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Na quarta e na quinta-feiras (dias 13 e 14), os filiados à AdUFRJ vão escolher a nova diretoria para comandar a entidade no biênio 2023-2025. São duas chapas concorrentes. A chapa 1 (Valorização e Inclusão — Um movimento docente para todos), apoiada pela atual diretoria, é encabeçada pelas professoras Mayra Goulart (IFCS) e Nedir do Espirito Santo (IM). A chapa 2 (Mudar a AdUFRJ pela base), de oposição à atual direção, é liderada pela professora Aline Caldeira (ESS) e pelo professor Caio Martins (FACC). Confira nos links abaixo os programas das duas chapas.
Além da diretoria, os filiados de 31 unidades também escolherão nomes para o Conselho de Representantes da AdUFRJ.
No vídeo abaixo, o professor Felipe Rosa, presidente da Comissão Eleitoral, explica como será o processo de votação. Ele se inicia com o recebimento de um e-mail a ser enviado pela AdUFRJ nesta terça-feira (12) aos filiados aptos a votar — os sindicalizados até 60 dias antes do pleito e em dia com suas mensalidades. O e-mail conterá as instruções para votar — as mesmas que serão abordadas neste vídeo — e o link de acesso às cédulas de votação (haverá uma para a eleição da diretoria e uma para o Conselho de Representantes, onde houver listas candidatas). É um processo simples e seguro. Mas fique atento aos horários para votação: de 0h de quarta-feira (13) às 19h30 de quinta-feira (14).
E se mesmo após este vídeo você ainda tiver qualquer dúvida sobre o processo, ou se precisar de ajuda na hora de votar, fique tranquilo. A AdUFRJ terá uma equipe de apoio de plantão nos dois dias da eleição, de 8h30 às 19h30, de forma presencial na sede do sindicato, pelos telefones (21) 99358-2477, (21) 99365-4514 e (21) 99363-6970, ou ainda pelo Zoom
(https://us02web.zoom.us/j/88541026929).
PROGRAMAS DAS CHAPAS
CHAPA 1
Se acaso um eleitor indeciso estivesse na noite de terça-feira (5) no auditório Manoel Maurício de Albuquerque, no campus da Praia Vermelha, talvez até saísse de lá ainda em dúvida sobre em qual das duas chapas votar nas eleições para a diretoria da AdUFRJ, na semana que vem. Mas jamais poderia dizer que não saiu esclarecido.
Tão nítida quanto a ausência de algum eleitor indeciso na plateia — formada por apoiadores declarados de um lado e outro — foi a diferença de concepções das duas vertentes sobre sindicalismo, em visões sustentadas com vigor e duras críticas de parte a parte, mas com uma cordialidade digna de nota.
Logo na apresentação, as duas candidatas à presidenta da AdUFRJ deixaram translúcidas essas divergências. A professora Mayra Goulart, da situação, encorpou sua defesa de um “sindicalismo para professores, e não para sindicalistas” e enalteceu as novas formas de mobilização postas em prática pela AdUFRJ, e que, no seu entendimento, “vão além do sindicalismo tradicional”. Já a professora Aline Caldeira, da oposição, destacou que o cenário de desfinanciamento das universidades públicas “tem tornado o cotidiano docente adoecedor” e que a AdUFRJ, na sua visão, está ausente desse dia a dia: “Não chama sequer uma assembleia para discutir com a categoria a atual campanha salarial, na qual o governo apresentou um índice de 1% para os servidores”, pontuou.
Os dois blocos de perguntas da plateia, oito no total, acentuaram as distintas concepções. Escolhidas por sorteio, cinco perguntas foram feitas por apoiadores da situação, e três pelos da chapa 2. Entre os pouco mais de 20 presentes — outros 26 participaram de forma remota — estava o ex-reitor Carlos Frederico Leão Rocha. E coube a ele uma das perguntas mais instigantes do debate: a relação entre a AdUFRJ e o Observatório do Conhecimento. “Vocês vão acabar com o Observatório ?”, questionou o professor.
