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Xerém faz mutirão
A crise da limpeza atinge o polo da UFRJ em Xerém (Caxias). As fotos registram os esforços de estudantes em mutirão para manter condições mínimas de higiene – diante da paralisação dos serviços dos terceirizados que estão também sem receber salários.
Por meio de nota, os estudantes clamam por auxílio e condições dignas para estudar. “Cobramos melhorias sanitárias, infraestrutura adequada e assistência estudantil”, diz o documento. “Não queremos outra greve”, ressalvam, contudo. “Para não prejudicar as aulas e o calendário acadêmico decidimos fazer nossa parte”, afirmam na nota.
Fotos: Monique Anjos e Gabriela Almeida


Em meio à crise, mutirões de limpeza ganham força na UFRJ
Elisa Monteiro
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Mais de sessenta pessoas participaram de uma reunião nesta quarta-feira, 2, no Instituto de Química (IQ), para discutir a falta de pagamentos dos salários dos funcionários terceirizados da limpeza, contratados via empresa Venturelli. Professores, alunos e terceirizados compareceram.
A ideia de mutirão como protesto para chamar atenção para o problema prevaleceu mais uma vez. Na semana anterior um grupo de estudantes da Engenharia Civil limpou simbolicamente o corredor do bloco D do CT.
Um segundo mutirão foi programado pelo Centro Acadêmico do Instituto de Química (CAIQ) para a quinta-feira, 10, um dia depois da audiência pública convocada pela reitoria para discutir a crise.
O CAIQ, que está à frente de outras iniciativas como o recolhimento de donativos, pretende envolver outras unidades no protesto, como o Instituto de Matemática (IM) e o Instituto de Física (IF). O horário escolhido (às 11h e 30) para a atividade coincide com o do almoço dos funcionários.
A diretora do IQ, Cássia Curan, presente à reunião, destacou a importância da mobilização para enfrentar o problema. Ela relatou que a equipe de 20 funcionários de limpeza foi reduzida a cinco pessoas. “Eu não consigo nem saber quem foi e quem não foi demitido. As pró-reitorias dizem que as listagens estão com a empresa”, disse. “Antigamente, a gente ainda conseguia indicar quem entraria no corte ou não. Dessa vez foi totalmente aleatório”, queixou-se.
“Diárias”
Fotos: Elisa MonteiroSem salários, tíquete-alimentação e vale-transporte há quatro meses, a parte do grupo que se mantém disponível à universidade se reveza a cada semana em grupos de cinco, trabalhando dois funcionários no turno manhã-tarde e três na tarde-noite.
Segundo o vice-diretor do IQ, Cláudio Motta, para assegurar a presença desses funcionários, professores decidiram fazer uma vaquinha para remunerá-los com uma espécie de diária. Cada docente entra com R$ 50.
“Para não interromper as aulas, ao menos até o fim do semestre, nós acatamos essa medida paliativa”, justificou Motta. “Mas para o ano que vem, será impossível manter essa situação. Teremos que ver como ficarão as coisas”, disse em seguida, citando a possibilidade de redução da oferta de vagas para estudantes no curso.
“Eu contribuí e apoiei (a iniciativa). Da mesma forma, os estudantes devem se conscientizar retirando seu lixo, dando descarga e o que mais puderem. Eu estou trazendo sabonete líquido e papel higiênico para o banheiro que uso. Sei que não resolve, que é um paliativo, mas se cada um fizer a sua parte, a gente consegue manter o mínimo até o fim do ano”, disse a docente Débora Azevedo.
Veja também: Alunos fazem mutirão de limpeza
E ainda: Xerém faz mutirão
Na mesma linha, o aluno Igor Vieira defendeu que os professores fossem instruídos a pedir no início e final das aulas que os estudantes “levem seu lixo na mochila de volta para casa” para “minimizar o trabalho” dos funcionários.
