“Partidos tradicionais progressistas não entregaram o que prometeram e, por isso, perderam a fé pública. Como resultado, partidos de extrema direita entram nesse ‘vácuo’ e se apresentam como uma terceira via nacionalista”, avaliou o historiador Omer Bartov, durante a segunda palestra que conferiu na UFRJ, na quarta (10). Essa seria uma razão para o crescimento do neofascismo em todo o mundo. “Eles se apresentam como disruptivos. Apelam para a democracia individual e rejeitam qualquer visão crítica do passado”, descreveu. “Está acontecendo na França, Itália, Alemanha, Suécia, Espanha, Portugal, Grã-Bretanha. Temos até uma versão norte-americana disso”, citou.
O historiador, convidado especial da diretoria da ADUFRJ para ajudar a pensar os riscos da extrema direita no mundo, afirmou que os atuais partidos fascistas não defendem mais em seus discursos a conquista de terras ou a retomada do Império Romano - bandeiras muito típicas do início do século XX. “Eles evocam o orgulho nacional, a família tradicional, são contra estrangeiros e a favor de se desligarem de organizações internacionais”, apontou. “Querem focar nos ‘franceses de verdade’, nos ‘alemães de verdade’. Imigrantes e minorias seriam empecilhos para o crescimento da nação, seriam ‘parasitas’, nessa visão. Essa retórica captura sobretudo os mais jovens pelas redes sociais”.
A palestra legendada pode vista na íntegra pelo canal da TV ADUFRJ, no Youtube: https://youtu.be/B8DCCFrRbB8?si=zkJ3b1UsDwojKvRk. Basta acionar a opção de legendas e depois, nas configurações, selecionar “traduzir automaticamente” / Português.
A matéria com os principais pontos dos dois dias de debates de Omer Bartov você encontra na próxima edição do Jornal da ADUFRJ.
Foto: Alessandro Costa