Aline Caldeira e seu candidato a vice, Caio Martins, disseram que precisarão consultar as bases, e questionaram o papel de protagonismo do Observatório em negociações em Brasília. “Tem que haver clareza em relação às políticas que são definidas e aos recursos que são alocados no Observatório”, reivindicou Aline. E Caio complementou: “Não chegam até a base as informações que embasam esse protagonismo que o Observatório tem na formulação da política da AdUFRJ”.
Já Mayra Goulart sustentou que as ações de advocacy são uma nova frente de luta que a AdUFRJ e o Observatório vão manter, caso seja eleita. “O Observatório estava em nosso programa de chapa quando fomos eleitos para esta gestão, então nós fomos sufragados para exercer esse papel. E conseguimos posicionar o Observatório como uma referência no campo educacional”, defendeu. “O Observatório gastou apenas 7% do que gastamos com o Andes”.
A prática sindical, seja no âmbito da AdUFRJ ou do Andes, foi outro ponto de clara divergência entre as duas chapas. As visões distintas ficaram expostas nas respostas à pergunta feita pela professora Cristina Miranda, recentemente aposentada, sobre como aproximar os docentes do sindicato. “Tem que haver diálogo presencial, é o que defendemos. O que a gente tem assistido são métodos que criam um distanciamento do cotidiano, não só do corpo docente, mas da comunidade universitária. Queremos um sindicato que seja um instrumento de mobilização, que crie espaços de debate”, ponderou Caio Martins. “Nós ampliamos a participação. O professor ocupado, que está em seu laboratório, que não é sindicalista profissional, ele se sente amparado por ter mais essa ferramenta de participação online. A gente acredita que isso amplia a participação”, rebateu Mayra Goulart.
As diferentes visões de prática sindical das atuais direções do Andes e da AdUFRJ — três perguntas da plateia, todos de apoiadores da situação, trataram dessa questão —suscitaram alguns dos momentos mais duros do encontro. “O Andes faz um tipo de sindicalismo que a gente não quer fazer, que é completamente alienado das questões políticas e das questões profissionais que afetam nossa categoria. A gente não discutiu a eleição de 2022 nas reuniões do Andes. São discussões alienadas da conjuntura e da vida diária do professor”, demarcou Mayra. Aline retrucou: “Na verdade, essas novas formas de luta não têm nada de novo. É o velho e carcomido sindicalismo pelego. Construir organização coletiva dá trabalho”.
Bem conduzido pelos professores Felipe Rosa e Marta Castilho, da Comissão Eleitoral, com serenidade e respeito aos tempos de fala, o debate careceu de um modelo menos engessado. O formato que permite apenas perguntas da plateia às chapas tem dois problemas: barra o confronto direto entre os candidatos e dá margem a perguntas repetitivas, como se viu terça-feira. Se ao menos um bloco fosse dedicado a perguntas diretas de uma chapa a outra, com direito a réplicas e tréplicas, as questões poderiam ser praticamente exauridas, tornando mais claras ainda as diferenças e abrindo espaço a outros temas — alguns não foram sequer tocados no debate da Praia Vermelha, como o novo Canecão, a contratação ou não da Ebserh e as más condições de manutenção de algumas unidades da UFRJ.
Fica a sugestão. Com tanta cordialidade, um confronto direto entre as chapas não traria mal algum: poderiam ser embates duros, mas sem perder a ternura. Jamais.
*Alexandre Medeiros
Jornalista, atua na área política desde os anos 1980. Trabalhou no Jornal do Brasil, O Globo, O Dia e revista Época. É autor do livro “Crônica de um sonho”, sobre a campanha de Lula ao Planalto em 1994.
