Foto: Fernando SouzaAlexandre Medeiros e Silvana Sá
Frase da professora Ligia Bahia, nova presidenta da AdUFRJ, durante seu discurso de posse, sintetiza a marca que a nova gestão deseja imprimir nos próximos dois anos. Diretoria assume com o compromisso de construir nova sede, de derrotar a extrema direita nas eleições de 2026 e de atuar ainda mais próxima aos colegas. “Essa caixa de descompressão que vai ser a AdUFRJ, nós pensamos que vai ser um lugar para a gente tomar café, para a gente se encontrar, para a gente aprender, para a gente ensinar também. Vai ser um lugar para a gente fazer exposições de arte, vai ser um lugar para a gente inventar, com criatividade, novas possibilidades para a universidade, e novas possibilidades para o Brasil também”, afirmou. Momento foi celebrado por quase cem pessoas numa noite de encontros e reencontros. Veja nas próximas páginas alguns momentos da festa e mais detalhes sobre a nova sede.
Uma nova sede para a AdUFRJ — com termo de intenção já assinado com a reitoria —, reforça a concepção de um sindicato como local de encontro e reflexão dos professores. A disposição para entrar de cabeça na campanha eleitoral de 2026 para reeleger o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e levar ao Congresso parlamentares do campo progressista também fazem parte dos compromissos firmados pela nova diretoria da AdUFRJ. Esses foram os principais pontos do discurso da professora Ligia Bahia (veja íntegra AQUI) na cerimônia de posse da nova gestão, no dia 15 de outubro. A presidenta destacou que o sindicato será como “uma caixa de descompressão” para os docentes, divididos entre as múltiplas atividades no trabalho e “um mundo no qual as desigualdades estão sendo intensificadas”.
Diante de um auditório lotado, Ligia Bahia destacou a presença de alguns jovens, como seu neto Lucas, de 18 anos, aluno do primeiro período do curso de Bacharelado em Matemática Aplicada da UFRJ. Celebrou também a participação do reitor Roberto Medronho e de outros quatro ex-reitores da UFRJ — Denise Pires de Carvalho, Carlos Frederico Leão Rocha, Carlos Levi da Conceição e Nelson Maculan. “Nós estamos muito felizes com a presença de tantos reitores e reitoras aqui, isso para nós é uma honra imensa. Nós não somos patrão e empregado. É com essa compreensão que nós pretendemos dialogar”, pontuou.
A nova presidenta apresentou os colegas de diretoria — Pedro Lagerblad, Tereza Leopardi, Michel Gherman, Andrea Parente, Daniel Conceição e Luisa Ketzer — e fez questão de dizer que o trabalho que se inicia é uma continuidade de cinco gestões anteriores. “Mas somos também mudança, vamos avançar”.
Entre as frentes de luta, Ligia citou a crescente privatização do ensino superior e o combate à extrema direita, que tem nas universidades públicas um de seus alvos preferenciais. A docente também mencionou a disposição em trabalhar por um projeto de carreiras para os docentes, que possa abarcar as múltiplas atividades desempenhadas no dia a dia.
BALANÇO
Ao se despedir do cargo, a ex-presidenta Mayra Goulart lembrou os grandes desafios de sua gestão, como a greve docente de 2024, em que a concepção do sindicato de manter a universidade aberta acabou prevalecendo na vontade da maioria dos professores da UFRJ.
Mayra também apresentou um breve balanço de sua gestão. A AdUFRJ tem 3.613 sindicalizados, dos quais 354 se filiaram nos últimos dois anos. O setor jurídico impulsionou os atendimentos. Foram mais de 2 mil processos impetrados na justiça e mais de 3.700 atendimentos a professores. A comunicação ampliou o seu alcance nas redes sociais, com cerca de 28 mil seguidores em todas as plataformas e mais de 900 mil visualizações no último mês.
A docente finalizou seu discurso (veja mais AQUI) com os imensos desafios que virão: “Essa nova diretoria simplesmente reúne o que temos melhor na UFRJ para percorrermos o duro caminho que temos hoje pela frente, no qual está a eleição mais importante da nossa história, quando precisaremos atuar incansavelmente na defesa desse governo”.