Accessibility Tools

facebook 19
twitter 19
andes3
 

filiados

A partir de segunda-feira (17), corredores e campi da maior universidade federal do país voltarão a se encher de rostos, vozes e sonhos. O início do ano letivo de 2025 se traduz no retorno de cerca de 70 mil alunos de graduação e de pós-graduação e nos esforços para superar o obstáculo orçamentário e acolher a comunidade acadêmica.

Neste ano, a UFRJ terá à sua disposição um orçamento de R$ 423 milhões. O valor ainda não foi totalmente liberado pela falta de aprovação da Lei Orçamentária Anual (LOA). O atraso gerou um gargalo: a universidade sobrevive com apenas 1/12 do orçamento total, que equivalem a R$ 28,1 milhões por mês.

O desafio é grande, mas não impede importantes realizações. Uma delas, a revitalização dos campi. “É nosso cartão de visitas, a primeira impressão de quem chega e o acolhimento a quem retorna”, resume o prefeito universitário Marcos Maldonado.

Outra iniciativa é café da manhã nos bandejões. A refeição contará com uma bebida, pão e fruta ao custo de R$ 2 para os alunos. “Nosso orçamento não cabe na UFRJ, mas eu assumi o compromisso político de realizar essa promessa de campanha”, afirmou o reitor Roberto Medronho. “Não é justo termos estudantes que assistem aulas com fome ao longo da manhã”.

Outras áreas da universidade, no entanto, sofrem. No Centro de Ciências Matemáticas e da Natureza (CCMN), dois vazamentos aguardam recursos do orçamento participativo. Também falta dinheiro para retirar uma colmeia que se instalou no corredor do Bloco F. “A questão das abelhas precisa ser solucionada até o início das aulas. Não posso expor nossos estudantes a esse risco”, afirma o decano do CCMN, professor Cabral Lima.

Em Macaé, outro problema. O Bloco B do Centro Multidisciplinar está sem climatização desde dezembro. Um defeito em um transformador impede o uso de aparelhos de ar condicionado nas salas e laboratórios. “No calor que está, é impossível manter a proposta de trabalho docente e de ensino-aprendizagem dos alunos”, reclama a professora Gizele Martins.

A solução provisória está próxima. É o que garante o decano do CM, o professor Irnak Barbosa. Segundo ele, haverá climatização até 31 de março. “Acabamos de conseguir uma empresa que alugará um transformador pelos próximos três meses, até a compra do equipamento definitivo”, informa. O custo do aluguel é de R$ 5 mil mensais. Já um novo transformador custará cerca de R$ 60 mil.

Às vésperas da volta às aulas, um susto na Praia Vermelha. A tempestade que atingiu a Zona Sul no dia 12 causou o alagamento de uma ala do Palácio Universitário e derrubou uma árvore na Casa da Ciência. O Iphan chegou a inspecionar o Palácio no dia 13. “Não houve nenhuma interdição, os locais já estão secos e não houve prejuízos”, atesta o diretor do Instituto de Economia, professor Carlos Frederico Leão Rocha.

Uma obra na direção do IE, no entanto, foi embargada. “Seria finalizada na sexta. Não comunicamos ao Iphan porque era apenas uma troca de divisórias. Mas a fiscalização compreendeu que é uma intervenção”, explica o diretor. “Agora, vamos esperar o ok do Iphan”.

Os desafios são muitos, mas não apagam a alegria de ver a universidade cheia. “Desejamos que os estudantes vivenciem a nossa universidade na sua plenitude, que ampliem horizontes, adquiram conhecimentos e vivam experiências que marcarão suas vidas”, deseja a pró-reitora de graduação, Maria Fernanda Quintela. “Nossa equipe está feliz por recebê-los. Será uma etapa de muito sucesso e aprendizados, onde compartilharemos muitos ideais”, completa a vice-reitora Cássia Turci.

Topo