Um debate intenso, mas respeitoso. Em síntese, essa foi a tônica do primeiro encontro entre as chapas que disputam a diretoria da AdUFRJ. De um lado, a chapa 1, de situação, foi representada pelas professoras Mayra Goulart e Nedir do Espirito Santo, candidatas a presidenta e vice-presidenta, respectivamente. De outro lado, a chapa 2, de oposição, foi representada pelos professores Aline Caldeira e Caio Martins, também candidatos a presidenta e vice-presidente. O debate aconteceu na noite de 5 de setembro, na Praia Vermelha.
As chapas mostraram suas principais diferenças. Se a chapa 1 defendeu novas formas de luta e engajamento em um novo sindicalismo, com forte conexão com o professor e com a temática docente, a chapa 2 reforçou a necessidade de construir um sindicalismo a partir de formas tradicionais de atuação, como as assembleias, conselhos de representantes e refundação de grupos de trabalho temáticos ligados ao Andes. Um dos únicos consensos foi a necessidade de atrair mais professores para o sindicato. Nesse ponto, aliás, ocorreu um dos raros momentos de descontração da noite. Perguntada se iria manter os passeios culturais inaugurados pela atual gestão, a candidata da oposição afirmou que sim e pediu a ampliação das vagas. “Ufa. Esse é um sinal de que a iniciativa realmente deu certo, quando até a oposição elogia”, brincou Mayra Goulart.
A plateia foi formada por docentes apoiadores dos dois campos. Houve presença tanto no auditório, como remota, a partir do Zoom. Os professores puderam fazer perguntas às chapas, mas não houve confronto direto entre as candidaturas.
AVALIAÇÃO DA CHAPA 1
Após o debate, as candidatas a presidenta avaliaram o encontro. Para a professora Mayra Goulart, da chapa 1, o evento explicitou “de maneira bem didática” a divergência conceitual sobre sindicalismo existente entre os dois grupos políticos. “Minha concepção de sindicalismo se percebe como movimento docente pragmático e que tem responsabilidade com a sociedade e com a universidade”, conta Mayra. “A gente não faz o ‘quanto pior, melhor’, a gente não faz parte de disputas sectárias que possam prejudicar professores que não compartilham do nosso entendimento”, justificou. “A gente tenta pensar a universidade como um todo e não a partir do ‘amiguismo’”, disse. “Esse sindicalismo é novo porque também investe em novas formas de comunicação, de mobilização da sociedade civil e de envolvimento com os tomadores de decisão”, defendeu.
A professora também ressaltou a cordialidade do grupo de oposição ao longo de todo o debate. “É muito importante que a gente tenha diálogo dentro da AdUFRJ. Eu acredito num sindicalismo que se entende como movimento docente e que, mais do que querelas políticas, quer pensar o bem da universidade”, afirmou.
AVALIAÇÃO DA CHAPA 2
Para a candidata da chapa 2, professora Aline Caldeira, o debate foi bom para reencontrar os colegas e pensar coletivamente temas relevantes para os professores e para a sociedade. “A gente vem de um período de pandemia, de bastante esgarçamento das relações de solidariedade da universidade e de um esvaziamento brutal dos espaços de debate político de organização sindical. Então, retomar o debate com a presença dos professores e com a outra chapa foi muito especial”, considerou. “A gente pôde sentar na mesma mesa, se olhar. Isso é muito importante. A organização sindical e a seção sindical não são algo de um outro momento histórico. A gente é de uma categoria com estabilidade, que construiu, com as lutas históricas, uma seção sindical, um sindicato nacional. A fragmentação sindical é uma estratégia para desmobilizar a luta”, disse.
A professora também ressaltou a importância da articulação nacional do Andes. “A gente está discutindo com o funcionalismo, nacionalmente, a efetivação e a manutenção de políticas de saúde, de segurança, educacionais, de moradia, de previdência social. Portanto, a gente acha que a AdUFRJ pode ser um instrumento muito potente e que a categoria docente pode contribuir nos grandes debates nacionais”, concluiu.
