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A UFRJ deve terminar 2019 com um “rombo” de R$ 317 milhões. O número corresponderá ao déficit acumulado desde 2016. A situação foi apresentada ao Conselho Universitário do dia 13. A proposta de gastos da instituição será votada na sessão do colegiado marcada para 20 de dezembro.

Os passivos de 2016 (R$ 27,5 milhões) e de 2017 (R$ 25 milhões) já são conhecidos. A estimativa é terminar este ano com um déficit de R$ 119 milhões. Para o próximo período, nova expectativa de contas no vermelho: R$ 145,4 milhões.

“Estamos trabalhando com orçamento decrescente. Este ano, mesmo com o MEC liberando 100% do custeio, estamos com um buraco muito grande no nosso caixa”, lamenta o pró-reitor de Planejamento e Finanças, Roberto Gambine. “Passamos os últimos quatro anos lutando para manter a universidade com as portas abertas”.

O drama maior é no custeio da instituição. Os R$ 392 milhões liberados até agora em 2018 — e já insuficientes — caem para R$ 354 milhões em 2019. Os recursos para investimentos serão mantidos em patamar bastante baixo: R$ 6,7 milhões. No ano de 2014, a UFRJ já contou com R$ 52 milhões (em valores corrigidos) nesta rubrica.

Mesmo com os anunciados esforços para revisão de contratos, a situação não melhora: “Precisamos de orçamento adequado às necessidades das universidades. É covardia asfixiar a universidade com restrição orçamentária. Por que comprometer a maior e mais importante universidade pública deste país?”, questiona Gambine.

Diretora do Instituto de Física, a professora Belita Koiller explica parte dos impactos de um orçamento reduzido no cotidiano de uma unidade. “A situação é bastante complicada. Não temos dinheiro para comprar bebedouros e material para laboratórios. O prédio novo do instituto foi vandalizado e não temos como pagar uma cerca”, disse. Não há verba para mais nada em 2018: “Hoje gastei o último centavo”, completou.

NA USP, ORÇAMENTO É O DOBRO
Enquanto a maior federal do pais agoniza em dívidas, a USP prevê superávit para 2019 (R$ 206 mil). A instituição, financiada pelo governo do estado, terá R$ 738,5 milhões para custeio e investimento — pouco mais que o dobro dos recursos da UFRJ. Na folha de pessoal, ainda estão previstas despesas com a contratação de 250 docentes. (Colaborou Mathias Felipe)

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