canteiro a todo vapor Obras de adequação para as turmas da Educação Infantil do CAp acontecem em espaço localizado ao lado do CCS (antigo polo Bio-Rio), no Fundão - Foto: Silvana SáQualidade, acolhimento, compromisso social. Essas são algumas características que norteiam mães e pais na hora de escolher uma boa escola para seus filhos. O Colégio de Aplicação está entre as instituições de referência do Rio de Janeiro que atendem a esses requisitos. Fundado há 77 anos, o CAp-UFRJ é um modelo de escola que atua tanto na formação de professores, quanto na educação básica. Atende desde a Educação Infantil até o Ensino Médio. “É um espaço que foi criado como campo de estágio para os cursos de Licenciatura da universidade. Trabalhamos não só com ensino, mas com pesquisa e extensão no campo da educação”, explica a diretora Cassandra Pontes. “O colégio dialoga com questões ético-políticas amplas, envolve a discussão de temas sociais e contemporâneos a partir não só do que é estudado, mas por sua produção de conhecimento”, afirma a diretora.
O CAp está com inscrições abertas para seu processo seletivo, que é feito exclusivamente por sorteio público, sem taxa de inscrição. Os interessados devem acessar www.admissaocap.ufrj.br para realizar a inscrição da criança. Há vagas para o 1º, 4º e 6º anos do Ensino Fundamental, além da 1ª série do Ensino Médio. Os sorteados estudarão na sede Lagoa. Também há inscrições na modalidade de cadastro de reserva para a Educação Infantil 2, 3 e 4, destinada a crianças de dois, três e quatro anos de idade. As inscrições vão até esta sexta-feira, 14 de novembro. A criança precisa ter CPF próprio. Os editais específicos de cada série podem ser encontrados no site da instituição: cap.ufrj.br. O sorteio público será no dia 26.
EDUCAÇÃO INFANTIL
A Educação Infantil não tem quantitativo de vagas definido porque o espaço que será destinado a essas turmas ainda está em reformas. “A previsão de conclusão das obras no Fundão é março, por isso abrimos como cadastro de reserva. Necessitamos dos espaços prontos para saber o número exato de vagas”, diz a diretora. “São crianças muito pequenas, que necessitam trocas de fraldas, banho. Não temos como recebê-las no CAp-Lagoa. O regular é termos 15 crianças por turma, mas só poderemos confirmar esse número depois que os espaços estiverem prontos”.
A antiga sede onde funcionava a Educação Infantil, no Fundão, foi interditada em 2023, após apresentar graves problemas estruturais que colocavam em risco a comunidade escolar. As crianças atendidas foram transferidas para a sede Lagoa, que não é preparado para comportar crianças tão pequenas. Desde então, o colégio parou de abrir novas vagas para a Educação Infantil, até que um novo local fosse preparado para este fim. As obras ocorrem em edificações da antiga Bio-Rio. “O contrato foi firmado para ser concluído em 210 dias. As obras começaram em 1º de setembro. Teremos reuniões nos próximos dias para ajustar o cronograma e garantir que seja entregue em março”, afirma o pró-reitor de Gestão e Governança, Fernando Peregrino. O contrato para a adequação do espaço é de R$ 2,4 milhões.
DIVERSIDADE E DEMOCRACIA
A crise orçamentária da UFRJ atinge em cheio a estrutura do colégio, na Lagoa, cujo muro caiu em junho. Isso, no entanto, não afastou as famílias. João Laet é um exemplo. Seu filho João Miguel está matriculado desde 2016, quando tinha apenas oito meses de idade, época em que a Escola de Educação Infantil ainda não era vinculada ao CAp. A integração das escolas aconteceu em 2019.
“O CAp é uma escola com problemas estruturais graves. Porém, tem um corpo docente de excelência. É um verdadeiro laboratório de aperfeiçoamento do ensino da UFRJ”, destaca o pai orgulhoso. “Além disso, meu filho estuda com alunos de diversos cantos do Rio de Janeiro. Convive com uma diversidade racial, social e cultural muito intensa”, afirma. “Nesse sentido, ele tem uma formação muito mais ampla do que teria se estivesse numa escola particular”, acredita o pai. “Sou muito feliz de meu filho estudar nessa escola”, acrescenta.
Desde que adotou o modelo de ingresso exclusivamente por sorteio público, o CAp ampliou a variedade de grupos sociais atendidos pelo colégio. “É uma oportunidade de conviver com pessoas de diferentes territórios e classes sociais. Isso traz, sobretudo, construção cidadã”, afirma a diretora Cassandra Pontes. “A diversidade constrói novos saberes. Num contexto social em que as pessoas têm ficado cada vez mais fixadas em perspectivas homogeneizadas, o diálogo com a diferença possibilita uma formação com construção de um pensamento mais flexível”.
A democracia é outra vertente importante para a organização escolar. “A gente tem um Conselho Diretor que tem representação das famílias, dos estudantes, dos técnico-administrativos em educação e dos professores”, conta a diretora. “A potência de uma escola é a democracia, que passa pelos desafios dos tensionamentos do dia a dia. Isso é formativo”, defende a diretora.