COMISSÃO ELEITORAL
Presidente da Comissão Eleitoral e mediador do debate, o professor Felipe Rosa parabenizou a atuação das duas chapas. “Foi um debate franco, contundente, mas também muito gratificante para quem assistiu. Houve uma exposição bem clara das ideias das duas chapas”, avaliou. “Foi um debate de bastante impacto, mas também com muita cordialidade e erudição. Minhas expectativas estavam muito altas e foram superadas”, brincou.
Ele aproveitou para convidar os docentes para o próximo debate, marcado para o dia 12. “Espero que a gente possa subir ainda mais o nível para o próximo encontro, no dia 12, às 11h, no Centro de Tecnologia”.
CHAPA 1 – VALORIZAÇÃO & INCLUSÃO

“Nosso compromisso é com @s docentes. Pretendemos pressionar a reitoria para que tenhamos progressões e adicionais de insalubridade respeitados... É fundamental ampliar as lutas, as articulações e o diálogo com diferentes setores da sociedade para que tenhamos as perdas salariais recompostas...Daremos continuidade às dinâmicas iniciadas nas gestões anteriores, que buscaram reinventar o sindicalismo sob a forma de um movimento docente para além das dicotomias”.
As últimas gestões da ADUFRJ têm sido pioneiras na construção de um sindicalismo diferente, que combina luta em defesa dos nossos direitos com a responsabilidade pelo papel social que cumpre a universidade pública.
Nossa chapa se alinha às ideias desse grupo que, desde 2015, busca novas formas de atuação na construção de um movimento docente para além do sindicalismo tradicional, uma vez que vai além das reivindicações trabalhistas e pensa a Universidade como um todo a ser defendido. Defendemos uma atuação estratégica que almeja ampliar os espaços de diálogo. Rechaçamos o sectarismo daqueles que, ao manter uma posição contínua e irresponsável de enfrentamento, logram apenas o fechamento de portas que auxiliariam na representação e avanço dos direitos dos professores e professoras.
CARREIRA DOCENTE
É fundamental ampliar as lutas, as articulações e o diálogo com diferentes setores da sociedade para que tenhamos as perdas salariais recompostas. Por este motivo, acreditamos na importância da atuação junto às demais categorias em uma frente única de negociação.
Queremos que a carreira docente seja valorizada da mesma forma que outras carreiras de Estado, cujas remunerações são maiores mesmo para servidores com menor formação ou tempo de carreira.
Defendemos a abertura imediata da mesa de negociação setorial para que as especificidades da nossa categoria sejam discutidas, não apenas em termos salariais, mas também em termos de condições de trabalho no tocante à infraestrutura da universidade.
JOVENS PROFESSOR@S
É preciso — e urgente — um olhar específico para os docentes em início de carreira, cujos salários estão defasados e que ainda contam com maior dificuldade para acessar financiamento para suas pesquisas.
Acreditamos que a Educação só pode ser compreendida como um sistema constituído por todas as etapas da formação (da educação básica à pós-graduação). Daí a preocupação especial com os professores das licenciaturas e do Colégio de Aplicação.</br<>
PROGRESSÃO E INSALUBRIDADE
Nosso compromisso é com @s docentes. Pretendemos pressionar a reitoria para que tenhamos progressões e adicionais de insalubridade respeitados. Nosso jurídico estará ainda mais atuante nessa direção.
Seremos uma diretoria ativa na defesa dos interesses das professoras e professores, sensível às suas demandas e problemas materiais e psicológicos.
ACOLHIMENTO E CONVÊNIOS
No plano sindical, temos de enfrentar um fenômeno que permeia todos os sindicatos brasileiros, que é a queda no número de filiados. Enfrentamos, especialmente nas últimas três décadas, o resultado da disseminação de uma epistemologia neoliberal que questiona as soluções coletivas para resolução dos problemas, colocando em xeque o papel do Estado, dos partidos, mas, também dos sindicatos.
Isso gera baixa adesão dos novos trabalhadores aos instrumentos em defesa dos direitos. No caso dos docentes, a redução da renda de aposentados e os baixos salários do início de carreira resultam na redução no número de sindicalizados.
