020), divulgada no fim de dezembro. Entre os 125 cursos de pós-graduação da instituição, 33% aumentaram as notas e 60% mantiveram os índices em relação ao ciclo anterior, informou a pró-reitoria de Pós-graduação e Pesquisa (PR-2) em seu site. Hoje, 38% dos programas estão classificados como 6 ou 7, o máximo que pode ser alcançado. “Estamos com mais de 60% dos cursos com notas 5, 6 e 7. Alguns pularam dois níveis, de 4 para 6 ou de 5 para 7”, comemorou a pró-reitora, professora Denise Freire.
A velocidade com que a pós da universidade se organizou durante a pandemia foi um dos fatores que contribuíram para este desempenho, na avaliação da dirigente. “O papel da PR-2 e do CEPG (Conselho de Ensino para Graduados) foi crucial. Poucos dias depois da suspensão das atividades presenciais em 16 de março de 2020, já estávamos nos reunindo com os presidentes de câmaras do CEPG para decidir sobre defesas, reuniões do conselho e aulas remotas. A pós da UFRJ foi uma das primeiras a ministrar aulas naquele período. Agimos muito rápido”, afirmou Denise.
O trabalho duro também pesou. “Nossos coordenadores de pós e os professores trabalharam muito para não deixar os alunos à deriva. Vou dar um exemplo: se precisávamos ir ao laboratório ou fazer um trabalho de campo e não podíamos, criávamos rapidamente alternativas. Vi que isso foi feito em vários programas. As pessoas se reinventaram”, disse a pró-reitora, que fez um destaque especial: “Eu digo que os coordenadores de pós são meus heróis da resistência. Muitos deles não têm sequer secretária. Mas eles trabalharam contra tudo e contra todos. Mantiveram a nau navegando durante a tempestade. Claro que os alunos e professores tiveram um papel fundamental. Mas os coordenadores são os timoneiros do barco. Eu já fui coordenadora e sei como é o esforço para manter a excelência no ensino e na pesquisa”.
A mudança de governo faz a pró-reitora ter uma expectativa positiva para o próximo ciclo. “Houve uma mudança maravilhosa. São pessoas da ciência tanto no CNPq como na Capes. Que sabem o que é universidade, que sabem a importância da pós-graduação e da pesquisa para o desenvolvimento de uma nação. Estou muito mais otimista”, afirmou. Mas é um otimismo sempre com cautela. Para Denise, a próxima avaliação, sobre o período 2021-2024, ainda pode sofrer impacto do período de pandemia e do subfinanciamento das universidades, ciência e tecnologia durante a gestão Bolsonaro.

COMEMORAÇÃO
Alguns programas estão em festa, após chegarem ao topo da classificação nesta última Quadrienal. “Ficamos muito felizes em ver que todo o trabalho desenvolvido ao longo dos anos foi traduzido na nota máxima da Capes”, observou o professor Anderson de Sá Pinheiro, que coordenou o Programa de Pós-graduação em Bioquímica, do Instituto de Química, de 2019 a 2022. A conquista chegou no mesmo ano que o PPGBq completou seis décadas de existência.
“Se nos voltarmos para o passado, observamos uma evolução consistente do Programa. Em 2013, passamos da nota 4 para 6, sendo este um salto bastante significativo. Consolidamos a nota 6 na avaliação seguinte e, ao completarmos 60 anos, alcançamos a nota máxima”, afirmou Anderson. “Merece destaque a atuação dos coordenadores que passaram pelo PPGBq e que conduziram o programa com seriedade e dedicação”.
O professor contou como foi enfrentar o desafio extra do início da pandemia, durante o período avaliado. “O PPGBq, alinhado às recomendações da UFRJ, adotou todas as medidas cabíveis para dirimir os efeitos da pandemia, incluindo a implementação de aulas remotas, além de defesas de teses e dissertações neste mesmo formato”, disse. “Além disso, o programa não se eximiu de sua responsabilidade social ao desenvolver projetos de pesquisa e inovação visando ao enfrentamento da pandemia. Podemos destacar a vacina contra a covid-19 que vem sendo desenvolvida pela docente Leda dos Reis Castilho (da Coppe) e que conta com a participação de discentes do PPGBq”.
O Programa de Pós-Graduação do Instituto Coppead de Administração também alcançou a nota 7. “O Programa passa a ser o único ligado ao sistema público federal de ensino no Brasil a obter esta pontuação na área de Administração, Turismo e Ciências Contábeis”, informou a diretora da unidade entre 2018 e 2021, professora Elaine Tavares.
“No antepenúltimo quadriênio, estávamos com 4. Na penúltima, pulamos de 4 para 6. Agora, o 7. Não foi uma surpresa, porque a gente trabalhou muito para isso, mas uma satisfação muito grande”, disse. “É um programa que tem um nível de internacionalização muito forte. Sempre tivemos uma atividade de intercâmbio muito grande no mestrado. Mas, em 2015, passamos todas as aulas para inglês. Acho que isso foi bastante determinante”, acredita.
“Muito me orgulha ter um corpo docente e uma equipe de servidores e funcionários que não mediram esforços para, mediante a suspensão das atividades presenciais por conta da pandemia, retomar em 15 dias as atividades didáticas pelo ensino remoto síncrono”, complementou.
A professora chamou atenção para uma mudança na última quadrienal, quando a Capes passou a olhar a excelência dos programas pelo impacto social gerado. “A Capes sai de uma avaliação que todo mundo perseguia os mesmos indicadores, de padronizar todas as escolas. E começa a ter um movimento de autodesenvolvimento, de desenvolver seu programa de acordo com as especificidades de onde você está”, disse. “Não dá para traçar os mesmos quesitos de avaliação de uma escola que está no Sudeste com uma que está no Nordeste, no Centro-Oeste, no Sul. São realidades regionais diferentes, necessidades diferentes de formação de pessoas”.
Por outro lado, o resultado final trouxe alívio para alguns programas. O de Engenharia Mecânica, que sempre ficou com o conceito máximo em todas as avaliações, havia caído para a nota 6, no resultado preliminar, divulgado em setembro. Após recurso, o índice voltou para 7.
No pedido do programa, uma das justificativas para a manutenção da nota máxima foi a mudança de critérios utilizados para a avaliação, durante aqueles quatro anos. O “susto”, porém, acendeu o sinal de alerta para o próximo ciclo. “Já estamos trabalhando para nos adequar a estes novos critérios. E também queremos discutir alguns pontos com os avaliadores”, explicou o professor Fernando Duda, que assumiu a coordenação do programa em 2021.
O docente citou como exemplo o fato de o programa indicar sete teses de doutorado e três dissertações de mestrado ao longo da quadrienal para medir “qualidade e adequação”. “Tivemos o conceito ‘bom’, mas não ‘muito bom’ neste quesito. Mas, para um programa grande como o nosso, talvez esse quesito precise mudar, na opinião de alguns colegas”, afirmou.
Além da Engenharia Mecânica, mais nove programas conseguiram recuperar a nota anterior ou subiram de nível, após recursos.

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