O professor Rodrigo Volcan é de outro entendimento. “O fundamental é que o pagamento dessas pessoas seja realizado imediatamente. E pagar do próprio bolso é fazer o jogo de quem não quer resolver isso. É esconder o problema”, contestou.
Leia mais: Em meio à crise, mutirões de limpeza ganham força na UFRJ
Em meio à crise, multirões de limpeza ganham força na UFRJ
Elisa Monteiro
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Mais de sessenta pessoas participaram de uma reunião nesta quarta-feira, 2, no Instituto de Química (IQ), para discutir a falta de pagamentos dos salários dos funcionários terceirizados da limpeza, contratados via empresa Venturelli. Professores, alunos e terceirizados compareceram.
A ideia de mutirão como protesto para chamar atenção para o problema prevaleceu mais uma vez. Na semana anterior um grupo de estudantes da Engenharia Civil limpou simbolicamente o corredor do bloco D do CT.
Um segundo mutirão foi programado pelo Centro Acadêmico do Instituto de Química (CAIQ) para a quinta-feira, 10, um dia depois da audiência pública convocada pela reitoria para discutir a crise.
O CAIQ, que está à frente de outras iniciativas como o recolhimento de donativos, pretende envolver outras unidades no protesto, como o Instituto de Matemática (IM) e o Instituto de Física (IF). O horário escolhido (às 11h e 30) para a atividade coincide com o do almoço dos funcionários.
A diretora do IQ, Cássia Curan, presente à reunião, destacou a importância da mobilização para enfrentar o problema. Ela relatou que a equipe de 20 funcionários de limpeza foi reduzida a cinco pessoas. “Eu não consigo nem saber quem foi e quem não foi demitido. As pró-reitorias dizem que as listagens estão com a empresa”, disse. “Antigamente, a gente ainda conseguia indicar quem entraria no corte ou não. Dessa vez foi totalmente aleatório”, queixou-se.
“Diárias”
Fotos: Elisa MonteiroSem salários, tíquete-alimentação e vale-transporte há quatro meses, a parte do grupo que se mantém disponível à universidade se reveza a cada semana em grupos de cinco, trabalhando dois funcionários no turno manhã-tarde e três na tarde-noite.
Segundo o vice-diretor do IQ, Cláudio Motta, para assegurar a presença desses funcionários, professores decidiram fazer uma vaquinha para remunerá-los com uma espécie de diária. Cada docente entra com R$ 50.
“Para não interromper as aulas, ao menos até o fim do semestre, nós acatamos essa medida paliativa”, justificou Motta. “Mas para o ano que vem, será impossível manter essa situação. Teremos que ver como ficarão as coisas”, disse em seguida, citando a possibilidade de redução da oferta de vagas para estudantes no curso.
“Eu contribuí e apoiei (a iniciativa). Da mesma forma, os estudantes devem se conscientizar retirando seu lixo, dando descarga e o que mais puderem. Eu estou trazendo sabonete líquido e papel higiênico para o banheiro que uso. Sei que não resolve, que é um paliativo, mas se cada um fizer a sua parte, a gente consegue manter o mínimo até o fim do ano”, disse a docente Débora Azevedo.
Veja também: Alunos fazem mutirão de limpeza
Na mesma linha, o aluno Igor Vieira defendeu que os professores fossem instruídos a pedir no início e final das aulas que os estudantes “levem seu lixo na mochila de volta para casa” para “minimizar o trabalho” dos funcionários.
O professor Rodrigo Volcan é de outro entendimento. “O fundamental é que o pagamento dessas pessoas seja realizado imediatamente. E pagar do próprio bolso é fazer o jogo de quem não quer resolver isso. É esconder o problema”, contestou.
