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Sala da direção da FAU ficou fechada com a falta de luz[/caption] Já no prédio da reitoria, a situação estava sendo tratada de forma diversa pelas unidades. Na sexta-feira e nesta segunda-feira, pela manhã, alguns professores deram aulas; outros suspenderam. “Nós deixamos que os professores avaliassem”, disse a vice-diretora da Escola de Belas Artes, Madalena Ribeiro Grimaldi. “Há salas com iluminação natural melhor. E cursos que necessitam mais ou menos de equipamentos, como projetores”, completou o diretor Carlos Gonçalves Terra. A direção da FAU emitiu nota pela internet, às 11h50, suspendendo as aulas na parte da tarde. Izabela Rangel, do 2º período, teve aula na parte da manhã, mas não pôde entregar o trabalho da tarde. Ela conta que, na sexta-feira, as aulas não foram suspensas e estudantes tiverem dificuldade. “Foi muito ruim. Muita gente não conseguiu fazer exposição de maquetes. Eu também não consegui acompanhar direito a aula porque era com cartazes e não dava pra ver”. O Centro de Centro de Letras e Artes (CLA) manteve expediente na sexta-feira. “Não pudemos dar encaminhamento aos processos com o sistema fora do ar. Mas recebemos os documentos”, relatou a vice-decana, Cristina Tranjan. Nesta segunda-feira, o expediente seria encerrado mais cedo, caso a situação não fosse normalizada até o início da tarde.A reportagem não conseguiu entrar em contato com a assessoria da Light.
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Foto: Kelvin Melo[/caption] Na reunião, também foi escolhida a delegação da UFRJ ao 62º Conad do Andes-SN. O conselho das seções sindicais tem o papel político de atualizar o plano de lutas do movimento docente, aprovado no Congresso do Andes, no início do ano. O evento está marcado para Niterói (RJ), entre os dias 13 e 16 de julho. Vão representar a Adufrj: Tatiana Roque, presidente da Adufrj (delegada); Regina Pugliese; Sara Granemann; Mariana Trotta; Gláucia Lelis; Elidio Borges; Cristina Miranda; José Miguel Bendrao Saldanha e Cleusa Santos (observadores e suplentes de delegado, nesta ordem). Problemas técnicos Na assembleia deste dia 26, vários problemas técnicos inviabilizaram a transmissão online do encontro. A conexão entre os três locais da reunião (Fundão, Praia Vermelha e Macaé) também foi prejudicada. Em assembleias anteriores, esta situação não ocorreu. A diretoria da Adufrj pediu desculpas pelo transtorno. Diante da dificuldade de comunicação entre os professores dos diferentes campi, a direção cancelou o debate sobre o primeiro ponto da reunião, considerado mais polêmico: o Marco Legal de Ciência, Tecnologia e Inovação (lei nº 13.243/2016).
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“Menos recurso, sempre significa menos mulheres”, afirmou também Márcia Barbosa, da Academia Brasileira de Ciências (ABC)[/caption] A relação entre mulheres e homens na Ciência nacional está próxima de ficar meio a meio. Elas correspondiam a 38% dos pesquisadores, no ciclo 1996-2000, e alcançaram a proporção de 49%, no intervalo entre 2011-2015. É o que indica um levantamento inédito realizado pela Elsevier, maior editora de literatura médica e científica do mundo. Com o salto, o Brasil passou ao quarto lugar em participação de mulheres entre autores de artigos científicos. Mas o vice-presidente de Relações Acadêmicas para a América Latina da Elsevier, Dante Cid, adverte que o “empate técnico”, de 49% a 51%, entre pesquisadoras e pesquisadores não significa plena igualdade. Dentre as tendências globais, também seguidas no Brasil, está, por exemplo, uma participação ainda tímida das mulheres na internacionalização da Ciência. Como aspecto positivo, Dante destacou uma maior abertura das pesquisadoras para a interdisciplinaridade, “o que tem impacto positivo sobre as citações”. O estudo global acompanha a representação de gênero na ciência em 12 países ou regiões geográficas nas últimas duas décadas. Os resultados foram apresentados, na quinta-feira, 22, na Academia Brasileira de