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viviane 1650x1309 1062x779UFRJ doa aulas para as escolas

“A ideia do site foi simplesmente criar um canal, um link entre a universidade e as escolas”, afirma Gyselle Holanda (Farmácia), outra coordenadora da iniciativa, ao lado de Débora Foguel, do Instituto de Bioquímica Médica. “Percebemos que todo mundo com a mesma vontade de aproximar as pesquisas da universidade do ensino básico reclamava da mesma coisa: a burocracia”, completa Gyselle. Professora Gyselle Holanda

A estratégia adotada foi deixar a cargo das escolas e dos próprios docentes o agendamento. E deu resultado. Atualmente, a rede dispõe de 85 professores cadastrados. Ao todo, são 106 atividades nas diferentes áreas de saúde, humanas e tecnológicas. Quando a plataforma foi ao ar, em outubro de 2016, eram apenas as três professoras com 22 aulas. Segundo Viviane Lione, estão previstas atividades até novembro.

Adufrj apoia

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A Adufrj abraçou imediatamente a iniciativa e ajudou a construir o site. Quatro dos diretores fazem parte da grade de aulas. Antonio Mateo Solé-Cava, do Instituto de Biologia, por exemplo, oferece quatro aulas. Duas delas, de ciência mais aplicada, com foco em DNA. E outra duas, discutindo a relação entre natureza e sociedade, abordando os limites do consumismo. Três aulas com o docente já estão agendadas para julho. Todas elas em colégios estaduais de São João de Meriti, na Baixada Fluminense.

“Muitos professores já realizam aulas na rede básica em função de exigência de determinados editais de pesquisa. Mas o bacana do site é que torna possíveis quantas aulas o professor quiser doar”, observa. Em sua visão, a plataforma dará um novo salto de qualidade quando desenvolver mecanismos de avaliação das escolas, já previstos pelo projeto .

Mais pedido

As aulas relacionadas à saúde e à informática são as mais solicitadas pelo site. E também são as mais ofertadas. Porém, a campeã de pedidos é a aula “Juventude e transição para o ensino superior: sonhos e projetos de vida”, de Rodrigo Rosistolato, da Faculdade de Educação.

O docente se diz surpreendido com a receptividade. “Assim que colocamos no ar, recebi oito convites, três deles de fora do município do Rio”, conta. Na universidade, Rosistolato pesquisa o que acontece com a juventude na transição da escola ao mercado de trabalho, no Brasil de hoje. Até então, o estudo era dirigido a movimentos sociais.

Rodrigo Rosistolato: “Vai ser bastante interessante essa experiência com o ensino médio”
“Vai ser bastante interessante essa experiência com o ensino médio”, avalia. A proposta é de oficina para quebrar a rotina das tradicionais aulas expositivas. “Vamos discutir o campo de possibilidades do projeto de vida, com foco na universidade”, conta. “A ideia é que reflitam sobre projeto de vida individual, mas também se percebam enquanto categoria”.

A maratona de oficinas do professor começa no dia 6 de junho, em Caxias. O calendário se estende até o fim do mês.

Professores elogiam iniciativa

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Para Rodrigo Capaz, do Instituto de Física, o site veio ao encontro dos docentes que já realizam atividades em escolas. “É difícil, você sozinho, correr atrás de escolas que possam se interessar pela aula”, disse. “A plataforma ajudou muito”, conta.

A palestra sobre Nanotecnologia, adaptada ao 2º e 3º anos, está marcada para agosto. A aula atenderá ao pedido do Colégio Estadual Francisco Campos, no bairro do Grajaú. O docente diz que já teve experiência com escolas em função da exigência do programa Cientista do nosso Estado. “A receptividade dos alunos, em geral, é positiva”.

Mare 1650 1309 1062x779Maré: flores contra a violência

Um território com marcas de guerra por todos os lados foi o ambiente escolhido para a realização da Marcha contra a Violência, ocorrida no dia 24, na Maré. A passeata foi organizada por moradores, trabalhadores, associações e ONGs da região. Professores da UFRJ, artistas plásticos, de TV e teatro também participaram da atividade. “A violência está paralisando a Maré. Estamos todos muito cansados”, disse o coordenador da ONG Redes de Desenvolvimento da Maré, principal articuladora do ato. “O objetivo desta marcha é reunir pessoas de dentro e de fora, para dizer que este problema é de todo mundo. O que reivindicamos é uma política de segurança que garanta a vida das pessoas”, completou.