Leia mais: Em meio à crise, mutirões de limpeza ganham força na UFRJ
HUCFF suspende novas internações e cirurgias eletivas
Sem dinheiro para fechar o ano, serviços são descontinuados. Falta de pessoal aprofunda crise
Silvana Sá
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e Redação
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A direção do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF) divulgou nota informando a interrupção de novas internações e das cirurgias eletivas ou não emergenciais devido ao não repasse de R$ 11 milhões do Fundo Nacional de Saúde. A rubrica se refere a serviços prestados pelo hospital ao SUS. Ainda de acordo com a nota, por conta do atraso, houve interrupção do abastecimento na unidade para medicamentos, material cirúrgico e outros insumos. “Pacientes internados seguem com tratamento normalizado até o momento”, complementa a direção. As atividades serão restabelecidas, de acordo com o comunicado, assim que os recursos cheguem ao hospital. No entanto, ainda não há previsão para que isto ocorra.
De acordo com o Decreto 7.082, de 2010, que instituiu o Plano de Reestruturação dos Hospitais Universitários (Rehuf), o Ministério da Educação e o Ministério da Saúde devem dividir o financiamento dos HUs. Mas o diretor Eduardo Côrtes alega que nem o MS e nem o MEC assumem a responsabilidade: “É um órgão completamente sem pai nem mãe”.
Faltam concursos
Na semana passada, em entrevista a este site, o diretor da unidade, professor Eduardo Côrtes, já havia mencionado outro problema: a falta de pessoal para dar conta das necessidades do hospital. A idade média dos profissionais do HU é de 54 anos, de acordo com ele: “O índice de aposentadorias é alto. Esta semana foram seis enfermeiros. Temos mais de 400 servidores que poderiam se aposentar hoje”, relata. O hospital possui 2.237 técnico-administrativos, 22 docentes, 724 profissionais extra-quadro e 141 terceirizados.
Os extra-quadro correspondem aos trabalhadores sem qualquer vinculação formal e sem direitos que, há anos, desenvolvem atividades no HUCFF. Sem concursos, a direção não pode dispensar esses trabalhadores. A reitoria fazia o pagamento direto desses profissionais, mas, com a crise de financiamento da universidade, o hospital, desde outubro, arca com os salários desses trabalhadores. Até agora, pelo menos.
Para ampliar a capacidade do hospital, é preciso profissionais para trabalhar. Nas próximas semanas, mais 60 leitos de enfermaria ficarão prontos, de acordo com a direção. Outros nove leitos de CTI foram finalizados recentemente. Mas estão vazios porque não há profissionais para neles atuarem.
Esforço coletivo
Eduardo Côrtes. Foto: Elisa Monteiro - 02/06/2014Apesar dos pesares, segundo o diretor, o HU conseguiu importantes feitos no último ano e meio (período de sua gestão): “Conseguimos pagar uma dívida milionária com recursos próprios (cerca de R$ 9 milhões deixados pela gestão anterior). A rede de gases do CTI foi completamente reformada e está pronta. Nossos leitos aumentaram de 220 para 250 em funcionamento. Finalizamos a obra do telhado. Voltamos a fazer transplante de rim. Também foram finalizadas obras no ambulatório”, relata.
A emergência (fechada há anos) foi reaberta para os pacientes internados e os do ambulatório. “Falta gente, mas o setor de compras está saneado. Reduzimos muito as compras sem licitação, embora ainda precisemos dessa modalidade para compras emergenciais. O setor de cobrança também tem pouca gente, mas está sendo reestruturado. Há um esforço coletivo para reestruturar o hospital”, disse.
Atualização às 16h25, de 3 de dezembro
Estudantes mobilizam-se pelo hospital
Samantha Su
Estagiária e Redação
Para protestar contra a falta do repasse de verbas ao hospital, estudantes de Medicina organizam um protesto em frente à unidade, nesta sexta-feira, 4 de dezembro, às 11h: “Antes de o centro acadêmico marcar o ato, os alunos, por vontade própria, já tinham se mobilizado” conta Breno Alves, integrante do CA do curso.
A mobilização, no entanto, extrapola os muros da universidade. Os hospitais da UFF, UniRio e Uerj, que passam por situação parecida com o corte de verbas, também engrossam a campanha SOS, que pede atenção do governo federal para a área.
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