Ciências. “Por que essa discussão sobre a participação das mulheres na Ciência é importante? Porque é um direito humano da mulher receber Educação Cientifica, porque é bom para a abrangência do conhecimento produzido e porque é bom para a economia e para o país”, avaliou Alice Abreu,professora emérita do IFCS da UFRJ e Diretora do GenderInSITE, órgão de promoção da equidade na Ciência. Abreu falou sobre “uma transformação cultural profunda”, que “altere os números da participação das mulheres, as instituições e o conhecimento produzido”. “Hoje é de conhecimento que foram perdidos anos de progresso em Medicamentos para mulheres cardiopatas, estudando-se apenas homens”, exemplificou. “Tudo isso resultará em uma nova forma de construção da ciência”, acredita. Helena Nader, presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), destacou ainda a informação de que as mulheres têm apresentado menor mobilidade internacional do que os homens, além de menor índice de colaboração internacional em publicações de pesquisa. Nader falou sobre o impacto dos recentes cortes orçamentários para a internacionalização da Ciência, Tecnologia e Inovação. “Com os cortes, muitos pesquisadores que utilizavam Bolsas de Produtividade em Pesquisa para participação em eventos internacionais estão abrindo mão da viagem”. “Menos recurso, sempre significa menos mulheres”, afirmou também Márcia Barbosa, da Academia Brasileira de Ciências (ABC). Segundo ela, o “efeito tesoura”, o sumiço gradual das mulheres na escalada das carreiras é potencializado pelo baixo investimento em políticas públicas de equidade. Barbosa defendeu ações afirmativas de gênero, para além das cotas, como projetos que estimulem o contato das meninas com a Ciência desde cedo. “As Olimpíadas de Matemática no ensino médio mostram que esse afastamento começa bem antes”, argumentou. Titular da Universidade Federal do Rio Grande do Sul em Física, Márcia Barbosa deu um exemplo pessoal para falar tanto da predominância masculina nas Ciências Exatas, com destaque para a Física quanto da ausência das mulheres em espaços de liderança. Ela projetou uma foto onde aparece com demais integrantes do Comitê Assessor de Física, todos homens: “Gosto de mostrar essa imagem e perguntar: onde está o erro? São 19 homens e uma mulher, neste caso, eu. São em espaços como esse que são decididas as concessões de bolsas ou se, em função de gravidez, uma pesquisadora acabará penalizada”. A visão do mercado Participaram da discussão ainda duas lideranças do mundo corporativo: Margareth Goldenberg, diretora da Goldenberg Consultoria e do Movimento Empresarial Mulher 360º e Rita Machado, do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). Goldenberg mostrou que, no mundo empresarial, o “efeito tesoura” também existe. Na escala de carreira do mercado, desde o início, o profissional, executivo, do CEO até os conselheiros, a divisão entre sexos é semelhante, com apenas 3% de mulheres no topo e 4% no nível anterior. “O ponto de partida está no mesmo patamar e depois as curvas de afastam”. Dentre as dificuldades, a assessora destacou os estereótipos. A coordenadora acadêmica do INPI, Rita Machado, ressaltou que as dificuldades de identificação de gênero, no caso das patentes, é ainda mais grave do que no caso das publicações. “Além da questão dos sobrenomes que dificultam a localização do sexo, no caso das patentes ainda existe a dificuldade de muitos nomes orientais”. Sem levantamentos de grande porte sobre a participação feminina em registro de patentes, Rita fez uma pequena amostragem entre 1 e 31 de janeiro de 2016. Nesse microuniverso, 17 mulheres participam de 15 patentes contra 133 homens em 72 registros. O público Na plateia, praticamente feminina, a professora Emérita da UFRJ, Maria Auxiliadora Kaplan (do Núcleo de Pesquisas em Produtos Naturais), também se manifestou. “Se você concorre com a mesma titulação que um colega de trabalho, não quer dizer que será avaliada com igualdade. A questão da família importa, os homens sempre têm disponibilidade maior”.