Precisamos enfrentar essa questão com criatividade, fazendo do sindicato um espaço de acolhimento ao docente, ampliando os serviços ofertados e propiciando momentos de convivência e troca entre os docentes. Passos nessa direção já estão sendo dados, com a criação do setor de convênios, com a nova assessoria jurídica e com os eventos propiciados pela AdUFRJ, como os passeios culturais.
NOVAS FORMAS DE LUTA
Vamos continuar apostando em novos instrumentos de luta, como feito na campanha “Conhecimento Sem Cortes” e na construção do Observatório do Conhecimento, que criam novas frentes de atuação na sociedade civil e entre seus representantes no Parlamento e no Executivo. Queremos uma AdUFRJ protagonista dos principais debates sobre o Ensino Superior brasileiro, como temos feito com a nossa atuação em Brasília.
INCLUSÃO
Inclusão não é apenas ascensão econômica. É tornar representativos, visíveis e audíveis os excluídos. A inclusão de grupos marginalizados na sociedade propicia a emergência de novos saberes, novos cânones, novas elites, novas verdades, novos poderes.
É por termos um compromisso com esse projeto de inclusão que não podemos deixar que as divergências entre nós abram espaço para que os representantes de uma elite reacionária e antidemocrática bloqueie a construção de um mundo mais igualitário, um mundo com mais livros e menos armas, com mais ciência e menos intolerância.
REITORIA
Enxergamos a relação com a reitoria de modo diferente de nossa oposição. Não vemos a universidade como uma fábrica e a reitoria como o patrão. Quem elege os dirigentes da universidade somos nós, quem exerce os cargos de direção são colegas nossos. Portanto, não se trata de inimigos a serem combatidos. A interpretação da relação com reitoria e governo federal como representação de uma luta de classes representa uma distorção da luta marxista tradicional. O desafio de uma universidade ainda melhor é de todos nós, e é importante, como representantes de nossa categoria, que possamos tensionar a reitoria para nossas demandas. Para tanto, nossa postura é e será propositiva e de diálogo, lutando por soluções que valorizem a carreira docente, sem abrir mão de nenhum direito.
GOVERNO LULA
Apoiamos e fizemos campanha para Lula, por entender que o maior desafio naquelas eleições era derrotar o fascismo representado por Bolsonaro. A UFRJ cedeu quadros que estão nas mais diversas áreas e em todos os escalões do governo, muitos deles filiados à AdUFRJ. No entanto, o governo Lula é de frente ampla, sendo necessária a constante pressão em defesa dos nossos direitos. Essa pressão deve ser exercida de forma eficiente e responsável, através da mobilização da categoria e aliada ao diálogo com dirigentes do governo, na articulação com parlamentares e na construção de alianças com entidades e movimentos.
DEFESA DA DEMOCRACIA
Nosso desafio, no plano geral, é similar ao dos democratas brasileiros: enfrentar o crescimento da extrema-direita, do fascismo e do negacionismo. E, ao mesmo tempo, contribuir com a reconstrução do país, que teve suas políticas públicas destruídas, que viu a fome voltar e a desigualdade crescer. Acreditamos que a universidade pública pode e deve ser motor de transformação destes desafios históricos.
CHAPA 2 – MUDAR A ADUFRJ PELA BASE

Democracia e autonomia universitária exigem
salário, carreira e condições dignas no trabalho

As eleições da Adufrj-SSind ocorrem em uma conjuntura desafiadora para as universidades públicas brasileiras e para a UFRJ em particular. As Universidades Federais tiveram uma perda de mais de R$ 60 bilhões em seu orçamento global desde 2014 que ainda não foi reconhecido como um passivo que necessita ser enfrentado, visto a dramática deterioração da infraestrutura das instituições federais.
