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WhatsApp Image 2022 04 08 at 16.53.00Com imensa alegria, damos boas-vindas aos professores, estudantes e técnicos que retornam aos campi e emprestam vida à universidade após dois longos e difíceis anos. Aos calouros e aos novos docentes e servidores, desejamos sucesso na jornada profissional na Universidade Federal do Rio de Janeiro. Eu sou o professor João Torres de Mello Neto, presidente da AdUFRJ, o sindicato dos professores da UFRJ. Trabalho no Instituto de Física com Astrofísica e Física de partículas. Lembro com muito carinho quando tomei posse na UFRJ.
Eu, que vinha de uma cidade de 2.000 habitantes na fronteira do Brasil com o Peru, no coração da selva amazônica, naquele momento era o ser mais orgulhoso da nossa galáxia. Hoje também estou muito orgulhoso de estar aqui como presidente da AdUFRJ e de receber novas e novos colegas que contribuirão para o desenvolvimento do ensino, da pesquisa e da extensão em nossa universidade.
Prestes a completar 43 anos de história, a AdUFRJ foi criada ainda como associação, em 1979, durante a ditadura militar. Foi a forma que os professores da UFRJ daquele momento encontraram de se organizar para combater as investidas da ditadura. A universidade pública era trincheira de resistência. A grande motivação daqueles primeiros tempos do movimento docente organizado foi a conquista, em 1980, de uma carreira do Magistério Superior, num contexto dominado por cátedras sem concursos públicos.
Era resistência, não. É. Mais de quatro décadas depois, as ameaças são distintas. Mas as formas de luta e resistência também. Eu não preciso lembrar a todos os ataques que a universidade pública vem sofrendo no governo Bolsonaro. Tivemos quatro ministros da Educação, o quinto está a caminho, e seria um difícil concurso saber qual deles foi o pior!
Ricardo Vélez, ex-ministro da Educação queria mudar a forma como o golpe de 1964 e a ditadura são ensinados nos livros didáticos, queria que as escolas filmassem os alunos cantando o Hino Nacional. Colidiu com a ala olavista e foi substituído por Weintraub. Este afirmava que plantávamos maconha na universidade e que fazíamos orgias nos campi. A missão maior da universidade era fazer balbúrdia. Atacou a China e foi substituído por Decotelli, que ficou uma semana no cargo por informações equivocadas no seu currículo Lattes.
Depois veio Milton Ribeiro, o pastor que distribuía o dinheiro do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) a prefeituras ligadas a pastores evangélicos e ao chamado bloco do Centrão, segundo o próprio ministro, a pedido do presidente da República. Pode-se dizer que era uma “era de ouro” no MEC, pois a propina era paga com barras de ouro.
Este é o Ministério da Educação que deveria dar as diretrizes para os grandes desafios educacionais que não são poucos!!!! E nem vamos falar dos outros ministérios que dialogam diretamente com a Educação, como Ciência e Tecnologia, Cultura e outros!!! De forma abreviada, Bolsonaro et caterva!
Mas resistimos!!! A diretoria da AdUFRJ é composta por professores de diferentes unidades e áreas do saber e que buscam melhorar o dia a dia acadêmico e defender a universidade pública com engajamento político, ação solidária, planejamento e ofertas de serviços que façam a diferença na vida de professores e professoras.
Nós, da diretoria da AdUFRJ, estamos comprometidos com um sindicalismo novo, que enseja novas formas de luta e mobilização. Esta mobilização se dá com uma atuação como um sindicato e também como uma associação de professores. Somos o maior sindicato das universidades federais, o que fazemos na UFRJ ressoa em todo o Brasil.
O que a AdUFRJ oferece ao professor? Nosso setor Jurídico conta com advogados experientes, que ficam à disposição dos professores na solução de questões trabalhistas ou de foro pessoal. Já nosso setor de Convênios busca parcerias com empresas e instituições que prestam serviços nas áreas de educação, saúde, alimentação, bem-estar. Os descontos são oferecidos a todos os sindicalizados, e para alguns professores que usam muito estes serviços o valor total dos descontos recebidos pode vir a ser maior que a mensalidade da AdUFRJ.
O nosso setor de Comunicação também é muito atuante. O Jornal da AdUFRJ traz semanalmente informações sobre a universidade, matérias, artigos de professores e entrevistas sobre os principais temas relacionados à Educação, à Ciência e ao trabalho docente.
Enfim, oferecemos um espaço de convivência e trocas entre os professores.
E para terminar, voltando aos desafios do tempo presente. Nós, na UFRJ, plantamos sim, plantamos conhecimento e cultura! Fazemos orgias sim, orgias de literatura e poesia na Faculdade de Letras, orgias de teoremas no Instituto de Matemática, orgias de fármacos e vacinas na Bioquímica, na Biofísica e na Coppe! Apenas citei algumas, tem muito mais coisas acontecendo na universidade. E nós da AdUFRJ sabemos que o melhor combate ao atual desgoverno é fazer EXATAMENTE o que eles não querem ver: uma universidade ativa, produtiva, inclusiva, laica e de ótima qualidade, que seja o orgulho do Rio de Janeiro e do Brasil.
Professora, professor: venha plantar e fazer orgias conosco na AdUFRJ, orgias de resistência e de luta a favor da educação pública.
A galáxia, o planeta, o Brasil, o Rio de Janeiro e a UFRJ precisam do entusiasmo, da dedicação e da alegria dos jovens professores que estão chegando!
Muito obrigado.

João Torres
Presidente da AdUFRJ

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