Muitos moradores venceram o medo dos confrontos armados e compareceram à marcha. Wanda Rodrigues, do Parque União, considera um dever de todos participar de ações assim: “Esse é um despertar para nossa comunidade. Quem sofre tento com a violência não pode se calar. Eu sou mãe de dois adolescentes e tenho muito medo pelos meus filhos, mas, se não participarmos de atividades como esta, a gente se aprisiona”.paz 300x200

“Hoje fui levar minha filha para a escola e quando chegamos lá estava tudo destruído. É a terceira vez que isso acontece”, contou Adriana Gomes da Silva, moradora da Nova Holanda. Sua filha de 5 anos estuda na escola Maria Amélia Castro e Silva Belfort, uma das Escolas do Amanhã construídas pela Prefeitura do Rio no ano passado. A unidade foi invadida e depredada naquela manhã. “A escola é feita de contêiner. Há várias salas furadas de balas. Como podemos deixar nossos filhos lá e ficar tranquilas? Como achar que estão em segurança?”, indagou.

A lição de violência e da importância de combatê-la já foi aprendida por Ronnie Alves da Silva, de 11 anos. “Vejo muitas coisas ruins todos os dias e não gosto disso, por isso eu vim protestar contra a violência”, disse o menino, que mora na Nova Holanda e estuda no Ciep Hélio Smith, no Parque Rubens Vaz, outra comunidade que compõe o Complexo. No cartaz que carregava, dizeres e desenhos que indicavam os direitos roubados das crianças do local: brincar, viver, estudar, ser feliz.

Relação com a vizinha UFRJ

O Fundão é vizinho à Maré. A proximidade traz impactos de violência para o campus, mas também é fonte de muitas trocas. É o que explica o professor Pablo Benetti, da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo. Ele também participou da passeata, com estudantes e com a presidente da Adufrj, Tatiana Roque. “Precisamos marcar uma posição de defesa dos direitos humanos. Há leis que aqui não imperam. Nosso país não será verdadeiramente democrático, se isso não for corrigido”, disse o professor. “Temos aqui um amplo campo de trabalho fundamental para todas as áreas do saber. Os nossos projetos de extensão têm muitas demandas. A UFRJ não pode deixar esta realidade de lado”, considera.

O ato teve o apoio institucional da Adufrj. “Sem a Adufrj isso aqui não teria acontecido. A Adufrj nos deu bandeira, camiseta, todo tipo de ajuda. É um sindicato de luta”, agradeceu Marina Motta, diretora da Redes de Desenvolvimento da Maré.

A atriz Patrícia Pillar estava no núcleo artístico da passeata. Para ela, o principal objetivo é criar a consciência de que a violência é um problema de todos. “Nós somos um corpo só, um organismo. Esta é uma mensagem de união. Os números de homicídios na nossa cidade estão insustentáveis”.

A dor da perda

Mães de jovens assassinados na Maré e em Manguinhos fizeram discursos emocionados quando a manifestação chegou à “divisa”, local conhecido por constantes trocas de tiros. A esquina das ruas Evanildo Alves e Principal divide os territórios de facções inimigas. Ali também há trocas de tiros quase que diárias com a polícia. As marcas das balas estão por todos os lados. “Nós queremos paz para continuar vivendo. O nosso grito é pela vida. Nossos filhos estão sendo assassinados. Não são casos isolados. A mãe da favela não tem direito ao luto. A gente luta dia e noite para que haja justiça por nossos filhos”, disse Ana Paula Oliveira, mãe de Jonatan Oliveira, de 19 anos, assassinado em 2014 pela polícia, em Manguinhos.

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marchaMarcha Pela Ciência reuniu centenas no Rio
Evento global teve sua edição carioca debaixo de chuva. Orquestra de tesouras protestou contra os cortes em C&T

Silvana Sá
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Mais de 300 cientistas enfrentaram a chuva na manhã deste sábado para participar da edição carioca da Marcha Pela Ciência – Brasil. A atividade aconteceu em frente ao Museu Nacional da UFRJ, na Quinta da Boa Vista. Com máscaras do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, e do presidente Michel Temer, os pesquisadores formaram uma orquestra de tesouras em protesto contra os cortes na área de ciência, tecnologia e inovação.

“Hoje, vivemos uma situação crítica. Com todas as perdas que temos vivenciado, a ciência estará desmontada para responder aos novos desafios que surgirem na nossa sociedade e no mundo”, avalia o diretor científico da Faperj, Jerson Lima Silva.

Roberto Leher, reitor da UFRJ, destacou que hoje as universidades federais estão com aporte orçamentário 14% inferior ao do ano passado. “Além disso, o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicações amarga um orçamento que corresponde à metade do que era o do MCT em 2005”.

Um dos organizadores do “tesouraço”, Ildeu Moreira, vice-presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) comemorou o resultado: “Apesar do mau tempo, conseguimos que um grande público participasse da atividade. O ato foi bastante significativo, com importantes instituições de pesquisa no Rio de Janeiro e renomados cientistas”.

A Marcha pela Ciência é um evento mundial com manifestações em mais de 500 cidades no globo. No Brasil, participam 25 municípios. A sede mundial da Marcha é Washington, nos Estados Unidos, onde o movimento se originou. No Rio, o ato foi promovido pela Adufrj, com o apoio da SBPC, da Fundação Oswaldo Cruz e do Sintufrj.

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