Os docentes tiveram perda de 40% no valor de seus salários desde 2010 que precisa ser reposta, assim como as perdas inflacionárias atuais e futuras. Em virtude da terra arrasada do governo Bolsonaro, as entidades sindicais concordaram que a reposição das perdas seria escalonada. Em 2023, a recomposição foi de 9%. A política de austeridade fiscal e monetária, também denominada austericídio, destrói empregos, políticas sociais e privatiza partes significativas do Estado; ela constitui o “Novo Arcabouço Fiscal”. Tal política resultou na primeira proposta de correção salarial para 2024, no indescritível 1%.
Para a Chapa 2, o pior cenário para a democracia no Brasil é a institucionalização da austeridade neoliberal que manterá a desigualdade social e os baixos salários. Em todo o mundo, a austeridade é a parteira do neofascismo. O governo Lula tem sido constrangido a sucumbir às políticas de austericídio, como o Novo Marco Fiscal. Os movimentos sociais, sindicatos, entidades democráticas devem enfrentar, organizados, a ofensiva que busca emparedar o país com as políticas destrutivas de toda a forma de vida. O país necessita do SUS, de suas universidades públicas, da recuperação da infraestrutura das instituições de pesquisa.
Divergimos fortemente da atual diretoria da Adufrj-SSind, que tem demonstrado total incapacidade de leitura da gravidade da conjuntura política brasileira. Seu silêncio e aquiescência têm sido defendidos como requisitos da governabilidade do governo Lula, uma clássica tática “avestruz”. Acreditamos, ao contrário, que caso o governo Lula não seja interpelado de modo autônomo pelas forças democráticas, o seu governo pode não contemplar os generosos anseios da massa que o elegeu. O ressentimento tem resultado no sentimento que nutre a extrema direita mundial.
A(o)s jovens docentes enfrentam péssimas condições de infraestrutura – falta de gabinetes, laboratórios, oficinas – e sofrem também com salários do piso da carreira desatualizados; levam anos para alcançarem salários que, afinal, igualmente sofrem deterioração.
A(o)s docentes aposentada(o)s acumulam grandes perdas nas últimas décadas e alguns encontram sérias dificuldades de sobrevivência. Reajustes salariais reduzidos das classes de Assistente e Adjunto e a criação da classe de Associado só para a(o)s ativa(o)s e a criação da contribuição previdenciária da(o)s aposentada(o)s (Emenda Constitucional 41), tornaram os salários destes últimos cada vez menores em relação aos colegas ativa(o)s. Não aceitamos que os aposentados sejam desconsiderados da agenda política de nossa entidade!
Vivenciamos um cotidiano de violações aos nossos direitos às progressões, às férias e licenças capacitação, com salas de aula lotadas e precariedade estrutural das unidades. Não faz sentido uma Adufrj conivente com ataques às nossas progressões, como vimos no parecer elaborado por um diretor da Adufrj no Consuni que comprometeu e retirou direitos de progressão dos/as docentes para não desagradar a reitoria! Progressão é DIREITO!
Queremos uma Adufrj-SSind democrática a partir da base, autônoma em relação à reitoria, ao governo federal e aos partidos, que defenda as pautas de nossa categoria, mantendo-se integrada à luta antirracista, feminista, anticapacitista, antixenofóbica e ecossocialista.
Destacamos o eixo
central do nosso programa:
A Adufrj-SSind precisa mudar para que seja o espaço de vocalização das reivindicações da categoria e o instrumento de luta para suas conquistas.
Convidamos as/os docentes a somarem conosco no fortalecimento das lutas da categoria e da classe trabalhadora em geral, na construção de um movimento plural e diverso, baseado na democratização radical de nossa entidade na conquista e garantia de direitos no resgate das melhores tradições democráticas da Adufrj-SSind ao lado das forças vivas que lutam contra o neofascismo no país.
Veja o programa:
www.mudaradufrjpelabase.com
Nos dias 13 e 14 de setembro, vote
Chapa 2 “Mudar ADUFRJ pela Base”