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elevadoresA direção da Escola de Belas Artes suspendeu as aulas da graduação. Os motivos: falta de limpeza, de elevadores e, por último, de água. As aulas só devem retornar com a volta ao funcionamento dos elevadores e a restauração da água nos pavimentos superiores. A limpeza começou a ser realizada na manhã desta quarta-feira (14). A reitoria emitiu nota se dizendo surpresa com a suspensão das aulas. O comunicado ainda afirma que a limpeza é de responsabilidade da decania do Centro de Letras e Artes.

Diretora da EBA, a professora Madalena Grimaldi reconhece que não comunicou a interrupção das aulas à reitoria, mas rebate as informações contidas na nota oficial. De acordo com a dirigente, no final do semestre passado a administração central confirmou o fim das obras da rede elétrica nos sexto e sétimo andares, última etapa que faltava para liberação dos andares fechados desde o incêndio de 2016. “Fomos informados que os andares estavam prontos para uso”, contou a professora Madalena.

Então, a unidade montou um mutirão para transferir todo o mobiliário que estava nos andares inferiores para o sexto e o sétimo pavimentos. “Havia muita coisa estragada, muita coisa com cupim. Recuperamos o que era possível, limpamos os móveis, arrumamos tudo. Professores e técnicos da Escola e também servidores cedidos pela decania nos ajudaram nessa mudança. Foi um esforço sobre-humano”, relembra a diretora. No sábado que antecedeu o início das aulas do segundo semestre a decania efetuou a limpeza dos resíduos das obras.

“As aulas começaram no dia 29 de agosto, mas desde maio vimos alertando sobre a limpeza. Em reunião com a PR-6 (pró-reitoria de Gestão e Governança) foi-nos dito que não haveria como fazer um aditivo ao contrato por conta dos cortes orçamentários”, conta Madalena Grimaldi. “Nós, então, eu e a decana, professora Cristina Tranjan, sugerimos fazer um rodízio como forma de atender a todos os andares com o mesmo número de funcionários de limpeza. Mas a PR-6 não autorizou porque também seria necessária, antes, uma mudança contratual”, revela a diretora. “Apesar da negativa, a PR-6, o tempo todo, nos informava que estava negociando com a empresa”, afirmou Madalena. Mas nada aconteceu. “Os banheiros ficaram numa condição de insalubridade tamanha que seria irresponsabilidade minha manter as aulas”, diz.

Outro problema que subsidiou a decisão de descontinuar as aulas foi a inconstância no funcionamento dos elevadores. São cinco, todos reformados, mas que não conseguem ser utilizados ao mesmo tempo. “Tenho alunos e professores com mobilidade reduzida. Subir sete andares no nosso prédio significa, na prática, subir 11 andares, por conta do pé direito mais alto. Alunos e técnicos ficaram presos nos elevadores diversas vezes nessas primeiras semanas de aulas até que na última sexta-feira (9) não havia mais nenhum funcionando”, conta Madalena Grimaldi. “Eu tive aluno passando mal, professor com falta de ar. Estou aguardando a resolução desses problemas para retomar o semestre”, conclui a diretora.

As informações foram confirmadas pela decana do CLA, professora Cristina Tranjan, que esteve durante toda a manhã desta quarta-feira, dia 14, em reunião com a reitoria. “A decisão pela suspensão das aulas foi tomada ontem (terça, dia 13) e apoiada por mim”, afirma. A decana, no entanto, minimizou o incidente após a longa conversa com a administração da UFRJ. “Houve a reabertura dos andares que ficaram seis anos fechados, e a limpeza não deu conta. A situação já está voltando à normalidade. A gente lutou muito para a reabertura desses andares, é uma vitória. O que está acontecendo agora são ajustes por conta do aumento da circulação no prédio”, declara.

Sobre os elevadores, a decana informa que ocorreu uma varredura na rede elétrica para fazer um diagnóstico sobre o que gera o mau funcionamento dos equipamentos. “Eu ainda não sei de quanto tempo a empresa de manutenção precisa para fazer esse diagnóstico. Espero que seja algo de simples resolução. Na sexta-feira (9), um professor cadeirante precisou dar aula no meu gabinete – que fica no térreo do edifício. Realmente não há como manter o funcionamento de um edifício com sete andares sem elevadores”.

Reitora da UFRJ, a professora Denise Pires de Carvalho participou da reunião com a decana do CLA mais cedo. “Aparentemente há um problema na carga elétrica que chega aos elevadores e a água precisou ser fechada por conta de um vazamento. Enquanto não solucionarem esses dois itens, as aulas não poderão ser retomadas”.

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