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bandeira adufrjDiretoria da AdUFRJ

No domingo passado (16), a cantora tcheca Hana Horka, de 57 anos, morreu em decorrência da covid-19. Além de não ser vacinada — integrava um grupo tcheco antivacina —, ela resolveu se expor ao vírus deliberadamente para obter o passaporte de vacinação, uma exigência da República Tcheca para permitir o acesso a locais como cinemas, bares e cafés. Hana se contaminou ao decidir não manter distanciamento do marido e do filho, ambos vacinados, que pegaram a covid-19 no Natal. O próprio filho de Hana, Jan Rek, confirmou que a mãe era antivacina e que contraíra a doença de propósito.
O caso é emblemático e serve para mostrar o quão perigoso e insano é negar a Ciência em tempos de pandemia. Nossa reportagem de capa, nas páginas 4 e 5, vai na direção contrária. Luz sobre as trevas. Em entrevistas exclusivas, os virologistas Clarissa Damaso, do Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho (UFRJ), e Miguel Castanho, da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, mostram a importância da vacinação para conter o contágio da variante ômicron, já considerada pela Organização Mundial da Saúde a dominante no mundo na pandemia da covid-19. A brasileira Clarissa e o português Miguel se preocupam com o vertiginoso aumento de casos em seus países — o Brasil registrou 205.310 novos casos entre os dias 18 e 19 de janeiro — e argumentam que a maioria dos pacientes internados pela doença é composta por pessoas não vacinadas ou com a imunização incompleta. Mais uma vez reafirmamos aqui, a propósito, a legitimidade do pleito de que, em um retorno presencial às atividades, a UFRJ exija o passaporte vacinal.
É a Ciência, mais uma vez, mostrando o caminho, apesar dos pesares. Menosprezada e atacada pelo (des)governo Jair Bolsonaro, ela resiste a duras penas. Duas reportagens nesta edição mostram os reflexos perversos das investidas destruidoras do presidente negacionista. Na página 6, o tema é a fuga de jovens doutores brasileiros para o exterior, movimento detectado pelo Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE) e debatido na semana passada em simpósio promovido pela Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). É triste e real: nossos jovens talentos estão migrando para o exterior, diante da falta de perspectivas para seguir a carreira no Brasil. E, na página 7, abordamos as tentativas de desmonte de uma das mais importantes instituições da República: o Arquivo Nacional.
Resistir é preciso, em todos os campos. Nossa reportagem da página 8 evidencia como a interação entre diversos campos do conhecimento pode gerar soluções criativas para o aprendizado. Equipes da Coppe, do Instituto de Ciências Biomédicas e da Escola de Belas Artes da UFRJ se uniram para criar o Screener, um jogo de tabuleiro que vem sendo usado nos cursos de pós-graduação de Farmacologia e Química Medicinal para ajudar a explicar o intrincado processo de desenvolvimento de novos fármacos. Por fim, nossa matéria da página 3 mostra como foram os atos do dia 18 de janeiro, o pontapé inicial em 2022 da mobilização dos servidores públicos federais contra os desmandos do Palácio do Planalto. É só o início, e que ninguém duvide: vai ter luta!
Boa leitura!

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